FILOSOFANDO
“Quando eu desesperar, me lembro que em tudo na história, os modos da verdade e do amor sempre ganharam. Houve os tiranos e os assassinos, e durante um tempo eles podem parecer invencíveis, mas o fim eles desabam sempre. Pense nisto – sempre.” MAHATMA GANDHI (1869/1948), fundador e idealizador do moderno estado da Índia. Antes de liderar a libertação da Índia da colonização inglesa, Gandhi foi advogado atuante na África do Sul.
APOSTA
Há – e não poderia ser diferente – um sentimento (ainda) muito positivo sobre uma substancial melhoria da gestão municipal em função do novo prefeito Hildon Chaves, no comando da tão abandonada cidade de Porto Velho.
Se aposta num ano de 2017 muito melhor que o findo ano de 2016. Especialmente diante das prometidas PPPs durante a campanha do novo prefeito para resolver questões insólitas como o esgotamento sanitário da fétida e insalubre cidade. Mas é bom não esquecer os matizes nada animadores do cenário recheado por problemas nunca atacados de frente nas gestões anteriores.
CENÁRIO
A cidade exige do novo prefeito Hildon coragem extremada para se converter num super-herói. Isso será necessário para enfrentar (e resolver) os graves problemas locais, no âmbito de sua competência e atribuições.
A exemplo do lixo, da mobilidade urbana, iluminação pública, trânsito, habitação, saneamento básico, educação etc, obrigando-se, ainda, a ter que equilibrar seus orçamentos, objetivando atender aos rígidos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. São desafios hercúleos para o prefeito Chaves.
Quer mais? O novo prefeito tem de enfrentar o crescente esvaziamento da receita pública, à falta de acesso ao crédito, o acirramento provocado pela guerra fiscal e as privatizações do setor público. Tudo isso sem se falar do pacto federativo brasileiro com sua desproporcional e injusta partilha do bolo orçamentário tributário.
IRRELEVANTE
Tem camarada por ai tentando superdimensionar o informe, corroborado pelo próprio prefeito Hildon, de que Nazif deixou cerca de 20 milhões de reais no caixa da prefeitura. Isso – levando-se em conta o desastre da Turma do Quibe na gestão que acabou sem nenhum legado, sem nenhum grande investimento, não significa praticamente nada. E mesmo assim já pintam no pedaço os trombeteadores especializados em puxa-saquismo colocando o lamentável ex-prefeito como “poule de dez” para voltar à Câmara dos Deputados. Se o povo não for totalmente desmemoriado Nazif está condenado a cair no completo ostracismo e nunca mais voltar à ribalta pública.
PARALISAÇÃO
Se o novo prefeito continuar claudicando na definição e nomeação do pessoal do escalão intermediário da administração da capital pode acontecer uma grave paralisia nas atividades corriqueiras da prefeitura. Foi o que disse ontem uma fonte à coluna, ilustrando com experiência própria “a crise” vivida como fornecedor da prefeitura que “não consegue receber” seus créditos pela falta de pessoal para cuidar da burocracia na liberação de pagamentos já devidamente instruídos no âmbito da Semfaz. Também está ocorrendo situação idêntica em setores responsáveis pela liberação de documentos simples como certidões.
ARREMEDO
Deveríamos todos nós não se contentar com atitudes mais parecidas como aquela história de se tapar o sol com peneira. Definitivamente não dá para engolir a lorota de que está em execução alguma política capaz de tirar o segmento cultural da capital rondoniense do bas-fond.
Vivemos numa capital onde a Casa da Cultura não passa de um reles cabide de emprego, incapaz de organizar e executar um calendário mínimo de eventos respeitáveis em segmentos como artes plásticas, exposições fotográficas, folclóricas e até de artesanato. Ninguém visita (talvez uns gatos pingados) e “agitadores” de araque, mantidos na folha de pagamento.
GENUÍNO
Se o poder público pretende verdadeiramente apoiar as genuínas manifestações culturais de Porto Velho, por que não dar apoio de verdade ao projeto “Fina Flor do Samba” que pelo esforço de artistas locais como Ernesto Melo acontece todas as sextas feiras no “Mercado Cultural” (embromação onde o antigo governo petralha enterrou uma montanha de dinheiro), na praça Getúlio Vargas. Até agora essa manifestação de bom gosto da arte local só acontece pelo denodo de nossos verdadeiros menestréis e não pela ação da Funcultural ou de qualquer coisa ligada ao Poder Público municipal ou estadual.
POSITIVISMO
É claro que o novo governo da cidade de Porto Velho está engatinhando. O positivismo gerado com seu eleição ainda está de pé. Torcemos todos pelos acertos de Hildon Chaves e seu vice, o Edgar (Tonial) do Boi. Em apenas 14 dias de sua gestão é perfeitamente compreensível o temor que causa na opinião pública o registro de duas defecções de seu secretariado.
Mas se isso causa preocupação, também há justificativas para otimismo com as medidas efetivas que – essa é a verdade – respaldam estruturalmente a animação gerada com sua vitória acachapante, sem a influência de caciques ou siglas políticas.
REFLEXÃO
O prefeito Hildon Chaves é neófito no ramo. Agora no comando do município é natural que seja assediado por todo tipo de gente, principalmente de quem se julga cacique político ou de quem tem mandato eletivo e persegue benesses pessoais ou eleitorais.
Hildon pode até não saber, mas entra prefeito e sai prefeito e a cantilena de todos se repete: ninguém vai lá oferecer nada. Ao contrário, todos vão pedir alguma coisa para si, para parentes, cabos eleitorais, etc, etc.
ARAPUCA
Nos bastidores há comentários frenéticos de que ao contrário de ideólogos Hildon está se cercando de políticos manjados. Eles criam uma redoma de vidro para impedir o acesso ao prefeito. Boa parte dos companheiros da primeira hora, na trincheira da campanha, não escondem suas contrariedades.
Hildon deve rechaçar os luas-pretas se quiser ter uma carreira política saudável. Conviver de forma cordial com aqueles que estiveram na batalha pela vitória de outubro é sinônimo de longevidade política. Até agora, a Prefeitura de Porto Velho funcionou como uma arapuca política para pegar personagens que se achavam os bambambãs do poder local.
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