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Guerra no Afeganistão pode chegar ao fim depois de 18 anos

Estados Unidos e Talibã fizeram esboço de acordo de paz na segunda-feira (28) e podem encerrar conflito mais duradouro da história norte-americana

Depois de 18 anos de guerra, os Estados Unidos e o Talibã fizeram um esboço de um acordo de paz para acabar com a Guerra do Afeganistão na segunda-feira (28). Segundo o jornal The New York Times, o cessar-fogo ainda não é definitivo, mas prevê o comprometimento dos talibãs em evitar que o Afeganistão se torne uma área controlada por grupos terroristas e pode tirar completamente as tropas estado-unidenses do país

Segundo informações do enviado especial do jornal, Zalmay Khalilzad, os países envolvidos ainda precisam discutir detalhes do acordo, porém, os talibãs já conseguiram avanços significativos com as negociações no Qatar. As duas partes precisam se reunir ainda para discutir a participação do governo afegão nas negociações

A guerra começou em 2001, depois do atentado de 11 de setembro, quando os Estados Unidos invadiu o Afeganistão. Com a chamada “guerra ao terror”, os americanos tinham como objetivo de derrubar o governo talibã, que escondia o chefe da organização terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, morto em 2011

O conflito já dura mais de 6 mil dias, o que a torna mais duradoura que a Guerra das Coreias (1950-1953), Primeira Guerra Mundial (1914-1948) e Segunda Guerra Mundial (1939-1945) juntas e é o maior conflito em que os Estados Unidos já lutou, segundo o New York Times

Cerca de 14 mil soldados americanos estão no Afeganistão. Em dezembro de 2018, o presidente Donald Trump disse que começaria a tirar metade do país, e em agosto de 2018, o Pentágono afirmou que a presença das tropas não seria duradoura. Parte dos americanos fazem parte de uma missão militar liderada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para combater grupos terroristas da região, como o Estado Islâmico e Al-Qaeda, enquanto o resto é enviado pelos Estados Unidos para missões de combate diferentes. Além deles, a Itália têm mil soldados e a Alemanha tem cerca de 980 militares em solo afegão. Mais de 8 mil soldados de 40 países participaram da guerra. O exército afegão tem contingente de 200 mil soldados

Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), 1.692 civis foram mortos só no primeiro semestre de 2018, novo recorde para o período desde que o conflito começou. Mesmo com aumento de fatalidades, o número de feridos caiu 5%, registrando 3.430 casos. Em 2017, o número chegou a 3,4 mil mortes. O número total de civis mortos na guerra não é unânime. De acordo com estudo da Universidade Brown, nos EUA, cerca de 104 mil pessoas morreram no conflito, enquanto a ONG Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear estima entre 106 mil e 170 mil mortos

Durante o Fórum Econômico Mundial, o presidente afegão Ashraf Ghani afirmou que a guerra já rendeu cerca de 45 mil mortes ao exército afegão desde 2014, quando ele assumiu a Presidência. Segundo a BBC, esses dados são novos, já que no fim de 2018, Ghani havia dito que cerca de 28 mil soldados haviam morrido desde 2015

Já as baixas no exército americano passam de 6.800, segundo estudo da Universidade Brown. Eles consideraram morte em combate, acidentes com veículos, eletrocutamento, ondas de calor, incêndios e suicídio depois que eles retornaram do campo de batalha. Além deles, cerca de 6.900 funcionários americanos no país também morreram. Os dados apresentados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostram um cenário diferente, com 2.216 soldados mortos e 20 mil feridos em combate

Com o conflito, cerca de 10 milhões vivem como refugiados em outros países, segundo pesquisa da Universidade Brown. Nem sempre, eles encontram as melhores condições de vida e vivem de forma precária. Eles também enfrentam dificuldades na hora de renovar os vistos, falta de emprego e moradia, a recusa de direitos e serviços civis nos países em que moram, como saneamento básico e acesso à hospitais, medo de serem deportados e sofrem de ansiedade

Com a guerra, os Estados Unidos gasta cerca de US$ 45 bilhões anualmente, segundo a pesquisa. A longo prazo, os custos podem chegar a 2 trilhões de dólares. Além do valor operacional, os Estados Unidos também gasta quase US$ 6 bilhões com os veteranos da guerra

FONTE:  R7.COM

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Marcio Martins martins

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