FILOSOFANDO
“O insulto é a razão de quem não tem razão.” Francisco de Quevedo y Santibáñes Villegas (1580/1645), poeta e político espanhol, nascido em Madrid, de família fidalga que ficou órfão aos seis anos. Como intelectual, recebeu vários elogios de Miguel de Cervantes.
VOTAÇÃO
Deve acontecer hoje a votação do relatório feito pelo senador Antonio Anastasia em favor do impeachment de Dilma Roussef. Os petistas fazem, muito barulho aproveitando a decisão do Ministro Teori Zavascki, do Supremo, que suspendeu o Eduardo Cunha do mandato de deputado federal, liminarmente, atendendo ação proposta pela Procuradoria Geral da República.
Aliás, como afirmou o próprio defensor de Dilma, o pedido de anulação do processo será levado à apreciação do próprio STF.
Isso posto, a coluna de hoje tem por obrigação focar esse assunto que domina a política nacional, deixando os assuntos locais para as próximas edições da coluna.
COM OS PRÓPRIOS PÉS
Num imortal samba de Cartola o ícone da Mangueira bem avisou a própria filha que decidiu, por si só, sair de casa para viver uma união de amor adolescente, que ela corria o risco de “cavar um abismo com seus próprios pés”. Esse verso de Cartola serve como reflexão no caso de Dilma Roussef.
A situação em que se debate a (vá lá!) presidenta parece comprovar que ela não teve ao longo de todo o tempo de presidência uma noção do significado do cargo num país onde as instituições democráticas são efetivas e o império da força da lei se sobrepõe ao da lei da força.
Certamente instada pelo seu mentor principal, Dilma agiu como se fosse dona do país, como se a enorme votação conseguida não fosse produto de um claro estelionato eleitoral. Por isso tem diante de si agora o inevitável abismo.
ALGO PARECIDO
Algo parecido acaba de ocorrer em Rondônia com a condenação de dois ex-secretários de Saúde do estado, com destaque especial para ex-deputado Miguel Sena, condenado por desvios naquela pasta a mais de 6 anos de reclusão no semi-aberto. Sem preparo e sem aceitar bons conselhos Miguel descobre da pior maneira que agora não terá solidariedade de ninguém. Ele deixou de ser politicamente importante. Outras provações virão por ai…
MENTIRAS
Foi preciso muitas mentiras, muitas jogadas sujas, muito dinheiro escuso surrupiado da Petrobrás para vencer as eleições. Afinal, revelou a própria Dilma: “para vencer as eleições faço o diabo”. Parece ter verdadeiramente se convencido que o Brasil era uma propriedade sua.
O método da mentira despudorada utilizada para chegar ao Poder é usado agora para escapar da sentença do impeachment. É claro que essa afirmação, constantemente repetida, de que “isso é golpe” não tem a menor veracidade. Agora não tem jeito: vai pagar caro por sua irresponsabilidade.
INCOMPETÊNCIA
Foi a absurda incompetência dessa (vá lá!) presidenta que levou o país à destruição de sua indústria, a volta da inflação, desemprego galopante e uma crise moral, política, de valores, sem precedentes.
Ela tem que sair não só pelas pedaladas, pela atribuição dos crimes de responsabilidade mas por ter, também, perdido a noção das coisas. O maior erro de Dilma (e do PT) foi imaginar que o império da lei se sobrepõe da lei da força.
MUDANÇAS
Como tantas vezes vaticinamos, Dilma vai descer a rampa nos próximos dias e Temer vai iniciar o tal governo da transição. E com ele – é o que se espera – as mudanças necessárias para tirar o Brasil do enorme abismo. Fazer mudanças é o discurso em voga, no nível do Brasil e também do estado rondoniense e do amado município de nossa capital de Porto Velho.
Mudar envolve atitude, coragem, ou seja, para que as modificações aconteçam é preciso que as pessoas envolvidas, não apenas queiram, mas façam os movimentos necessários e se sensibilizem em prol delas.
AFINAL
Muita gente não sabe, mas o Partido dos Trabalhadores ainda comanda no Brasil um reino encantado montado pelo lulopetismo e custeado pelo Estado Brasileiro que mantém 107 mil cargos comissionados cujos ocupantes – a maioria membros da Tigrada Vermelha – recebem uma polpuda gratificação por mês além do salário que está longe de ser mínimo…
Algumas questões políticas e econômicas discutidas na atual situação em que vive o país devem ser feitas, principalmente com responsabilidade e competência e merecem destaques, como as relações políticas que são estabelecidas dentro da sociedade e evolvem condição essencial de vida, como programas e pontos relevantes como saúde, segurança e etc.
SEM AS TETAS
A eventual subida de Michel Temer ao Trono do Planalto deverá franquear ao PMDB e aos camaradas da Campanha pelo Impeachment, uma oportunidade singular no processo político: afastar a Tigrada Vermelha das tetas da Vaca Barrosa e colocar no lugar de bezerros gordos vários bezerros magros e ainda despreparados para mamar nas em tetas por onde mana leite e mel.
Que ninguém tenha dúvida: as hordas do astuto PMDB estão de olhos abertos nos cargos que ficarão vagos e nas benesses e bondades que ditos cargos oferecem a quem for ungido pela nova estrutura que substituir a do lulopetismo no planalto e nas planícies. Os cargos mais disputados são os de Direção e Assessoramento Superior (DAS) – que são mais de 22 mil e rendem muito por mês.
SEM MILAGRES
É preciso que todos os brasileiros se conscientizem que o PMDB de Michel Temer foi sócio do PT no desmonte da economia nacional. Se Dilma for defenestrada em breve do Planalto pelo Senado, só com um governo de união nacional, realista e sem fantasia, será possível tirar o País do calabouço onde está metido. Ninguém espere por milagres neste momento no Brasil. A política favorável deve sempre apresentar-se do lado e em prol da sociedade, jamais o contrário. Assistir brigas partidárias em busca de poder, mais dinheiro, sempre vai fortalecer o que hoje se combate, a corrupção.
EIXO CENTRAL
É verdade. Na situação atual do Brasil a sensação é a de que estamos no mato sem cachorro. Não creio que haverá possibilidade alguma de anular o processo de impeachment contra Dilma em tramitação no Senado. Estou convencido de seu afastamento ainda nesse mês.
Parece-me ser essa é uma oportunidade para dar um refresco ao Brasil, desanuviando o horizonte de incerteza total. Mas, claro, não é a solução necessária que, pelo visto, ainda está longe.
Mas dá para confiar num governo do PMDB? Como disse o procurador Rodrigo Janot, PT e PMDB são o “eixo central” do Petrolão.
SEMELHANTES
Os peemedebistas não são diferentes dos petistas na sede por cargos e na vocação para “negócios privados com dinheiro público”. A maioria da população quer se ver livre do PT, mas, com certeza, não está disposta a bater palmas para o PMDB.
É claro que Michel Temer é um hábil negociador, qualidade que Dilma não tem, e terá a seu favor a esperança dos brasileiros, natural em qualquer cenário de mudança política.
DIFERENÇAS
Pode parecer que não, mas faz toda diferença o cidadão brasileiro saber, a diferença de sociedade política e sociedade civil. A sociedade política diz respeito à administração pública, poder judiciário, as forças armadas, já a sociedade civil é onde estão os partidos, escolas, empresas, os sindicatos, movimentos sociais e populares. A sociedade civil tem as suas próprias instituições para levar as reivindicações ao Estado, sendo os partidos políticos as principais instituições, mas também os sindicatos e os movimentos sociais. Então mudanças já.
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