ENTREVISTA? ONDE
Com certeza, mesmo em Rondônia, a tragédia que levou de forma prematura Eduardo Campos, o candidato a presidência pelo PSB deixará, mesmo em Rondônia, a sensação de um profundo buraco na política brasileira, uma sensação de vazio que terá de ser compensada e deverá influir muito no desfecho eleitoral.
Pessoalmente, essa partida imprevista desse moço (49 anos) que fez aniversário no mesmo dia do repórter, amplia a sensação de tristeza desses tempos.
No caso de Eduardo, o infausto foi precedido de uma entrevista do ex-governador de Pernambuco no Jornal Nacional, exatamente no dia 12. Na verdade, antes de Eduardo Campos foi a vez de Aécio e uma coisa está muito clara: a Globo não verdade não demonstrou até agora, nenhum interesse em dar para que os candidatos exponham suas ideias, seus projetos. O tal “entrevista com os candidatos” é mais tática para encurralá-los num tom raivoso e pouco educado dos apresentadores do Jornal Nacional.
SAIU-SE BEM
Eduardo Campos saiu-se bem do arrocho, mesmo diante de perguntas provocativas sobre como sua mãe virou ministra do TCU, e sobre insinuações de nepotismo em seu governo. Soube exercer uma rapidez de raciocínio que derrubou as intervenções de Boner arquitetadas para demoli-lo. Nem a insistente pergunta dos apresentadores sobre a diferença de perfil que tinha Eduardo Campos com sua vice, Marina Silva, fez desaparecer de seu rosto o sorriso e simpático emoldurando respostas inteligentes e convincentes.
PERGUNTA
O que é pior, construir uma pista de avião em terra desapropriada de parente ou a caixa-preta da CPI da Petrobrás?
SEM ENTENDER
Um eleitor se diz confuso diante dos fatos. Como o ex-prefeito dessa cidade conseguirá permanecer candidato após sofrer mais uma condenação?
Já dizia Rui Barbosa: “Todos os juízes tíbios, acreditam, como Poncio, salvar-se lavando as mãos do sangue que vão derramar, do atentado que vão cometer. Como quer que te chames, prevaricação Judiciária, não escaparás ao ferrête de Pilatos: O bom ladrão, salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde.”
CHOCADO
Sem dúvida – talvez até por ter assistido da tal “entrevista” do JN no dia anterior à tragédia – estou chocado. Por uma dessas coincidências do destino, Campos morre no mesmo dia 13 de agosto em que seu avô, o ex-governador Miguel Arraes faleceu. Ninguém sabia se na agenda de Campos estava marcada alguma visita para Rondônia. Aqui dois prefeitos importantes são do PSB. Um é Mauro Nazif que – como se sabe – está apoiando o PMDB de Confúcio que, por sua vez apoia Dilma e não Campos. Pode ser que por essa dificuldade de palanque ele não viesse à capital dos rondonienses.
Certamente até Mauro lamenta o trágico acidente e o falecimento tão prematuro de um político de raízes históricas com o povo brasileiro.
DOENÇA ATUAL
Fatos trágicos dessa semana deixaram este repórter embatucado. A morte do ator Robin Williams, nos Estados Unidos foi um desses fatos. Comecei a lembrar das observações de meu falecido pai. Ele há tempos me falou: “Sabe filho, a angústia vai ser um mal terrível no mundo, dentro de pouco tempo”. E acrescentava: “Se você em determinado sentir-se muito oprimido, venha falar com seu velho pai”.
Meu pai tinha, como sempre, razão. Estamos vivendo esse período em que a angústia é tanta que fica difícil falar de felicidade. Que outra coisa poderia levar um homem como Robin Williams a por fim à sua própria vida, se não fosse essa tal angústia?
FELICIDADE DIFÍCIL
A competição da vida nos dias de hoje torna a felicidade um bem cada vez mais difícil de ser conquistado. E até a política tem muito a ver com isso. Afinal, a sensação de satisfação plena deve ser uma das melhores definições para felicidade.
Vivemos um momento em que a distância determinada por ações políticas desastrosas das possibilidades das realizações coletivas para termos garantias de qualidade de vida é enorme. E isso, claro, gera todo tipo de frustração, impedindo a consecução da felicidade, principalmente quando procuramos e não encontramos atendimento de qualidade para nossas necessidades de segurança, de saúde, de lazer e trabalho. Tudo isso contribui para a angústia seja uma realidade crescente.
Muitos colegas de profissão aqui mesmo nessa Rondônia foram vítimas dessa doença dos tempos atuais. Angústia impede você de ser feliz. E quando não se encontra nem uma réstia de felicidade, o epílogo é a tragédia.
SEM GUERRA
De uma fonte muito próxima da candidatura chapa branca ao governo rondoniense ouvi ontem que não haverá guerra como desejam as torcidas organizadas e aliados. As razões obedecem as táticas do bom senso e do próprio momento político.
Pode ser verdade. Pelo menos, até agora as manifestações que ouvi ou li dos candidatos sinaliza que todos desejam mudanças no estado a partir do próximo ano. Só mesmo o candidato à reeleição não específico nesse sentido.
Os (vá lá) candidatos chamados de Oposição talam da eficiência dos governos e na qualificação dos serviços públicos ofertados, desde a segurança pública, saúde, educação até a mobilidade urbana.
PEITO ABERTO
Nesse momento há clima ainda indecifrado na sociedade. Portanto, quem sair de peito aberto, com ataques na direção do adversário, pode não ser compreendido, passando a impressão de oportunismo eleitoral. Assim, nos primeiros programas todos os candidatos (e especialmente os 3 primeiros colocados) deverão protagonizar atuações propositivas.
Expedido deverá gastar menos tempo com apresentações, focando e exibindo o conjunto das realizações de seus mandatos no Legislativo. Certamente Confúcio terá de procurar reverter a rejeição a si e ao seu governo. Se não tiver o que mostrar vai ter explorar sua própria biografia.
Jaqueline Cassol precisa se tornar o contraponto da disputa. A guerra declarada deverá ficar para sua participação nos debates. Certamente deverá contar com os esforços do marketing para vinculá-la aos tempos de mudanças reivindicados pela sociedade.
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