O RETORNO
E de repente as férias terminaram. E com a coluna desse dia 11, retornarmos ao batente, após ter comemorado, ontem, mais um aniversário. Sempre há motivos para agradecer, mas não nego: estou cada vez mais cansado de avançar na idade sem enxergar perspectivas de um Brasil melhor, de um país capaz de justificar o tal orgulho pátrio.
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LADEIRA ABAIXO
E quando a gente retorna do exterior fica mais fácil compreender por que a alta estima do povo brasileiro está tão em baixa. O que vemos lá fora, mesmo num país pequeno como a RD, realça ainda mais o caráter de esbórnia da governança brasileira, que nos coloca numa situação humilhante de viver num país continental, aonde as aspirações de se chegar ao primeiro mundo estão tão distantes como sempre estiveram, especialmente pelo permanente conflito de sermos governados por políticos da pior espécie, que apenas colocam o país para baixo, descendo a ladeira.
O POVO NÃO QUER
Mas não é só culpa dos dirigentes e dos representantes políticos. É resultado de um número gigante de pessoas que, de verdade, não aspiram transformar o país numa nação séria, com avanços reais e não simples vôos de galinha, apesar de todo o marketing oficial. Então, enquanto for possível, vamos tocando a bola prá frente sem, claro, cair no conto do vigário dessa esquerda aloprada que só tem interesse nas boquinhas do governo dos “companheiros”. E enquanto esse pessoal tiver dando as cartas no andar de cima, o Brasil vai continua como país de terceiro mundo, justificando a estrofe de seu próprio hino que ressalta o “deitado eternamente em berço esplêndido”.
A ILHA
E mais uma vez o estado de Rondônia é apresentado como uma ilha de tranquilidade no revolto e encapelado mar da crise que afeta o país. Foi a conclusão a que cheguei ao ler declarações atribuídas ao presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, por ocasião da reabertura dos trabalhos do Legislativo estadual.
Disse o nosso ínclito político que o estado “atravessa um bom movimento econômico”, mesmo reconhecendo a existência de uma crise no restante do Brasil. E acrescentou: “Rondônia está fazendo investimentos e assegurando um cenário positivo para investimentos”. Então voltamos aos tempos do Teixeirão, quando era afirmação corrente de que o estado funcionava como uma “ilha de tranquilidade”, num país à beira do abismo.
PROJETO DIFERENTE
Tais afirmações me deixaram embatucado: será que Maurão de Carvalho, candidato certo à sucessão do governo em 2018, que o deputado está negociando sua ida para o PMDB? Afinal, mesmo reconhecendo que Maurão nunca teve perfil de oposição não dá para acreditar que ele fez uma defesa tão segura do governo estadual sem um objetivo definido. Bom, o deputado Maurão é um gentleman e esse deve ser o motivo do elogio que fez. Não acredito que Maurão pretenda disputar a sucessão estadual defendo projeto como esse que o PMDB executa no governo estadual. Creio que ele vai se apresentar como uma alternativa à essa coisa que muitos ainda teimam em batizar de gestão.
OPORTUNIDADE
O reinicio dos trabalhos do Legislativo nesse mês de agosto é uma nova oportunidade para impulsionar o fortalecimento do marco normativo em matéria de transparência e fiscalização. Maurão parece disposto a apoiar o interesse dos deputados mais jovens (especialmente os estreantes) de desempenhar um trabalho de braços dados com a sociedade e, deve ser por isso, anunciou a manutenção de um calendário recheado de audiências públicas, onde deveriam se destacar temas de como o parlamento pretende desenvolver ações de anticorrupção, uma praga real em todos os estados brasileiros, não sendo Rondônia, como parecem imaginar alguns, nada dessa ilha de tranquilidade.
GÊNIOS
Como acreditar que num quadro de recessão que coloca o Brasil como alta inflação, com PIB em decadência, aumento do desemprego, criminalidade em disparada total, onde tudo tentado até agora para contornar os efeitos da roubalheira praticada pelos políticos e por dirigentes do andar de cima (levando à prisão próceres do governo e de seus partidos aliados, além de empresários poderosos) o nosso estado de Rondônia é mesmo essa ilha binoculada pelo presidente da Assembleia?
Então, talvez a presidenta (ainda) Dilma devesse levar para Brasília os mágicos de Rondônia para conseguir ultrapassar a crise em que se debate o país. Afinal, com o Levy e mais a penca de ministros rodeando a presidenta os resultados até agora são menos que pífios.
EMBUSTEIRO
Quando ainda estava no exterior tomei conhecimento da manifestação de dona Fátima Cleide de apoio a José Dirceu, preso novamente pela Lava Jato, suspeito de novas práticas de corrupção no escândalo da Petrobrás. Não me surpreendi. Afinal, fui o primeiro analista político a afirmar que dona Fátima, premiada com um mandato de senadora na onda do lulapetismo, não renovaria seu mandato e caminhava para o ostracismo político, exatamente por não ter aprendido praticamente nada no período em que fez parte da casa mais importante do legislativo nacional.
A defesa apaixonada de dona Fátima em favor de Zé Dirceu, chegando ao ponto de atacar autoridades do Judiciário que determinaram sua prisão simplesmente reforçou minha convicção de que a ex-senadora continua fascinada por embusteiros, invariavelmente mentirosos e autoritários, ainda crendo na possibilidade de vender ilusões ao povo brasileiro.
SEM IMPORTÂNCIA
A primeira senadora rondoniense não tem mais importância e nem assim está resignada. Ao externar sua opinião de apoio a um sujeito condenado pela Justiça como corrupto no caso do “Mensalão” e agora preso pelas autoridades responsáveis pela operação Lava Jato, apontado como influente personagem no escândalo do “Petrolão” que colocou a Petrobrás na lona que era orgulho do Brasil, claramente se posiciona como alguém que não entendeu o momento em que o país vive. A população brasileira cada vez repudia mais essa ideia de que os petistas de alto coturno, como o Zé Dirceu, são seres ungidos, que ao contrário dos seres comuns, não podem ser punidos com os rigores da lei pela prática do roubo, da corrupção e do esbulho.
LONGE DA TERRINHA
Da até para desconfiar que dona Fátima continue lucrando politicamente por ter sido senadora. Afinal, como é público e notório, embora apeada da vida pública pelas derrotas eleitorais, ela não voltou ao seu antigo cargo no nível do professorado e nem vive mais em Porto Velho. Certamente conseguiu pelas vias da política uma “disposição” oficial para viver na chamada “cidade grande”, muito distante de suas origens de “beiradeira” de que se orgulhar tanto, pelo menos como dizia nos discursos de campanha. É bom lembrar que em São Paulo, fora o pessoal que está na prefeitura, o governo de Dilma tem mais de 500 cargos entregue a petistas.
O ANIVERSÁRIO
Ontem o colunista completou mais um ano de vida. Agradeço todas as mensagens recebidas em torno dessa efeméride. E para ilustrar bem este momento, transcrevo uma mensagem de minha sobrinha Daniele Mesquita, de Limeira (SP): Existem momentos na vida em que a melhor saída é seguir em frente. Focar em você, você e você. Deixar para trás o que ficou para trás. Respirar novos ares, conhecer novas pessoas e viver novas aventuras. E se no caminho alguém olhar para você te chamando de egoísta, você responde: Não sou egoísta, apenas conheci o amor próprio.
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