FILOSOFANDO
“Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações – mesmo as boas.” Eça de Queirós (1845/1900), Escritor português.
NOVO GOVERNO
O assunto para abrir a coluna de hoje não poderia ser outro: o governo de transição com Michel Temer assumindo o lugar de Dilma Roussef, agora a caminho da perda definitiva do mandato, após a acachapante derrota colhida ontem no Senado (55 votos a favor da admissibilidade do processo contra Dilma e 22 não). A última tentativa de judicializar o julgamento político na principal Casa legislativa brasileira, com o pedido de liminar suspendendo o processo, apresentado pelo advogado geral da União ao STF foi rejeitado pelo ministro Teori Zavascki.
Cabe agora aos políticos brasileiros contribuir com o governo que se inicia hoje com Temer, de tal maneira que ele possa formar uma equipe de notáveis e não uma colcha de retalhos fruto do condenado toma lá, dá cá, com as diferentes legendas.
NOVA REALIDADE
A população tem uma percepção clara do fisiologismo como principal norteador das ações dos políticos brasileiros, não só no nível nacional, mas também no âmbito dos estados e dos municípios. Agora, o melhor é torcer e esperar que os políticos passem a entender e aceitar que a realidade brasileira é outra. Os fatos ocorridos nesse processo de impeachment é uma clara constatação de que o povo não é bobo. É a manifestação desse povo o principal motor do movimento que destronou o PT do poder.
EXIGÊNCIAS
Diante de um mundo cada vez mais conectado com a tecnologia, a população tem demandas mais claras em relação à reconquista de valores que foram acanalhados pelos personagens da política. Transparência, austeridade, ordem, bom senso dominam o pensamento nacional.
Nem em estados mais distantes dos núcleos de decisão do poder do país, como é o caso de Rondônia, a população é manipulável com a facilidade de antigamente. Dai, pelo menos no caso da coluna, a dificuldade de se saber, por exemplo, para onde deverá fluir o resultado eleitoral nesse ano, em relação aos políticos escalados para a disputa da prefeitura.
A indecisão do povo diante dos nomes especulados até agora é reflexo do desgaste político verificado em todo o Brasil e em todos os níveis de poder.
GROTESCOS
Puxando esse assunto para o plano rondoniense, ou mais especificamente para o nível da política municipal de Porto Velho; que não se surpreendam as figuras canhestras do parlamento municipal.
O resultado das urnas de outubro, com a alta probabilidade da derrota dos vereadores participantes da grotesca decisão de aumentar o salário da edilidade, vai refletir também a decepção do eleitorado com envolvidos na corrupção que levou alguns vereadores ao xilindró.
É precitado vaticinar nesse momento se o pré-candidato do PMDB, secretário de Estado da Saúde, conseguirá apoio popular para vencer a difícil disputa de outubro ou não. Certamente, além de não ter jogo de cintura eleitoral e muito menos carisma, o robusto peemedebista deverá ter de enfrentar os questionamentos dos adversários lastreados nas suspeitas que acabaram levando-o há pouco tempo à cadeia.
TEMER PRESIDENTE
Voltando ao tema da disputa do poder após a derrota de Dilma no Senado, ontem, destacamos o momento como a abertura da janela permitindo o início da longa caminhada para a recuperação da imagem do Brasil, recriando esperanças populares.
A história reservou a Michel Temer uma imensa responsabilidade. Tem de pensar mais na imagem que vai deixar e servir aos interesses nacionais do que atender a este ou aquele grupamento parlamentar, ou amigos de sempre. Claro que não se chega até onde chegou sem um mínimo de espírito crítico.
DESCONTRUIR O PT
Da mesma maneira com que Rondônia se debate pelo anacronismo de dirigentes sem nenhum brilho, criatividade e determinação, também o Brasil tem pagado caro demais pela esbórnia durante esse longo período do governo petralha. O país esta na beira do abismo. E para sair do buraco terá de desconstruir o PT que promete incendiar o Brasil.
O nível de mediocridade criminosa que assalta a vida política do país às vezes assusta. É preciso que todos entendam o que aspira o Brasil, o povo unido, acima de partidos e de ideologia. O povo sofre!
ENXOTADA
Dilma deve sair hoje do Palácio. E não será no cenário imaginado pelos petralhas de alto-coturno, descendo a rampa de pé, mas enxotada pelo Congresso como um peso, uma mala.
DE ASSUSTAR
Não sei se o leitor concorda com esse ponto de vista. Como jornalista confesso: estou preocupado! Até ontem, dia 11, não vi uma única vez alguém (políticos que irão disputar eleição em outubro) falar de um projeto para Porto Velho. Vejo essas colocações inócuas, sem embasamento, sem lastro na realidade, colocadas acidentalmente, como as que falam do turismo de uma forma completamente despropositada, simples especulações. Não é má vontade, mas uma simples constatação. Nossa cidade está totalmente estagnada e sem nenhuma perspectiva de evolução.
PRIMEIRÃO
Odacir Soares até que tentou colocar na rua algo como proposta, como a promessa de transporte urbano de graça. Sem explicar, é claro, quem vai bancar a conta e de onde vai se tirar recursos para essa gratuidade. A coluna até se pergunta nesse momento: quem virá primeiro a campo falando coisa com coisa sobre um projeto de governo para a capital rondoniense e não apenas batendo em promessas feitas apenas para alimentar um marketing eleitoral.
SEM RESPEITO
Aliás, nessa questão do transporte estamos nós, mais vez, diante de um prefeito acostumado a não demonstrar respeito com as instituições. Nazif sabe que o consórcio (SIM) criado para explorar o transporte urbano em período emergencial terminou. Ele assinou termo de responsabilidade sobre isso com o Tribunal de Contas. Já deveria estar executando uma concorrência pública para a contratação definitiva de empresa(s) para operar o transporte coletivo perenemente. Ao não cumprir essa norma, será multado pelo Tribunal. E mais uma vez o prefeito demonstra desprezo pelas autoridades do Controle Externo, ao não cumprir o termo de ajustamento assinado. E para enfatizar seu pouco caso com instituições como o TCE, o prefeito ainda fala em aumentar a tarifa do transporte antes de resolver satisfatoriamente esse problema. E o TCE não vai fazer nada???
SOLUÇÃO
Está mais do que provado: enquanto Mauro Nazif for prefeito de Porto Velho não há a menor expectativa de que o transporte urbano, ou os problemas da mobilidade, serão resolvidos. O imbróglio do transporte e da mobilidade continua cada vez pior com esse prefeito lamentável. E nessa história toda, a “oposição” encerrar o tempo de Nazif na prefeitura demonstra estar perdidinha.
VACINA
E quando alguém vai explicar algo sobre o recomeço da vacinação da H1N1que, como já denunciou a coluna, não deu nem para o cheiro nas unidades de saúde do município.
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