COMO O DIABO GOSTA
Essa é uma pergunta comum entre os portovelhenses: Por que os políticos (salvo as honrosas exceções) que integram as bancadas rondonienses (estadual ou federal) são tão ruins? A resposta não poderia ser mais fácil: “os políticos são maus porque os rondonienses não exigem coisa melhor”.
Somente isso pode transformar em realidade a especulação do momento. Isso mesmo, a maioria das pessoas indagadas pelo repórter (embora praticamente todos lamentem esse tipo de acontecimento) admite, com tristeza, que o ex-prefeito de Porto Velho, responsável por deixar a cidade como se por aqui tivesse passado um tsunami, será eleito deputado federal (Deus nos livre!).
Índices de pesquisas sobre a preferência do eleitor colocam como um dos mais votados para deputado estadual em Porto Velho aquele político que ficou conhecido por esconder dinheiro da corrupção nas cuecas, denunciado mais uma vez pela utilização de servidores públicos, na sua associação de “benemerência” (ah!ah!ah!ah!) onde fez uma cooptação às claras do eleitorado.
ATESTADO
Essas são situações que atestam de forma inequívoca a placidez com que os rondonienses mastigam e digerem os muitos escândalos praticados por seus políticos, considerando isso como um incidente da “silly season” e não como uma catástrofe moral a exigir combate e extirpação.
É por isso que pululam nessa campanha eleitoral candidatos representantes de famílias com membros condenados e presos pela prática da corrupção, alguns tão afoitos que chegam a pedir votos através de cartas que, claro, não devia sair do cárcere.
PURGATÓRIO
Fui no sábado ao evento programado pelo Tribunal de Justiça Eleitoral, realizado no tal (que cascata!) Mercado Cultural. Sai de lá desanimado com o público pequeno e que não demonstrava o menor interesse com o desfecho dessa campanha que, mais uma, vai acabar revelando os péssimos frutos saídos das urnas eleitorais.
Mais uma vez não será possível responsabilizar apenas o eleitor; mesmo sendo ele, com o seu voto, quem nos coloca nesse eterno purgatório onde medram as “famiglias” conhecidas e rotuladas por roubar as esperanças da coletividade e o dinheiro público sem nunca purgar, na cadeia, pelo esbulho, sem devolver nada aos cofres públicos.
DESILUSÃO
Num muro estratégico da cidade há uma pichação mostrando a crescente desilusão das pessoas: “Não vote! Lute, pois votar não tem consequência”. É a expressão de um escapismo mostrando o tamanho da desilusão do povo. E desta desilusão que se nutrem os maus políticos; aqueles reconhecidamente fichas sujas e os egressos de famílias mafiosas que se notabilizaram em promover escândalos e rombos.
A juventude é quem mais entra no estado de letargia, vítima da desilusão. É lamentável constatar como nossa juventude se comporta com resignação e conformismo diante dessas candidaturas, como a que roubou no passado, cerca de 10 mil empregos, tirando a paz da família rondoniense.
SOCIÓLOGOS
É difícil entender esse cenário. Quem sabe ele estimule cientistas políticos e sociólogos a procurar os ingredientes do caldo de cultura política que estimulou a venalidade, o nepotismo e a impunidade, o festim com os dinheiros públicos em nosso estado, onde a grande maioria busca na política a apenas o meio de servir-se e não de fortalecer a representação popular.
Um estudo desse cenário – com as implicações de suas origens – pode explicar o delírio de alguns protagonistas recentemente saídos da cadeia ao afirmarem por ai que terão uma votação superlativa.
É difícil aceitar, mas esses “ladrões do dinheiro público” que não ficaram na cadeia e disputam agora, com a chancela dos partidos e da Justiça Eleitoral, sabe como ninguém o sistema criou teias de dependência e cumplicidade com eleitores enraizados no chamado “toma lá, dá cá”.
SÓ REZANDO
Não nos iludamos. Com esse sistema ultrapassado que blinda marginais travestidos de homens públicos, impedindo a revelação do lado escuro dos mesmos para o grande público, veremos mais uma vez os vastos impérios dos corruptos com seus tentáculos de influência no poder de forma legítima, porque o povo votou em algum membro dessa “cosa nostra cabocla”.
Se o eleitor não aguçar sua capacidade de escolher os candidatos; se continuar volúvel e tolerante com aqueles que são um inegável abscesso da política estadual, só nos resta rezar para que aconteça a alteração necessária à saúde econômica e política de nosso estado.
TEMA DE HERMINIO
Este continua sendo o tema mais presente no discurso de José Hermínio, o deputado presidente da Assembleia que disputa a reeleição pelo PSD. Foi disse que o deputado falou segunda feira para um grande público de Candeias Jamari. Na oportunidade o experiente parlamentar destacou como esse combate não é fácil: “Aqui em Rondônia paga-se muito caro para ser honesto, combater a corrupção e a bandalheira”. Quem se mete por esse caminho é alvo de perseguições e difamações, que visam enfraquecer politicamente quem denuncia e não se cala, acentuou.
RETA DE CHEGADA
Tem até político experiente usando o chutômetro na hora de prever seus próprios votos. A rigor não nem mais 30 dias de campanha eleitoral. E nessa reta de chegada as ruas da capital se mantêm frias em relação ao pleito. A gente sabe que o processo eleitoral está em curso diante da poluição visual das principais vias, atoladas em cavaletes, mini-outdoors, estandartes e uma imensa fauna tão sorridente como as hienas.
Por aqui as coisas vão confirmando análises publicadas aqui na coluna desde o 1º semestre. E então, sem ameaças jurídicas contra sua candidatura, Expedido lidera a corrida; Confúcio patina e caminha como faz o caranguejo por força da rejeição crescente, enquanto Jaqueline Cassol cresce nesse vácuo de lideranças consolidadas.
QUINZE DIAS
O aquecimento dessa campanha não deve ultrapassar os 15 dias. Ruim principalmente para quem disputa a eleição proporcional. Tudo nos faz crer que é alta, muito alta, a porcentagem de quem ainda não sabe em quem vai votar para deputado federal ou estadual, e até mesmo para senadores, onde certamente a base consolidada dos votos é muito baixa.
Até a última semana da campanha será difícil consolidar a decisão de voto dos eleitores para a disputa legislativa estadual e federal. Por tudo isso, quem está na “guerra” não deve deixar se levar pelas tais “pesquisas” que, em tratando do voto proporcional, dificilmente acertam.
SAIBA COMEMORAR
Sábado próximo é o Dia do Sexo. A data é comemorada desde 2008, sempre em 6/9, uma posição praticada no mundo todo. Então, antes de ficar assanhadinho, vale lembrar que no Brasil o índice de novos infectados pelo vírus HIV cresceu 11% entre 2005 e 2013 segundo dados divulgados esse ano pela Unaids, programa conjunto das Nações Unidas.
INTERNET
Mas uma vez a interrupção do serviço de internet, de responsabilidade da OI, não permitiu que a coluna fosse publicada ontem. Em Porto Velho essa situação está virando uma lamentável rotina, sem que alguém tome providências.
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