País enfrenta onda de manifestações desde setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini, detida por não usar lenço na cabeça
Autoridades iranianas executaram neste sábado (7) dois homens que foram declarados culpados de terem matado um paramilitar durante as recentes manifestações no país, desencadeadas pela morte da jovem curda Mahsa Amini, informou o órgão do poder judiciário local.
“Mohammad Mahdi Karami e Seyyed Mohammad Hosseini, os principais autores do crime, que conduziu ao martírio de Ruhollah Ajamian, foram enforcados pela manhã”, disse a Mizan Online, a agência de informação ligada ao judiciário.
Ajamian, 27 anos, era membro da milícia paramilitar Basij, afiliada aos Guardiões da Revolução. Ele morreu no dia 3 de novembro em Caraje, cidade a oeste de Teerã.
Segundo a agência, o tribunal de primera instância havia condenado os dois homens à morte em 4 de dezembro. O veredito foi confirmado em 3 de janeiro pela Corte Suprema do Irã.
O pai de Mohammad Mahdi Karami disse à imprensa iraniana que o advogado da família ele não tinha conseguido acessar o arquivo do processo de seu filho.
Karami tinha 22 anos, informa o grupo IHR (Direitos Humanos do Irã, da sigla para o inglês Iran Human Rights), com sede na Noruega. Não foi possível confirmar a idade de Hosseini.
A República Islâmica enfrenta um movimento de protestos desde 16 de setembro, após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, detida por violar o código de vestimenta, que inclui o uso de lenço na cabeça.
Do início dos protestos até o momento, a Justiça condenou à morte 14 pessoas, segundo contagem da AFP, com base em informações oficiais.
Quatro delas foram executadas, outras duas receberam a confirmação da condenação pela Corte Suprema, seis esperam um novo processo e duas ainda ppodem apelar da decisão.
Ativistas do país afirmam que há outra dezena de cidadãos enfrentando acusações, que podem acabar em pena de morte.
FONTE: AFP
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