COISA ANTIGA
A coluna nunca escondeu as dificuldades que Expedito Júnior teria se, por acaso, tivesse novamente que concorrer na disputa por meio de liminar, como aconteceu em sua disputa eleitoral passada.
Acontece que na disputa desse ano o eleitor não tem motivo algum para temer dar o voto a ele correndo o risco de, no final, ver o seu voto sequer se contado.
Estou dizendo isso agora para – aproveitando o viés da liderança do tucano nesse ano – relembrar que a política é assim mesmo: tem tendências de longo prazo que se expressam em números aproximados.
Concordem ou não, Expedito só não foi governador de Rondônia antes, exatamente pela falta do respaldo legal, pela segurança jurídica conseguida nesse ano.
NA CURVA
Parece, portanto, natural seu crescimento progressivo no atual processo eleitoral, como uma espécie de réquiem do eleitorado à interrupção provisória sofrida pelo tucano, iniciada com o processo de Acir Gurgacz que visava tirá-lo do senado para ficar com sua cadeira.
Uma eventual vitória de Expedito não é – como muitas vezes acontece na política – um ponto fora da curva. Na política rondoniense o tucano emplumado é um personagem mitificado que não precisa de nenhum fator exógeno.
FORA DA CURVA
O processo eleitoral desse ano não voltou à normalidade antiga. Agora, o ponto fora da curva é influência de Ivo Cassol no processo.
Ele “inventou” suas candidatas majoritárias e num processo nunca visto antes aqui nessa “terra de Rondon” pode até (é difícil, mas não impossível) eleger uma delas, levando o que queria.
É claro que há riscos, uma vez que como principal mentor dessas candidaturas Ivo não cedeu espaços para seus antigos parceiros. Alguns desses parceiros antigos tiveram de buscar abrigo em alianças governistas. Possivelmente nunca se viu eleições tão competitivas no Estado como a desse 2014.
QUASE 7 ANOS
Uma obra que se arrasta desde 2007 foi finalmente entregue à população do bairro São Sebastião I na manhã de ontem (22) pela prefeitura. Não se trata de nada complexo e nem chega a ser uma obra de infraestrutura urbana. Trata-se de uma pequena praça pública que, como reconheceu a prefeitura em seu “factoide”, teve problemas estruturais que ainda refletem no convênio HBB (??) de 5 milhões de reais firmado com a Caixa Econômica. Na verdade, pelas explicações, a gestão de Nazif apenas reformou a tal praça, onde as obras foram paralisadas na gestão anterior.
ESCAFEDEU-SE
Coisas de Rondônia. Outra vez oficiais de Justiça não conseguem encontrar um deputado importante como Kaká Mendonça (de Pimenta Bueno) para intimá-lo a apresentar defesa em nova ação que busca responsabilizá-lo pela utilização de passagens aéreas ilegais, pagas com o dinheiro público, pelo caixa da Assembleia.
Apesar das informações de que Kaká aparece sempre nos eventos eleitorais defendendo a candidatura de sua mãe (sexagenária que pretende substituir o filho na Assembleia), o judiciário não consegue intimá-lo.
Kaká é tido como um “ficha suja” de carreira. Ficou rico, muito rico, com a política e até hoje não sofreu nenhuma punição verdadeira. Certamente foge dos oficiais de Justiça com a esperança de protelar a movimentação processual contra si.
NA SAIA DA MÃE
Deve acreditar que se eleger a mãe continuará sendo o jovem influente que, sem mandato, acaba conseguindo cargos importantes. Afinal, mesmo com condenação, Kaká foi diretor geral da Assembleia na famigerada gestão (??) do irmão Valter, que foi, como suplente, substituir. Termina essa legislatura sem nenhuma dor de cabeça e ainda ocupando cargo na mesa. Sua única dor de cabeça agora é driblar os oficias de Justiça, o que vai conseguindo facilmente.
MODELO SUPERADO
Os debates de candidatos começam na próxima semana. Segundo feira se defrontarão na TV Allamanda, repetidora do SBT em Rondônia. A grande novidade, pela informação da emissora, é o horário: 17h30. Mas a apresentação desse debate num horário mais acessível aos telespectadores não garante que esse debate possa influir na campanha de forma a modificá-la profundamente.
O modelo de debate nas emissoras de televisão de Porto Velho quase não muda de uma eleição para outra. Esse ano não deve ser diferente: é um modelo superado que não deixa livre os candidatos, para evitar os riscos de um debate mais acirrado.
SEM EXPERIÊNCIA
Neila Medeiros apresentadora daquele canal será a mediadora do confronto. Neila não é reconhecida como um nome de ponta da crônica política. Pode ser influenciada pela autocensura e não fugirá a regras eleitorais, ficando restrita à preocupação com o politicamente correto. Por isso o telespectador está mais uma vez correndo o risco de um debate insosso, pasteurizado e sem embate inteligente entre os que concorrem ao governo.
NA OAB
E como não podia deixar de ser a seccional rondoniense da OAB vai repetir sua tradicional reunião dos candidatos majoritários naquela tradição de assinar o compromisso com eleições limpas e éticas. E nesse espaço vem mais uma vez outro debate que deixa a desejar, especialmente pelo rigor das regras. É mais um tipo de debate que pouco ou quase nada contribuirá para o resultado das eleições.
PROMOTOR ELEITORAL
O número de integrantes do Ministério Público Eleitoral certamente está abaixo das demandas de uma cidade como Porto Velho nessa campanha. As ruas (especialmente as de grande movimento) estão totalmente contaminadas com a excessiva poluição visual da propaganda dos candidatos. Avenidas como a Jorge Teixeira, Rio Madeira, José Vieira Cahula entre tantas outras tem todo o seu canteiro central tomado por cavaletes (de todos os tamanhos) e galhardetes daqueles que na ânsia de conquista o voto emporcalha a capital.
Essa poluição não é melhor do que os famigerados cartazes que antigamente eram colocados nos postes ou em quaisquer outros lugares. Certamente se houvesse mais agentes do MPE essa coisa não estaria continuando todos os dias.
BURRICE OU RADICALISMO
A recusa de Marina Silva em apoiar Geraldo Alckmin revela a sua verdadeira personalidade. Ah, já sei: uma coisa é Marina Silva candidata a vice em partido emprestado. Outra muito diferente é candidata a presidente, sentindo o partido em suas mãos.
DURO DE OUVIR
Confesso que há muito tempo já não tenho mais paciência e muito menos saúde para ouvir não só os equívocos das figuras que desfilam pelo “horário eleitoral gratuito” (??) como os absurdos ditos por essas figuras doidas para ganhar uma boquinha na Assembleia ou na Câmara dos deputados. Mas faço aqui um destaque pela aparição de um sujeito que se apresenta como um palhaço, numa imitação paupérrima do Tiririca. É, certamente, um palhaço sem graça nenhuma, um desses sujeitos que ainda não entendeu o espírito da coisa.
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