Em Linhas Gerais

Dificilmente há de se encontrar um transporte urbano pior que o existente em Porto Velho – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

Eu fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue e nem eu fujo dele. Qualquer dia a gente se encontra.Mário Lago (1911/2002). Ator e letrista de samba brasileiro.

 FALTANDO

Menos de duas semanas para o encerramento do primeiro turno dessa eleição em que além de vereadores estaremos escolhendo o próximo prefeito de Porto Velho e o que constatamos é que as campanhas continuam para lá de fracas, especialmente pela escassez de propostas. Ainda não deu para apontar quem é realmente o dono do tão esperado novo discurso, das novas propostas.

 EXPECTATIVAS

Restam os dois últimos debates programados na televisão como expectativa do que os candidatos finalmente irão dizer ao eleitorado, até agora sem empolgação visível por qualquer um dos postulantes. O primeiro debate vai acontecer na TV Record. Certamente terá mais importância do que os anteriores, pois a emissora detém índice muito maior de audiência em relação à Rede TV e a TV Allamanda, de pouquíssima visibilidade.

Mas, claro, o debate com maior impacto, capaz de promover a virada até de campanhas de meros figurantes, será a da TV Rondônia (retransmissora da Globo) por sua audiência superior.

 E O NOVO?

Antes desses debates anunciados pelas duas mais importantes emissoras de TV da capital vamos permanecer com as dúvidas sobre qual candidato personifica verdadeiramente o novo.

Pelos programas do horário eleitoral gratuito (com uma melhora no discurso do tucano Hildon Chaves) não dá para definir qual candidato tem projetado a Porto Velho do futuro com propostas confiáveis e factíveis.

Fica tudo no plano das intenções, como aconteceu com a afirmação do jovem Leo Moraes, candidato do PTB, sobre a conclusão das obras habitacionais paralisadas, em franca decomposição, iniciadas ainda nos tempos em que a prefeitura estava no comando do petismo.

 SÓ INTENÇÕES

Pena que Leo Moraes não explicou como fará esse milagre da Fênix, de onde arrancará os recursos e nem explicou nada sobre supostas parcerias público-privadas. Tudo como dantes. Tudo meras intenções. São alternativas nada confiáveis, exatamente como aconteceu no tempo em que o PT fez o que quis na prefeitura, gerando a manada de elefantes brancos, filhotes da fracassada “maior obra viária urbana” inventada pelo famigerado ex-prefeito que só funcionou na propaganda.

 TUDO COMO ESTÁ

Por tudo o que disseram no horário eleitoral e nos debates, nenhum candidato ainda se comprometeu a dar, de maneira objetiva a guinada na gestão de Porto Velho, necessária para fazer o município crescer de verdade, no aspecto econômico, social, cultural e político.

Até agora a sensação que se tem diante da exposição desses candidatos é que preferem deixar tudo como está.

É no mínimo uma contradição ouvir o atual prefeito (candidato à reeleição) dizer agora que não fez nada por ter recebido uma herança maldita, uma prefeitura destroçada pelo seu antecessor, Roberto Sobrinho.

Ora, por que Mauro não fez absolutamente nada para mostrar a tal “herança maldita” e responsabilizar quem afundou as finanças públicas ou jogou no ralo os recursos da cidade, quando assumiu? Nem uma simples sindicância…

 TOMADA ESPECIAL

Na verdade só o candidato tucano Hildon Chaves, que já foi promotor de Justiça, anunciou a decisão de, se ganhar, ter como providência primeira a realização de uma “tomada de contas especial” a ser pedida ao Tribunal de Contas do Estado, para saber que tipo de abacaxi estará caindo em suas mãos e onde estão os ralos usados para escoar o dinheiro do contribuinte.

 CONSERVADORES

Na observação do coluneador (o vocábulo, revisor, é este mesmo) nem a presença de um candidato jovem como Leo Moraes derruba o aspecto de conservadorismo dominando os pretendentes a governar a capital dos rondonienses.

Esse jornalista não ouviu nada inovador na exposição dos candidatos sobre, por exemplo, o que pretendem fazer para por um ponto final no caótico trânsito e em quanto tempo essa solução virá. O mesmo vale para o transporte urbano.

 CORONEL

Mauro manteve na Semtran um coronel de pijamas… O que farão os outros candidatos?

Dificilmente há de se encontrar um transporte urbano pior que o existente em Porto Velho. E mesmo assim, o atual prefeito fala disso com orgulho, como se a sua “solução emergencial” tivesse contribuindo em alguma coisa, a não ser para gerar punições do TCE, inclusive com multas que a municipalidade vai pagar.

 AINDA NÃO

Então pelo andar da carruagem a capital rondoniense ainda não terá um prefeito capaz de revolucionar a gestão pública chinfrim. Continuaremos sem alguém com o espírito revolucionário de um Jaime Lerner, arquiteto que na prefeitura de Curitiba (PR) transformou a cidade com sua visão de integração urbanística.

Se não surgir daqui para o final dessa campanha alguma proposta verdadeiramente inovadora, inteligente, factível, Porto Velho vai continuar com seu crescimento desordenado

 DEMANDAS

O candidato Leo Moraes visitou conjuntos residenciais paralisados para dizer do seu interesse em concluir um programa habitacional mais inteligente. Todavia não explicou exatamente o que fará.

Se o próximo prefeito utilizar o manto da demagogia dos tempos atuais sem pensar em soluções de problemas ligados a essa questão – estaremos dando continuidade ao aumento de demandas suplementares como infraestrutura própria e de deslocamentos para quem não encontrar emprego próximo de sua moradia, sendo obrigado a fazer mais viagens no transporte coletivo.

 ABANDONO

Para o colunista, mobilidade é colocar a moradia perto do local de trabalho. Então é preciso ter um olhar especial no sentido de gerar empregos na região dos novos conjuntos residenciais. E tem mais: as ruas precisam ser bem cuidadas, bonitas, vibrantes para estimular as pessoas a caminharem, a se socializarem. Porto Velho ainda é, lamentavelmente, uma cidade sem praças, sem árvores, sem áreas de lazer… Uma cidade bruta e perigosa.

Os candidatos estão devendo esclarecimentos claros ao eleitorado da capital sobre as várias questões responsáveis por transformar a cidade num exemplo de abandono do Poder Público.

 IMAGINAÇÃO

Ainda não sei como serão os números da próxima pesquisa do Ibope a ser difundida pela TV Rondônia. Mas pelo cenário nas ruas e nos comitês parece que o apoio da máquina do governo e dos caciques políticos do PMDB ao nada simpático Williames Pimentel está sendo devastador contra seus concorrentes. Em algo como duas semanas de campanha pesada Pimentel, pela primeira vez na ribalta eleitoral, visivelmente agregou musculatura suficiente para chegar ao segundo turno. Vamos esperar as revelações do Ibope.

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