Presidente do STF disse ter conversado com relator da investigação, ministro Alexandre de Moraes
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, disse, nesta quinta-feira (14), que o inquérito sobre os atos extremistas do 8 de janeiro está “perto do fim”. O magistrado mencionou ter conversado com o relator da investigação, que está na Suprema Corte, ministro Alexandre de Moraes, e com o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Augusto Passos Rodrigues.
“Não sei quem vai ser indiciado até o final da investigação, portanto, não tenho opinião pré-formada e nem pré-julgamento em relação a ninguém. Mas acho que já está em boa hora de conseguirmos concluir essa investigação complexa, com muitas testemunhas… Tenho um sentimento, conversei recentemente com o ministro Alexandre de Moraes e com o diretor-geral da PF e acho que já estamos perto do fim para esse material ser entregue ao PGR [Procurador-Geral da República], que vai verificar em relação a quem há provas e em relação a quem não há provas”, declarou Barroso.
O presidente do STF ponderou, contudo, que não “se pune por divergências políticas”, mas “quando há um crime”. O magistrado respondeu ainda às críticas feitas com relação à dosimetria das penas aplicada aos extremistas que invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 2023. “Penas são definidas pelo Congresso, não pelo STF”, disse.
As declarações ocorrem horas após um homem explodir diversos artefatos na Esplanada dos Ministérios, na noite da quarta-feira (13). Para Barroso, a ação não foi isolada e tem relação com os atos do 8 de janeiro. Moraes também assumiu a relatoria do caso.
Entenda
Ex-candidato a vereador pelo PL em 2020, Francisco Wanderley Luiz explodiu um carro, registrado em seu nome, próximo ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Cerca de 20 segundos depois, ele ateou bombas em frente ao STF. Em seguida, se deitou no chão, explodiu outro artefato próximo ao próprio corpo e morreu.
O homem chegou a mostrar os explosivos que carregava no corpo para um segurança da Corte. Segundo o depoimento da primeira testemunha ouvida pela PCDF, o segurança teria tentando se aproximar de Francisco ao perceber um comportamento suspeito, mas nesse momento ele teria aberto a camisa para mostrar os explosivos e falado para ele não se aproximar. O homem também tinha um relógio digital, que o segurança acreditou se tratar do disparador da bomba.
Ainda de acordo com o depoimento, após esse momento, o homem teria atirado dois ou três artefatos contra a estátua ‘A Justiça’, que fica em frente a Corte. Após isso, ele teria deitado no chão, colocado outro explosivo abaixo da cabeça, como se fosse um travesseiro, e o artefato teria explodido.
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