Policial

Criança espera ambulância por mais de 3 horas no chão de hospital de RO

Testemunhas precisaram acionar a imprensa para que transporte ocorresse.
Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) diz que vai apurar o caso.

Uma criança de 11 anos de idade que ficou mais de três horas a espera de uma ambulância para ser transferida do Pronto-Socorro João Paulo II (JPII) para o Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD), nesta segunda-feira (7) em Porto Velho. A situação deixou o pai da criança revoltado e comoveu testemunhas que fotografaram a criança sobre um lençol no chão do pronto-socorro. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) disse que vai apurar o caso.

A criança é de Buritis (RO) e há quatro dias foi trazida pelo pai, o agricultor Noel Ferreira dos Santos, de 34 anos, para tratamento contra polioartrite (inflamação em várias articulações). “Ele fica inchado, sente dores fortes, principalmente nos ombros, joelhos e quadril. Fomos ao João Paulo fazer uma drenagem nos joelhos, mas ele não estava em jejum e disseram que não poderia. A ambulância demorou muito para nos trazer de volta ao HICD”, relatou o pai da criança ao G1 por telefone, quando já havia voltado com o filho ao Cosme Damião.

Segundo ele, os dois chegaram ao JPII às 16h desta segunda-feira (7), foi atendida por volta das 17h e até às 21h ainda aguardava uma ambulância para levá-la de volta ao Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD).

Zélia de Oliveira estava no hospital e contou que após algumas pessoas entrarem em contato com a imprensa, uma ambulância chegou para transportar o garoto que tinha febre alta, chorava de dor e precisava voltar ao HICD para ser medicada. “Ele precisava voltar ao Cosme Damião com urgência, ficou horas deitado no chão porque não tinha leito disponível. O pai ficou revoltado e quem viu a situação se revoltou junto”, disse Zélia de Oliveira.

O secretário estadual de saúde, Williames Pimentel, assumiu que houve uma demora na chegada da ambulância para transportar a criança de volta ao HICD. “A Sesau vai investigar o caso que é considerado inadmissível. Assim que o paciente for liberado a ambulância já deve estar disponível”, disse Pimentel.

Outros casos
Em frente ao Hospital João Paulo II, Jovercina da Costa, de 49 anos, reclamava da falta de informações. Ela conta que chegou de Cacoal (RO) na noite do último domingo (6), para acompanhar o marido que foi diagnosticado com leucemia e câncer de apêndice.

“Não tem leito. Desde que chegou ele está numa cadeira. Eu entrei hoje na hora da visita, ele sentia dores e ainda estava sentado, tomando soro. É desumano, não sei nem se alguém ajuda quando ele tem que ir ao banheiro”, lamenta Jovercina que, após a visita ao marido nesta segunda-feira, foi informada por funcionários que só terá notícias se esposo foi removido para um leito no horário da visita da terça-feira (8).

O ex-marido da dona de casa Lenira de Oliveira, de 40 anos, sofreu uma convulsão em casa, na tarde desta segunda, foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste e lá sofreu uma queda que causou uma grave lesão na cabeça. “O médico encaminhou ele aqui para o João Paulo e já foi direto para a sutura. Depois disso, não soube mais de nada. Me informaram que só vou saber sobre o estado de saúde dele amanhã. É triste isso, a gente fica numa aflição sem informações”, reclama Lenira.

G1/RO

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