Declaração foi dada em evento do grupo Lide, na Suíça. Corte também se prepara para eventual denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, sinalizou que não irá esmorecer diante do julgamento dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — que culminaram na depredação dos prédios dos três Poderes. O magistrado afirmou que, encerrada a fase de apresentação de denúncias e produção de provas contra mentores dos ataques, o tema será pautado “imediatamente” na Corte.
“Feita a denúncia, vai haver a produção das provas e, concluída a produção de provas, é que vai haver o julgamento pelo Supremo. Se terminar a produção de provas, eu vou pautar imediatamente”, disse Barros. A declaração foi dada nesta quinta-feira (23/1), no Brazil Economic Forum, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Zurique, na Suíça.
Os suspeitos de ter relação com os atos de 8 de janeiro foram divididos em quatro grandes grupos, por tipo de envolvimento: executores da invasão e depredação; incitadores; financiadores; e autoridades. Até agora, somente os dois primeiros blocos tiveram julgamento e punição.
Barroso destacou que ainda não houve denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre o caso. “É a partir daí que começa a ação penal e começa a atuação jurisdicional do Supremo”, declarou o presidente da Corte.
Para esse ano, a Justiça também se prepara para o inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 acusados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A denúncia está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Devido ao recesso de fim de ano no STF, que começou em 19 de dezembro e termina em 1° de fevereiro, a expectativa é a de que o julgamento da eventual denúncia ocorra no mês que vem.
Na investigação, agentes da PF recuperaram arquivos deletados no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com detalhes sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”. A trama golpista previa reverter o resultado das eleições de 2022, além do planejamento de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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