Confúcio diz que pré-sal é uma enganação e defende a venda da Petrobras enquanto é tempo”- por Gessi Taborda

PARA PENSAR

“Neste mundo, existem três espécies de amigos: aqueles que nos amam, aqueles que não se preocupam conosco, e os que nos odeiam”. Nicolas Chamfort (1741/1794), poeta francês.

PRÉ-SAL É ENGANAÇÃO, DIZ CONFÚCIO

Parece como aquela conversa em que o roto fala do rasgado. Pois é: o governador rondoniense Confúcio Moura, do PMDB, partido que dá sustentação à gestão da presidente Dilma Roussef, tornou pública sua aversão pela Petrobras, em publicação de seu blog, que podia ser lida no dia de ontem.

Depois de afirmar que a estatal sempre foi uma “casa da mãe Joana”, vai mais fundo e diz que o “pré-sal” é uma “enganação que iludiu a todos” e promoveu “uma briga lascada entre os estados, a troco de nada”.

O governador rondoniense defendeu “a venda da Petrobras enquanto é tempo” e até o do pré-sal, tão usado até mesmo como propaganda por seu partido na sua caminhada de coadjuvante do PT brasileiro.

ILHA DA FANTASIA

A situação do Brasil é de calamidade. Fato reconhecido hoje em praticamente todos os quadrantes do planeta terra. Mas essa situação que fica cada vez pior não é percebida pelo governador rondoniense, boa parte dos políticos e seus áulicos. Quem teve coragem de ler o tal “blog do Confúcio” nesse final de semana viu que o governador do estado se comporta como se estivéssemos numa autêntica Ilha da Fantasia ou na Terra do Nunca Jamais.

CRAQUES

E essa visão caolha de Confúcio não está lastreada em qualquer esforço (visível) do governo em se empenhar na busca de alternativas para a crise. Bom, na verdade o governador prefere essa versão da Ilha da Fantasia. Pelo que andou escrevendo no seu blog no final da semana que passou, o governador do PMDB demonstra acreditar que por aqui tudo vai se resolver naturalmente, “por que o povo de Rondônia é craque em superar dificuldades”.

E dentro desse sonho burlesco, Confúcio garante que Rondônia está infensa à crise pelo processo de osmose, e o estado chega a estar “está bonito”.

SEM COISAS GRANDIOSAS

E assim, a única e exclusiva determinação de Confúcio, como próprio demonstra nos seus alfarrábios, “é fazer o que sempre fizemos” (sic) sem “ficar imaginando coisas grandiosas, tecnologia de ponta, empresa extraordinária de internet, nem trazer grandes indústrias”.

E assim o governador rondoniense com seu nome de filósofo chinês dá a receita para manter o estado como essa “Ilha da Fantasia” cultivada em seu pensamento: “Vamos todos fazer o que sempre fizemos”. E acrescenta: “A nossa vocação é a produção de comida”. Para o lamentável governador (escriba de pé quebrado) da para dobrar a produção de leite rondoniense, de “café, cacau, arroz, feijão, soja, milho, frutas, verduras, peixe, boi”.

A CONTRADIÇÃO

Em se tratando de Confúcio, a contradição sempre aparece. O receituário do governador não depende, como acaba admitindo, apenas da vocação de craques dos rondonienses. “A terra está cansada” e por isso é necessário usar máquinas e equipamentos, sementes, calcário e fertilizante. Confúcio afirmou que “o governo tem feito sua parte” […], dado seu exemplo e com isso está mantendo Rondônia “fora do noticiário geral da crise”.

NO PASSADO

De acordo com a Anatel, cerca de 88 milhões de pessoas ainda utilizam a tecnologia 2G em suas comunicações via celular.

SÓ EM 2017

O Brasil só deverá voltar a crescer em 2017, disse o economista Marcello Estevão, chefe do grupo de análises regionais do Fundo Monetário Internacional. Mas mesmo com boa vontade, há controvérsias.

INSTITUTOS ERRAM

Acontece em todo canto. Na Argentina os Institutos davam 38% para Scioli e 30% para Macri. No sábado, a campanha de Scioli dava em torno de 40% a ele e quase 30% para Macri. A campanha de Macri dava 38% para Scioli e 32% para Macri. No final, ficou definido o 2º turno. A eleição presidencial terminou em quase empate: Scioli 36,7% e Macri 34,4%.

ANGU DE CAROÇO

Já está pronta a estrutura para a colocação de um novo semáforo num cruzamento da avenida Calama que, a continuar assim, muito em breve estará como outras ruas importantes na malha viária da cidade que já têm sinalização semafórica em praticamente todas as esquinas.

É claro que isso não resolve nada. Pelo contrário: complica e muito a fluidez do trânsito. Isso é feito em Porto Velho sem nenhum estudo técnico, sem nenhuma justificativa de engenharia de trânsito. Certamente pode contribuir para ampliar o volume do financiamento de campanha de quem explora esse serviço na capital.

Até agora, apesar das insistentes reclamações e da desconfiança levantada pela mídia não amestrada, os órgãos de investigação e controle externo não parecem interessado em saber se nesse angu tem caroço.

PENSANDO NAQUILO

Está mais do que claro que a única preocupação do governo (?) do município de Porto Velho é manter-se no poder, a qualquer preço. Daí essas ideias bizarras de lotar a cidade de semáforos sem justificativas técnicas convincentes. A gestão Nazif parece estar disposta a chegar ao fim sem nenhum programa administrativo, sem um planejamento mínimo de obras estruturantes. Dedica-se apenas a montar as ideias mequetrefes (como a que tentou para o transporte coletivo urbano) na esperança de que com propaganda possam tapar o sol com a peneira.

PRIVATIZAÇÕES

O governo conseguiu piorar muito a segurança nas escolas da rede pública, por mera motivação política. Virou coisa comum os sucessivos roubos nessas escolas, com sérios prejuízos para o patrimônio público e para a aprendizagem de alunos privados das ferramentas necessárias à atividade, especialmente na área da computação.

Agora, de acordo com fonte do setor, o governo prepara uma nova investida para privatizar quase todos os serviços existentes na rede pública (não se tem certeza se isso vai acontecer com a Segurança), até mesmo o de merenda escolar. Certamente muita gente já está temendo perder o emprego. Essa decisão, na opinião de quem entende do riscado, vai aumentar o custo da manutenção das escolas públicas do estado.

DEBANDADA

Enquanto se fala num suposto lançamento do ex-prefeito Roberto Sobrinho para a disputa (de novo???) da prefeitura de Porto Velho, o temor do comando partidário em nível de país é o aumento da debandada de nomes ainda na sigla da estrela interessados na disputa eleitoral.

Em Rondônia – especialmente nos municípios onde os escândalos em gestão petistas explodiram – a petezada já começou a costear o alambrado para evitar uma sova nas urnas de 2016.

VOLUME MORTO

Agora já se fala abertamente que até Fernando Haddad, o prefeito de São Paulo, já está pensando em mudar de ares, convencido de que o PT está no fundo do poço. Se isso ocorrer, o reflexo será desastroso para o partido. O resultado eleitoral de 2016, inclusive aqui em Rondônia, deverá confirmar a constatação do próprio Lula de que o partido “está abaixo do volume morto”.