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Estado Islâmico decapita 21 egípcios cristãos raptados na Líbia

Um vídeo divulgado no Twitter mostra combatentes do autoproclamado Estado Islâmico a decapitarem 21 homens identificados como cristãos egípcios raptados na Líbia. Os prisioneiros, vestidos em fatos cor-de-laranja, como os uniformes de Guantánamo que os jihadistas adoptaram para os seus reféns, caminham numa praia até serem obrigados a ajoelharem-se e são depois decapitados.

“O povo da cruz, seguidores da igreja egípcia hostil”, é o título do vídeo, numa referência aos cristãos coptas, perto de 10% da população do Egipto, o mais importante dos países árabes. A crise económica que se seguiu à revolução que depôs Hosni Mubarak em 2011 tem levado muitos egípcios a partir para a Líbia, apesar dos avisos do Governo, que tentam evitar que os seus cidadãos viajem para um dos países mais perigosos da região.

Com a queda de Muammar Khadaffi, a Líbia transformou-se num cenário de batalha entre diferentes grupos, tendo actualmente dois governos que reivindicam o poder. Horas antes da divulgação do vídeo dos radicais que controlam vastas áreas na Síria e no Iraque, a Itália anunciava a suspensão das suas actividades na embaixada líbia e retirava do país 150 pessoas “devido ao agravamento da situação de segurança”.

No fim de Janeiro, dois homens armados atacaram o hotel de 5 estrelas Corinthia, na capital líbia, Trípoli, matando nove pessoas, cinco delas estrangeiras. O ataque contra o Corinthia – que na prática tem funcionado como sede de várias representações diplomáticas – foi reivindicado por um grupo radical que se diz associado ao Estado Islâmico.

A ameaça colocada por estes radicais é tal que responsáveis dos dois governos líbios rivais sugerem uma possível união na luta contra este novo inimigo comum. “O Estado Islâmico é uma ameaça enorme, enorme”, disse Omar al-Zanki, ministro do Interior do executivo reconhecido internacionalmente, que responsabilizou combatentes do grupo por uma série de ataques contra edifícios governamentais em Sirte, no Centro do país.

Alguns responsáveis do governo com sede em Trípoli, que expulsou de lá o executivo de Zanki, têm estado em contacto, afirmou o ministro. “Têm havido uma série de contactos, especialmente em Misurata, sobre esta ameaça”, disse Zanki. A cidade de Misurata é uma das bases de poder para as forças que controlamTrípoli.

Actualmente, conhecem-se pelo menos três grupos líbios que proclamaram a sua lealdade ao Estado Islâmico – um actua em Barqa, no Leste, outro em Fezzan, no deserto do Sul do país, e um terceiro na região em redor da capital.

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Gomes Oliveira

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