DISFARCE
A manchete do jornalão do senador (vá lá) sem votos de ontem me provocou uma ótima gargalhada: “Confúcio e Acir lideram a campanha”. A manchete, referindo-se à última pesquisa do Ibope mostra bem o estilo pastelão daquele hebdô. Ora, quando um ponto de diferença (numa pesquisa com margem de erro de 3% para mais ou para menos) significa “liderança”? Se continuar liderando assim, o caminho desses “políticos” pode bem ser o mesmo do “Titanic”.
SUSPENSÃO
Uma fonte comentou ontem com o repórter a possibilidade de uma importante coligação eleitoral dar entrada no TRE de uma ação para barrar a divulgação de novas pesquisas de opinião, pois “tais pesquisas” poderiam afetar o equilíbrio de candidaturas tidas como as mais importantes nessa disputa.
Só faltava alguém ir ao Tribunal pedir a divulgação de resultados finais dessa disputa.
ALTO NÍVEL
Expedito Júnior parece ter definido uma linha a ser observada nos discursos que fará nessa campanha eleitoral, procurando mostrar como pretende agir caso vença as eleições. E destacou, ao dar entrevista ao UOL, a defesa de realizar auditorias nas contas da administração estadual, para ver exatamente o tamanho da dívida e seus reflexos na visível paralisia econômica de Rondônia.
É um discurso coerente. Nem por isso os coordenadores da campanha chapa branca deixam de ver nessas manifestações “farpas” atiradas contra o governo.
Há uma tradição nas falas dos candidatos em pleitos realizados em Rondônia: “Vamos fazer uma campanha propositiva e procurando sempre manter o alto nível do debate”.
PANFLETÁRIA
Em todas as vezes, é bom que se diga, esse solene compromisso dos candidatos no princípio da campanha acaba, como tantas outras promessas ditas em palanques, não sendo cumprido. E logo vem o caráter panfletário, transformando a eleição numa espécie de vale-tudo.
E dessa vez tudo leva a crer que não vai ser diferente, especialmente porque o resultado da primeira pesquisa eleitoral feita por um instituto de renome nacional vai – podem esperar – obrigar candidatos que ficaram mal na foto a usar a arma do lado escuro das campanhas: os panfletos e publicações apócrifas.
MAIS ATENÇÃO
Quem tem a obrigação de coibir essas verdadeiras maracutáias (especialmente a PF) deve ter atenção redobrada. É que, quando os índices das pesquisas de intenção de voto não sobem ou começam a patinar e não há uma coordenação de campanha que priorize a ética como valor, instaura-se, em meio ao desespero, a busca pelo objetivo — ser eleito — sem que haja um comedimento no uso da estratégia — o “como” ser eleito. O fim não só justifica, mas também avaliza os meios. Uma das armas do lado obscuro das campanhas é a farta distribuição de material apócrifo.
LEGISLAÇÃO
De acordo com a legislação eleitoral (Resolução 23.191 do Tribunal Superior Eleitoral), todo material impresso de campanha eleitoral precisa conter o número do candidato no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) — há uma inscrição específica nesse sistema para cada um dos postulantes —, além do CNPJ ou CPF do responsável por sua confecção. Isso ocorre para que haja o devido controle e, obviamente, para que o candidato seja identificado e, caso necessário, responsabilizado por alguma ocorrência.
PUNIÇÃO BRANDA
Agora, no início de uma nova e disputada campanha, já aparecem notícias de panfletos apócrifos, especialmente, conforme afirmam fontes da região, no sul do estado. Ainda não são publicações que buscam denegrir candidatos mas, como se informa, fazer apologia de alguns disputantes de forma ilegal. São as “publicações caça-níqueis” comuns nesse período, criadas para tomar dinheiro de quem está na disputa dos votos.
Há brechas na legislação eleitoral, mas, mais do que isso, na prática tem havido apenas punições brandas: se um juiz fizesse a mais radical das interpretações, o máximo a que poderia condenar um autor de material apócrifo seria a dois anos de prisão, o que não confere regime fechado. Ou seja, de fato não há cadeia para quem opta por essa tática eleitoral nada ética.
AGRESSÃO VIRTUAL
A preocupação com a disseminação de inverdades e injúrias por meio da reprodução e distribuição de material físico é antiga. O que não há são medidas efetivas para combatê-la. Em vez de um cenário com tendência a se tornar mais positivo, outra ameaça aos princípios da democracia está cada vez difundida: a agressão virtual. À mesma maneira que o panfleto apócrifo, a divulgação de banners e textos pela internet de forma a ridicularizar determinado candidato ou coligação tornou-se mais uma opção para quem quer disseminar a mentira e jogar ódio na disputa eleitoral.
REPRESSÃO
Seja por material impresso ou virtual, a Justiça Eleitoral precisa obter meios para reprimir com rapidez, rigor e eficácia as tentativas de levar o jogo eleitoral para longe da discussão de proposta e para perto do abismo das baixarias. Especialmente a disputa rondoniense merece atenção, porque os adversários já se conhecem e são arquir-rivais.
FARPAS NATURAIS
É que claro que as declarações de Expedito veiculadas pelas publicações nesse momento nada tem de acintosas. São manifestações normais de quem pretende convencer o eleitor de que é uma nova alternativa para o comando do Estado. Falar sobre a importância de dotar Rondônia de infraestrutura e de fazer auditorias para ter um quadro real da dívida pública e dos investimentos realizados é até uma demonstração de responsabilidade, mesmo parecendo farpas jogadas contra a candidatura chapa-branca.
Certamente o desejo do eleitor rondoniense é que os atuais candidatos ao governo rebaixe desde já o nível da campanha que praticamente começou e vai ser acelerada a partir do dia 19.
SÓ VENDO
O release distribuído pela prefeitura ontem à imprensa não passa até agora de mais um factoide. A prefeitura chefiada por Mauro Nazif (o amorfo) garante que vai desobstruir todas as calçadas de Porto Velho, devolvendo o passeio público aos moradores. Eu só acredito vendo. E se essa ação não começar para ruas do centro (como a Sete de Setembro) e não chegar imediatamente à Jorge Teixeira onde por vários anos funciona “uma frutaria”, não passará mesmo de mais uma cascata desse prefeito que até agora não disse a que veio.
SUBIU DE NOVO
No mês de julho, a quantidade de consumidores inadimplentes registrados na base de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) aumentou 4,43% em relação a julho de 2013. O indicador mensal de inadimplência do consumidor tem abrangência nacional e calcula tanto o número de brasileiros inadimplentes quanto a quantidade de dívidas em atraso. Esse resultado ficou ligeiramente acima do observado em julho do ano passado, quando o número de pessoas inadimplentes apresentou alta de 4,36%.
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