FILOSOFANDO
“É inútil fechar os olhos à realidade. Se o fizermos, a realidade abrirá nossas pálpebras e nos imporá sua presença”. Juscelino Kubitschek (1902/1976), ex-oficial médico da PM, ex-governador de Minas, ex-senador por Goiás e ex-presidente do Brasil.
A MASSA NAS RUAS
Amanhã o país deve assistir o retorno das imensas manifestações populares, motivadas pela indignação com o governo da petista Dilma Roussef. Há, também, outro ingrediente para engrossar a massa popular decidida a pedir o impeachment de Dilma: a total descrença na classe política diante de seu claríssimo envolvimento com a corrupção.
E nesse contexto certamente o pedido de prisão de Lula, após sua condução coercitiva pela Lava Jato são outros ingredientes fortalecendo essa massa vítima de uma situação em que o país vai se afundando na maior crise econômica de seu período republicano, principalmente pela corrupção desenfreada que transformou a Petrobrás numa espécie de empresinha de fundo de quintal.
TÁTICA COSTUMEIRA
As forças políticas ligadas ao lulopetismo procura desacreditar a força da participação popular num movimento desse tamanho, com um discurso antigo, com uma tática costumeira.
Para eles tudo não passa de mais um “golpe da elite” contra líderes populares e carismáticos como é o caso do próprio Lula.
É cada vez mais evidente a tática petista de dividir o mundo entre uma elite golpista e líderes populares que, por serem verdadeiros representantes do povo, deveriam ter carta branca.
DISCURSO RASO
Na visão daqueles devidamente incorporados aos petistas fanatizados não estamos diante de uma avalanche de corrupção que poderia justificar essa revolta do povo contra lideranças carismáticas e populares da tal “esquerda” no comando da política de governo no Brasil.
Um desvio de conduta seria aceitável para aqueles que são a verdadeira cara da nação e do povo. É a insistência pela predominância do discurso raso e de senso comum do nós contra eles.
NUANCES RONDONIENSES
Até no parlamento rondoniense onde temas políticos quase não entram no cardápio, surge nesses momentos um defensor dessa grei, na voz do deputado Lazinho da Fetagro, que por motivos óbvios ocupa a tribuna da Assembleia para defender Lula.
E aqui também a tática costuma cativar apoio de personagens que claramente jamais seriam incluídos nessa relação dos fabricantes do discurso raso. Foi, só para exemplificar, o que aconteceu com a deputada Lúcia Teresa. Ela apoiou seu colega de parlamento pelo simples fato de ter sido acusada, quando prefeito de Espigão, de dar apoio tático e material aos garimpeiros ilegais de diamante numa reserva indígena.
NÃO ESTÁ COLANDO
Mas nem aqui em São Paulo a choramingas dos lulopetistas está colado mais. Os nomes mais importantes do parlamento rondoniense não embarcaram no discurso de Lazinho, como bem demonstrou o deputado Adelino Follador, um deputado que considera que as acusações contra os corruptos atingidos pela Lava Jato ou que estão no alvo das investigações dos MPs têm clareza suficiente para afastar essa “tática” utilizada por alguns políticos de que “são vítimas da perseguição política”.
PUNIÇÃO NAS URNAS
Em Porto Velho, certos dirigentes partidários insistem na ideia de que ainda é possível contar com a “compreensão” do eleitorado, sobretudo os mais humildes, com nomes declaradamente corruptos, inclusive com aqueles que já foram condenados no âmbito da Justiça.
A insistência do PT em afirmar a disposição de lançar de novo à disputa pela prefeitura da capital o nome de Roberto Sobrinho é uma comprovação dessa tese.
INSENSATEZ
Ora, quando as informações e denúncias sobre nomes da política envolvidos em corrupção são críveis e claras, o eleitorado passa a punir pelo voto esse pessoal que com desfaçatez insiste em continuar na vida pública. Se Roberto, saiu da prefeitura apelidado de Ali Babá, ao entrar na disputa desse ano, certamente vai colher mais uma derrota retumbante.
IDEIA ERRADA
A ideia de que os latino-americanos aceitam corrupção quando estão sendo beneficiados pelo Governo parece não ser suportada por evidências empíricas. Na verdade, a diferença está no grau de confiabilidade e na clareza das informações produzidas.
Lula, com investigação em andamento, não consegue explicar a origem de bens e pagamentos feitos a ele por empreiteiras investigadas na Lava Jato. Isso não impede, no entanto, que um deputado eleito com votos do grotão rondoniense ocupe a tribuna da Assembleia para defender o homem sortudo com presentes como tríplex no Guarujá e sítio em Atibaia.
Com seu pronunciamento, Lazinho da Fetagro demonstrou não compreender que na verdadeira democracia é preciso investigar com rigor essas acusações, ao mesmo tempo em que o direito de defesa é garantido. Quem sabe, quando chegar a proximidade do momento de renovar o mandato esse deputado estadual passe a acreditar que não estamos mais nos tempos de pessoas especiais, dos intocáveis.
RAUPP E MAGNO
O cerco das investigações da Lava Jato chega mais próximos dos políticos denunciados como beneficiários do dinheiro roubado da Petrobras. De Rondônia dois nomes estão incluídos na lista divulgada ontem pelo STF: o senador Valdir Raupp e o ex-deputado Carlos Magno Ramos. Quando foi citado na investigação, Carlos Magno procurou tirar o seu da reta alegando que estava sofrendo de perda de memória.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki deferiu ontem 21 pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, referentes a autoridades com prerrogativa de foro e outros possíveis envolvidos em investigação da Lava Jato.
SEM SIGILO
Em todos os casos, o ministro revogou o sigilo na tramitação dos procedimentos, tornando públicos todos os documentos. A instauração de inquéritos foi considerada cabível porque há indícios de ilicitude e não foram verificadas, do ponto de vista jurídico, “situações inibidoras do desencadeamento da investigação”.
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ESTAMPADA
Governistas rondonienses insistem em negar a crise no estado. Até Raupp vive batendo nessa tecla. É besteira pois a crise está estampada diante do povo. É só visitar o Porto Velho Shopping e ver quantas lojas foram fechadas, até na praça de alimentação.
Fora do shopping a crise se manifesta nas milhares de plaquinhas oferecendo imóveis para vender ou alugar. O mercado está praticamente parado. E da parte do governo do PMDB não se faz nada para modificar esse quadro de recessão. Quer saber o tamanho da crise: converse com as pessoas que perderam empregos e a dificuldade de encontrar outro.
DILMA ABANDONADA
O PMDB-RJ, com Leonardo Picciani à frente decidiu dar as costas para o governo. O PMDB-RJ não vai mais defender Dilma no congresso do partido, que acontece neste sábado em Brasília. Como diz o samba imortalizado por Beth Carvalho “você pagou com a traição a quem sempre lhe deu a mão”. Leonardo Picciani só conseguiu se reeleger líder do PMDB na Câmara pelo apoio que recebeu do Palácio do Planalto.
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