Cultura

Cidades Azuis: municípios adotam legislação para inserir cultura oceânica no currículo escolar

Medida é uma das ações compartilhadas por gestores públicos e da sociedade civil organizada que integram a Aliança da Cultura Oceânica

fórum da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, realizado na quinta-feira (13), em Santos (SP), permitiu o intercâmbio de experiências e vivências sobre projetos, iniciativas e ações adotadas na esfera pública e por instituições da sociedade civil para inserir a cultura oceânica, em especial, nas escolas.  Entre os dados apresentados durante o Diálogos da Cultura Oceânica, está o aumento dos munícipios que incorporaram a cultura oceânica no currículo escolar por meio de legislações locais. Além de Santos, que foi pioneiro no mundo, três municípios cearenses adotaram a medida: Itarema, Camocim, Acaraú.

Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) por meio da Coordenação-Geral de Oceano, Antártica e Geociências da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (CGOA/SEPEF/MCTI), Unesco Brasil e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por meio do Programa Maré de Ciência. Trata-se de uma rede formada por gestores públicos, legisladores, instituições da sociedade civil e iniciativa privada, de diferentes esferas, engajada e mobilizada na implementação de ações locais alinhadas às metas nacionais e globais da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com foco na promoção da cultura oceânica para o desenvolvimento sustentável.  

Ao longo deste ano, foram realizados cursos e oficinas com o objetivo de identificar as prioridades por região do país para implementação de ações específicas envolvendo diversos setores da sociedade. Atualmente, integram a rede mais de 50 instituições de diversos setores e mais de 130 multiplicadores da Cultura Oceânica. Segundo os coordenadores da Aliança, o Brasil é um dos líderes mundiais na produção de cultura oceânica, ocupando o 12º lugar no mundo na produção da cultura oceânica e líder em produção científica e capacitação no sul global.

Para a coordenadora da CGOA, Karen Cope, o fórum é um importante instrumento de articulação para construção propostas para cidades azuis com base em conhecimento, ciência e saberes sobre o oceano. Segundo ela, a ciência cidadã é uma prática presente em diversos municípios, associando crianças, gestoras públicos, educadores e pesquisadores.

Ciência cidadã significa incluir a sociedade na observação, coleta e análise de dados de forma contributivas, colaborativas ou em co-criação.

Experiências – Os participantes do fórum relataram voluntariamente nove experiências implementadas recentemente que reforçam o vínculo da comunidade com o oceano, transformando hábitos.

Uma das iniciativas apresentadas pelo representante do Grupo Escoteiros do Brasil. A associação criou o desafio com duração de dez semas que premiava os escoteiros participantes com a insígnia ‘Mares Limpos’. Cada participante deveria auditar o consumo diário de plástico, adotar medidas para reduzir esse consumo e promover ações que pudessem influenciar seu entorno na mitigação. A experiência brasileira engajou cerca de 7 mil jovens e a pesquisa efetuada pelos organizadores apontou que as famílias também se envolveram e para 70% dos participantes houve mudança de comportamento com relação ao uso do plástico. A experiência brasileira serviu de base para a criação de um desafio do programa mundial dos escoteiros com a insígnia denominada ‘Plastic Tide Turners’.

Outra iniciativa relatada conjuga ciência, oceano, educação e gestão pública. O projeto ‘Cientista-Chefe do Meio Ambiente’, implementado pelo governo do estado do Ceará, auxilia a gestão na tomada de decisão com o apoio da ciência. Entre os projetos desenvolvidos no âmbito do programa está o planejamento costeiro e marinho, medida importante para planejamento de geração de energia off shore.

O estado tem quase 600 km de costa, 23 municípios costeiros e, segundo o representante, 48% do litoral apresenta problemas de erosão costeira. A iniciativa criou um canal de comunicação rápido entre os órgãos de comando e controle com os municípios para disseminar informações orientativas. A medida foi testada no episódio da identificação de peixe-leão, fauna exótica, e também nas ocasiões em que foi identificado óleo nas praias da costa cearense. Um projeto de lei tramita no estado para incorporar a cultura oceânica no currículo escolar.

Também foram apresentadas iniciativas realizadas no Pará, na rede escolar da cidade de Barcarena que abrange 103 unidades escolares, da creche até a educação de jovens e adultos, e na cidade de Magalhães Barata, conhecida como a cidade dos iguarapés, que instituiu a semana dos manguezais. Para ter noção da abrangência da Aliança, também foram apresentadas iniciativas que envolvem o kite surf. O projeto desenvolvido na praia do Cumbuco une ciência e esporte, e incentiva que praias obtenham a certificação ‘bandeira azul’, cujos critérios envolvem balneabilidade, preservação e sem microplástico.

Como participar – Escolas, universidades, estudantes, empresas, instituições públicas, todos são convidados a se engajar e a oferecer sua contribuição com ações que promovam o desenvolvimento sustentável. Para mais informação, acesse este link.

FONTE: GOV.BR COM INFORMAÇÕES Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações

Comentar

Print Friendly, PDF & Email

About the author

Gomes

Add Comment

Click here to post a comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com