Em Linhas Gerais

Debate Inútil: Foi um puro desperdício de tempo, onde Confúcio voltou-se para ele mesmo- por Gessi Taborda

DEBATE INÚTIL

Record22Se no primeiro debate desse segundo turno acabei dormindo ao constatar que perdia o meu tempo pois daquele mato não sairia coelho algum com a discussão de projetos e do futuro de Rondônia, no segundo debate (da Candelária), realizado na noite de sexta, confesso ter me sentido desrespeitado como eleitor e cidadão, diante das cenas de verdadeira briga de rua protagonizada na telinha da televisão, onde um governador simplesmente esqueceu da postura inerente ao chefe de estado e passou a ser o menino provocador, espalhando impropérios contra um concorrente que não soube (ou não quis) se defender e mesmo assim virou “o falastrão” da briga.

Foi um puro desperdício de tempo. Desperdício de tempo, onde Confúcio voltou-se para ele mesmo, garantindo que a Rondônia de hoje é o suprasumo dos estados brasileiros até em questões como Educação e Saúde. Não houve espaço para o debate em torno de compromisso, plano e realização de fato. Tudo ficou no campo das maquetes daquilo que um dia (sabe Deus quando!) poderá ser feito no estado. Um festival de lorotas de um “menino boquirroto” e com rompantes de “valentia” diante do oponente.

NO PASSADO

ruibarbosa3Antes de 1930, a famosa República Velha, não havia praticamente campanha, ninguém sequer imaginava a televisão, o rádio havia sido inventado (por Guglielmo Marconi), mal chegara ao Brasil. Com Rui Barbosa candidato a presidente em 1910, era ele quem “carregava nas costas” a própria bandeira, promessas ou compromissos.

Geralmente era um candidato único, imposto pelos próprios ocupantes do Catete. Rui quebrou essa candidatura exclusiva. Mas como só existia o Partido Republicano, teve que se lançar como independente, numa campanha maravilhosa. Esse voto independente durou até 1933, quando já não interessava aos senhores do Poder.

Naquela época se institucionalizou na política a “plataforma” dos candidatos. Era em cima dela que os candidatos procuravam conquistar seus eleitores. Isso chegou a Rondônia e foi usada na escolha do primeiro governador eleito do Estado. Era um esquema que, para funcionar, dependia de ruidosos e grandes comícios, eventos que sofriam esvaziamento se feito no horário da “novela das oito”. Era uma época em que os candidatos precisavam do dom das palavras para fazer repercutir entre o povão seus discursos. Jerônimo foi certamente o último grande tribuno de palanque do estado.

DESERTO

Record22Honestamente o debate da Candelária só serviu para o convencimento de que estamos constatando a triste realidade do chamado deserto de homens e ideias, que ainda deverá durar por vários anos. O debate não mostrou alternativa para que nós, eleitorado, pudesse cortar caminho com a eleição do próximo domingo, escolhendo verdadeiramente um projeto capaz de dar cara nova ao estado; de dar a Rondônia a oportunidade de se inserir, política e economicamente, no contexto dos estados mais desenvolvidos do país.

Hoje não existe mais o palanque dos tempos em que a política se fazia no contato direto dos eleitores com os candidatos.

Existem os debates, mas, pelo menos aqui em nosso estado, eles estão em decadência, não informam, não facilitam a vida do eleitor no momento da decisão. São meros “aglomerados” da claque paga que, do lado de fora das emissoras, balançam bandeiras de partidos que também não significam muita coisa.

 

PAIS DA MENTIRA

Record22A política traduz de forma incontestável que somos o país da mentira. Em 1997, surgiu essa versão de horário eleitoral GRATUITO, que rádios e televisões adoram. Pois é muito bem pago, diretamente e sem receio de “calote”. É descontado diretamente do Imposto de Renda. Mas a campanha dos candidatos continuou insípida, monótona, indiferente, taciturna e desastrada. Daí a ideia de que a salvação estaria nos debates.

Ledo engano. Tá certo que em Rondônia estamos longe do profissionalismo das redes de TV. Aqui, nosso mediador erra na condução da pugna. Foi o que se viu na noite de sexta, colocando em becos os candidatos.

O debate foi uma passarela de baixarias, onde prevaleceu – especialmente da parte do candidato chapa branca – a tática de tirar do eleitor o direito a ser bem informado, inclusive sobra as denúncias de corrupção, de nepotismo, do endividamento do Estado e vai por ai afora.

CADÊ A REJEIÇÃO

Record22O candidato à reeleição ficou livre de dar explicações no debate da noite da última sexta feira às denúncias feitas na delação premiada pelo seu ex-secretário adjunto da Saúde, o Batista, sobre sua participação na quadrilha montada para praticar fraudes e extorsões no governo, procurando arrancar dinheiro de fornecedores do Estado para o pagamento das dívidas de campanha de Confúcio.

Não teve de explicar até hoje o caso de apropriação indébita praticada no Iperon, capaz de abalar ainda mais a previdência dos servidores do estado.

ELE RESISTIU A CANDIDATURA

Record22Ora, Confúcio resistiu – quando se começou a definir os nomes da disputa – a ser candidato por medo do reflexo de sua altíssima rejeição. Acabou topando a parada imaginando que teria de enfrentar concorrentes muito fracos já que imaginava ver Expedito fora da disputa.

Mas não foi o que aconteceu. Expedito recuperou sua elegibilidade e entrou na disputa. Sua candidatura estabeleceu o equilíbrio no confronto. O governador não conseguiu – até esse momento – cristalizar o seu favoritismo. Mas, reconheça-se, o governador reconhecido como campeão de rejeição, está se saindo muito bem com seu marketing que se apropria de iniciativas de governos anteriores e das promessas de um suposto tempo de concretização de novas promessas.

RETA DE CHEGADA

IndecisoAinda há tempo para captar votos, como os dos indecisos, que poderá ter um efeito surpreendente na escolha do próximo governador. Os candidatos, como se diz, estão empatados perante o eleitorado. Quem tiver um desempenho positivo no último debate (que deverá ser o da Rede Globo) pode sair da lá com o passaporte carimbado para entrar no Palácio Getúlio Vargas. Mas se debate servir apenas como pano de fundo para um briga de meninos na saída da escola nada vai mudar no cenário até o momento final das urnas.

Embora não se possa confiar nas pesquisas a demonstração de pânico, na tentativa de massacrar o candidato tucano, faltando-lhe com o respeito como aconteceu no debate do final semana, é possível imaginar que ao final Expedito terá uma leve vantagem, principalmente se aproveitar melhor os próximos debates. Nas ruas, a gente capta um sentimento popular em favor da alternância de poder.

Em Linhas Gerais

Gessi Taborda

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