COBERTURA
Meu neto Isnard Matheus enviou-me a seguinte observação após acompanhar toda a cobertura da imprensa sobre os funerais de Eduardo Campos: “Vô: aimprensa brasileira, aparentemente de mentalidade aristocrática, parece que quer transformar Eduardo Campos numa espécie de Evita Perón de calça”.
CERTÍSSIMO
A decisão da Justiça Eleitoral que mantém inalterada a composição da chapa encabeçada por Jaqueline Cassol é mais um sinal de que vamos ter uma eleição em dois turnos. No princípio da corrida – quando havia dúvidas sobre a aprovação da candidatura do tucano Expedito – analistas ligados à candidatura chapa branca não acreditavam em realização de segundo turno. O medo começou quando Expedito foi confirmado candidato. E agora com a confirmação pela Justiça Eleitoral de que a candidatura de Jaqueline se manterá com a mesma composição, o susto é de – se houver um crescimento maior da irmã de Cassol, o segundo turno não poderá mais ser descartado embora permaneça incerto com que se dará a disputa diante da enorme rejeição do candidato chapa-branca.
NA MESMA TECLA
O deputado e presidente da Assembleia Legislativa, José Hermínio, tem batido sempre na mesma tecla para todos os públicos a quem tem falado em suas viagens para o interior: “O estado de Rondônia precisa de mudança total”.
INDISCUTÍVEL
É de embatucar a cabeça de qualquer cidadão dessa cidade que é capital rondoniense. Fui ao aeroporto no domingo e fiquei me perguntando ao ver o tamanho da obra onde o governo rondoniense em enterrando uma baba preta, no canteiro central da via expressa, construída nos tempos que Jerônimo Santana foi governador: ai esta uma sólida herança da indiscutível incapacidade de nossos governantes em definir prioridades. Sobre a obra houve sérias denúncias de irregularidades feitas pelo deputado José Hermínio que, como disse, levou o assunto ao conhecimento do Ministério Público. O que se discute é sobre a necessidade da tal obra (que não se incluí como prioridade) e qual a pequena porcentagem da população da capital irá desfrutá-la.
É DIFÍCIL RESTRINGIR
Impressionante o número de leitores decepcionados com a “aprovação de muitos candidatos” ficha suja pela Justiça Eleitoral nesse pleito. Eles insistem em buscar a opinião da coluna sobre o assunto, perplexos com a existência de candidatos denunciados e até presos em operações de combate à corrupção, isso se contar aqueles que receberam novas condenações após a homologação de seus nomes na esfera do Tribunal Regional Eleitoral, caso exemplificado pelo ex-prefeito de Porto Velho.
As razões, mais uma vez, são as dificuldades enfrentadas num país como o Brasil para pôr em prática qualquer restrição envolvendo políticos, aos quais cabe a última palavra sobre a elaboração de leis.
PRIMEIRO PRESO
O primeiro prefeito da capital rondoniense preso (e recentemente condenado mais uma vez) vai continuar em campanha com a esperança de conseguir um mandado de deputado federal. Embora tenha uma ficha reconhecidamente suja por parte da opinião pública, não poderá ter a campanha suspensa pela falta de uma condenação num órgão colegiado da Justiça. Nem mesmo as contas reprovadas no TCE tiveram peso para impedir a sua candidatura.
Nessa questão, há outro ângulo preocupante: esse candidato – bem como outros envolvidos diretamente com a improbidade administrativa e com os atos de corrupção – terá uma soma surpreendente de votos, pois aqui em Rondônia ainda prosperam os favores políticos como distribuição de cargos comissionados e portariados, sistema adotado ao longo da péssima gestão daquele que terminou sua façanha conhecido como Ali Babá do município.
EXPLICAÇÃO
Então a explicação é exatamente essa: Políticos condenados por improbidade administrativa, por doações eleitorais ilegais ou por abuso de poder econômico, entre outras razões, vêm conseguindo escapar do rigor da nova lei na maioria das vezes devido uma mera questão de tempo.
Por isso temos nessa disputa eleitoral deputados condenados por participação nos esquemas de corrupção e fraude denunciados nos últimos anos que escampam do rigor da Lei Ficha Limpa na maioria das vezes por uma questão de tempo.
Isso ocorre porque a justiça acaba se manifestando, em muitos casos, somente depois de os políticos terem registrado suas novas candidaturas. E o entendimento nos tribunais tem sido o de que, para produzir efeitos neste ano, a decisão precisaria ter sido proferida antes das inscrições na Justiça Eleitoral.
COMPROMISSO
Como as leis para barrar candidatos em desacordo com a moralização necessária para os cargos da vida pública parecem não funcionar, o compromisso de barrar aqueles que buscam ganhar uma eleição para usar o cargo como blindagem para falcatruas cometidas ou simplesmente para provocar rombos no erário é ainda do eleitorado.
Por isso, precisamos de eleitores mais conscientes e de instituições mais preparadas para impedir que os furos dessa peneira legal continuem tão amplos.
OMISSÃO É CRIME
A mania de nossas autoridades municipais de empurrar tudo com a barriga faz com que as omissões do poder público deságuem numa prática criminosa e que não pode continuar na impunidade. Venho ao tema por ter mais uma vez presenciado a omissão dos agentes de trânsito postados nas proximidades do shopping (na avenida Calama) com motoqueiros que insistem em carregar crianças de forma indevida e completamente ilegal, principalmente crianças da mais tenra idade ensanduichadas entre o motoqueiro e o carona (mulher), candidatos sempre uma tragédia.
SANDUICHE DE GENTE
Impressionante a passividade desses agentes municipais de trânsito para os inúmeros crimes desse tipo no trânsito. Esse tipo de conduta comum aqui em Porto Velho revela que os próprios agentes participam dessa criminalidade e deveriam ser severamente punidos por negligência, uma negligência que qualquer hora irá custar a vida de uma criança transportada como sanduiche pelos motoqueiros.
Acostumados à sensação de impunidade, a maneira irresponsável e criminosa de se utilizar a moto no trânsito local é cada vez mais realimentada, gerando cada vez mais acidentes graves no trânsito.
DIREITO DE TODOS
O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema. Fiscalizar é dar cumprimento ao texto legal do Código Nacional do Trânsito. O agente do trânsito não existe apenas para multar, para arrecada em favor da prefeitura. Ele não pode fazer vistas grossas à maneira como circulam as motos nessa cidade. É preciso compreender de vez: temível no trânsito é o motorista imprudente.
FORA DA LEI
E como era esperado, Porto Velho não cumpriu a lei pondo fim no seu lixão, mas, como é praxe, acabou gastando uma fortuna com a contratação de gente de fora para a realização de “estudos” e elaboração de projetos, etc, etc, etc. Isso, salvo melhor juízo, é apenas uma maneira de torrar dinheiro público em favor de acordos e contratos quase sempre suspeitos.
Temos aqui mesmo em nossa capital os engenheiros capazes de projetar e construir aterros sanitários em acordo com as exigências do meio ambiente. O problema é que nossa prefeitura prefere contratar gente de fora até para inverter o trânsito na 7 de Setembro.
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