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Venezuela e Nicarágua são países mais corruptos da América Latina

Relatório da ONG Transparência Internacional divulgou resultados nesta terça-feira (29). Chile e Uruguai são vistos como menos corruptos

Uruguai e Chile são percebidos como os países latino-americanos menos corruptos, enquanto Venezuela e Nicarágua estão em uma situação completamente oposta e ocupam os últimos lugares na região, afirmou nesta terça-feira (29) em um relatório a ONG Transparência Internacional (TI), que se diz “preocupada com” a deterioração na região, na qual se destaca o Brasil, que caiu nove posições.

O Índice de Percepção da Corrupção, no qual mais de dois terços dos 183 países analisados obtiveram pontuação inferior a 50, de um total de 100, outorga 70 pontos ao Uruguai (23ª posição) e 67 ao Chile (27ª), enquanto a Venezuela soma 18 (168ª) e a Nicarágua 25 (152ª). No topo do ranking mundial estão Dinamarca e Nova Zelândia, com 88 e 87 pontos, enquanto Somália e Síria marcaram o pior desempenho, com 10 e 13 pontos respectivamente.

No âmbito latino-americano, ficaram com pontuação intermediária Costa Rica (56 pontos), Cuba (47), Argentina (40), Panamá (37), Colômbia (36), Brasil, El Salvador e Peru (35), Equador (34), República Dominicana (30), Bolívia, Honduras e Paraguai (29), México (28) e Guatemala (27).

A situação da luta contra a corrupção na América Latina é “preocupante”, alertou em entrevista à Agência Efe a presidente da TI, a argentina Delia Ferreira, que denunciou que há uma “clara tendência” a “restringir o espaço da sociedade civil” na região, onde proliferam líderes autoritários e populistas.

A fotografia regional começa com o grande “problema” que representa a Venezuela, um país que vive uma “crise humanitária produzida pela corrupção” e onde todas as instituições foram aparelhadas pelo Estado, descreveu Ferreira.

Além do problema venezuelano, o documento coloca nuvens cinzentas sobre Nicarágua, México e Guatemala, e enfatiza o risco que representam referências regionais como Estados Unidos e Brasil sob o comando de presidentes como Donald Trump e Jair Bolsonaro, mas também traz lampejos de otimismo vindos de Equador, El Salvador e Argentina.

Na Nicarágua “o regime cooptou totalmente” as instituições, na Guatemala o governo transformou os órgãos de mediação e arbitragem em “cachorros de estimação” que só atacam os opositores, e no México a corrupção é desencadeada pela infiltração do crime organizado na política.

O Brasil, que ainda sofre com os efeitos da operação Lava Jato, está em uma situação “muito preocupante” pela chegada de Bolsonaro à presidência, cujas primeiras medidas foram elevar os controles sobre a atuação das organizações não governamentais e enfraquecer a lei de acesso à informação pública, segundo Ferreira.

A forma de fazer política na região está mudando, aderindo a uma tendência global na qual líderes populistas e autoritários estão solapando as práticas democráticas para debilitar o sistema “a partir de dentro”, de acordo com o relatório da TI.

A Argentina é um dos países que melhoraram em relação à avaliação anterior devido à sua lei de acesso à informação pública, que, no entanto, ainda tem uma implementação deficiente. Outros países que tiveram uma melhora em seu desempenho foram Equador e El Salvador, onde foram iniciadas investigações judiciais por corrupção contra antigos agentes públicos do alto escalão, inclusive ex-presidentes.

A TI também destacou no estudo o “vínculo entre corrupção e saúde democrática” e o corrobora com dados: a pontuação média das consideradas “democracias plenas” é de 75 pontos, enquanto as democracias “imperfeitas” têm 49 de média, os regimes “híbridos” 35, e os sistemas “autocráticos” 30.

Na classificação global, depois de Dinamarca e Nova Zelândia se destacam Finlândia, Singapura, Suécia e Suíça, com 85 pontos cada um, seguidos por Noruega (84), Holanda (82), Canadá e Luxemburgo (81), Alemanha e Reino Unido (80).

No extremo oposto, junto com Somália e Síria, estão países em guerra, Estados fracassados e regimes totalitários: Sudão do Sul, com 13 pontos, Iêmen e Coreia do Norte (14), Sudão, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Afeganistão (16).

Além disso, o relatório destaca a forte queda registrada pelos Estados Unidos, que perderam quatro pontos em relação ao relatório anterior, ficando com 71 e caindo para a 22ª posição, um retrocesso notável em uma classificação de grande estabilidade que levou a TI a denominar a maior economia mundial como “país em observação”.

A Espanha, por sua vez, manteve os 58 pontos e a 41ª posição do relatório anterior, mas continua claramente abaixo da média europeia (66 pontos), enquanto a China se situa na posição 87, com 39 pontos, e a Rússia fica relegada ao 138º lugar, com 28 pontos.

FONTE: EFE

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Marcio Martins martins

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