FOI ROUBADO
Gostaria muito de desejar, mais uma vez, UM FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO aos caros leitores e leitoras, mas não posso porque sei que nosso FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO foi roubado! Não posso fazer demagogia, como os políticos desonestos fazem! Além disso, não quero transformar um desejo legítimo num ato meramente formal. Teria que ser uma expressão absolutamente sincera.
Sinto-me desanimado, neste ano que termina de forma triste, frustrando a grande maioria dos brasileiros. Esperávamos por uma mudança nos rumos da condução política do país, embora, em mim, esta esperança fosse ínfima. Após a posse de Confúcio para mais um governo do estado de Rondônia e para Dilma mandando no Brasil. O que nos foi roubado foi muito mais do que recursos públicos. Foi nos roubado a esperança de que o nosso estado de Rondônia mudaria os rumos em favor de instituições menos perdulárias e mais confiáveis. E também em relação ao Brasil fomos todos roubados nesse vergonho escândalo da Petrobras. As fraudes por atacado estão me colocando no limiar da desistência. Quero reagir mas não sei se terei estômago para continuar falando de políticos.
JUSTA HOMENAGEM
Ao abrir esse ano novo de 2015, é justo homenagear a grande figura do ano: o rondoniense comum, que suportou falsas narrativas com a conversa fiada do “Governo da Cooperação”, durante a gestão de uma meia dúzia que para viver acima de suas reais possibilidades e para amealhar rapidamente riquezas pessoais, ajudaram a dilapidar o patrimônio rondoniense por praticamente 4 anos de descaminhos.
A todos os rondonienses que padeceram com a falta de segurança pública (especialmente nas escolas), que sofreram a miséria pela falta de programas sociais verdadeiros, após serem vitimados pela grande cheia do Madeira e que, mesmo assim, derrotam todos os dias a tentação de desistir; a todos os que trabalham para manter a normalidade do estado, resistindo a “elites” incapazes, a dirigentes corruptos e políticos incompetentes. Os rondonienses comuns somos nós. E quem a tudo isto sobreviveu não pode – nem deve – ter medo desse 2015. Pior é impossível.
ESBULHO COLETIVO
A festa de réveillon do prefeito Mauro Nazif terminou nas primeiras horas desse primeiro dia do ano. Em torno de meio milhão de reais desviados para satisfazer a gula de uns poucos e o interesse do círculo vicioso da política rondoniense (e especialmente portovelhense) que mais parece um vórtice destruidor de esperanças.
Vai para mais de uma década o aprisionamento do poder público municipal da capital rondoniense nas mãos de uma alargada farsa política, retirando milhões de reais das necessidades mais prementes do povo da capital para satisfazer a gula de interesses privados. Está na cara que esse tal réveillon do Nazif foi mais um pérfido movimento daqueles que esperam recuperar a imagem desgastada na base do pão e circo. Poucos duvidarão da existência de fatos capazes de superar o nó górdio que levou, a princípio, um conselheiro do Tribunal de Contas a demonstrar suas inquietações com a realização dessa festa suspeita.
CEGA E ATUANTE
Neste novo ano a cidadania rondoniense vai precisar mais do que nunca de uma Justiça cega e atuante para evitar que ordenadores de despesas públicas tripudiem de forma tão clara sobre o dinheiro público, num cenário onde o Estado exige cada vez mais dos pobres cidadãos, enquanto distribuem aos mesmos cada vez menos.
No caso do tal réveillon do prefeito está mais do que evidente a má utilização dos dinheiros públicos. Espera-se que o conselheiro Wilber Coimbra tome iniciativas processuais para, em nome dos cidadãos que pagam impostos cada vez mais escorchantes, para garantir aos moradores dessa capital onde praticamente nada funciona e tudo tem a marca da esculhambação, um futuro mais justo e mais fértil, numa cidade que seja motivo de orgulho de todos nós.
ADEUS 2014
Enfim, uma grande notícia: a pele de 2014 está se descolando do nosso corpo. Suja, encardida pelos respingos malcheirosos de mensalões, petrolões, máfias no governo do estado, deputados camufladores e outras malversações em ONGs malandras, representantes do passado. À frente, um novo tempo, que não só devemos celebrar, como também entregar melhor, mais justo e honesto.
E VIVA 2015
O Brasil, federação de 26 estados e um distrito federal, conta 104 antigos governadores e 53 viúvas que recebem pensões que vão, de 10 a mais de 20 mil reais . Contas de ‘O Globo’ adiantam que a despesa anual ascende a 42,6 milhões de reais e todas estas pensões acumulam com outras também auferidas por cargos políticos. E quem paga essa conta? Nós, o povo brasileiro.
SENSAÇÕES
Que nesse novo ano as sensações da certeza da impunidade, do mau caráter que enriquece e chega ao poder e de que vale a pena levar vantagem em tudo sejam banidas da nossa cultura. Se isso acontecer, será um excelente presente para o nosso tão vilipendiado estado de Rondônia e para o nosso país que não sai do 3º mundo.
RELIGIÃO
Não sou ligado a nenhuma seita religiosa. Aliás perdi a confiança nas igrejas a partir do momento em que identifiquei nelas um interesse muito maior no vil metal do que verdadeiramente no alívio de almas desesperadas e no combate ao pecado.
Todavia confesso estar me surpreendendo positivamente com o novo Papa. Há muito não via um Papa como esse argentino. Francisco não para de surpreender crentes e não crentes. Provavelmente, o Papa mais próximo dos comuns pecadores que já morou no Vaticano. No natal pegou no telefone no dia 24 para enviar uma mensagem de conforto a quem perdeu tudo na guerra – casa, família, trabalho, pátria, esperança e futuro. Foi aos refugiados católicos do campo de Ankawa, no Iraque, que disse: “Vocês são como Jesus na noite de Natal. Também não havia lugar para ele…”
O Papa pediu paz. Provavelmente a palavra mais leve e simples em todas as línguas, mas a bandeira mais difícil de erguer. De qualquer maneira, a julgar pelos acontecimentos mais recentes – o princípio do fim de um braço-de-ferro de mais de 50 anos entre os Estados Unidos e a Cuba de Fidel – Francisco também é um homem simples no que de mais honroso a palavra transmite e não é dos que desistem. Se o deixarem, a Igreja e o mundo continuarão a ser surpreendidos.
A TOSSE DA VACA
Então, Dilma disse na campanha eleitoral que ninguém iria mexer em benefícios dos trabalhadores, nem que a vaca tossisse, e agora, sem consultar ninguém, mexe na legislação das aposentadorias, do seguro-desemprego e tudo o mais, para economizar verbas por causa do seu péssimo governo?
A medida provisória editada por Dilma Rousseff altera fortemente regras para obter benefícios trabalhistas, previdenciários e sociais. Pois no Brasil o novo ano começa com a vaca tossindo.
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