TRANQUILIDADE
Até o momento as revelações sobre o verdadeiro banquete promovido na convenção do PMDB que confirmou o nome de Confúcio Moura como candidato à reeleição não motivou intranquilidade no partido e muito menos nas proximidades do gabinete do governador.
Pela falta de qualquer manifestação sobre a boca-livre garantida aos eleitores que compareceram à festiva convenção, imagina-se que os peemedebistas acreditam numa suposta blindagem ou no desinteresse da própria Justiça Eleitoral em tomar decisão sobre a aparente manifestação do abuso do poder econômico. Tranquilidade (até demais) é uma característica pessoal do filosófico político Confúcio Moura.
DECISÃO
É mera pretensão de “analistas” políticos vaticinarem sobre o desfecho final da campanha desse ano. Li em alguns sites comentários realçando a “impossibilidade” de Jaqueline Cassol ser vitoriosa. Ora, ela tem – como os demais concorrentes – chances de chegar à reta final como alguém que tenha conquistado o povão. A seu favor possuí ingredientes importantes para ser explorados pelos estrategistas e marqueteiros da campanha: 1ª mulher a disputar o cargo máximo do poder estadual, tem um rosto bonito e jovial, é muito bem articulada ao se expressar, tem ficha limpíssima e, claro, um cabo eleitoral de inegável liderança no estado, que seu irmão Ivo Cassol.
Para a coluna as eleições se decidirão nos dois meses (agosto e setembro) quando se abrem espaços para a propaganda partidária.
UM MAL
Um dos muitos males do sistema partidário brasileiro, que se dá ao luxo de apresentar 32 partidos e ainda há mais um em processo de formação. O político que consegue registrar uma agremiação política, não tem apenas um partido, mas uma empresa lucrativa, o que, consequentemente, emascula o sistema político do país. Mudar isso depende, portanto de uma ampla reforma política, que os congressistas não têm o menor interesse em fazê-la e, até agora, evitam discutir esta necessidade, que iniciaria a limpeza do processo político do país.
ENSINAMENTO DA COPA
A não ser o fato envolvendo mudanças de apoios partidários a candidatos à Presidência, somado à declaração do senador e último oligarca nordestino, José Sarney, ao anunciar que não pretende tentar novo mandato, a Copa oferece emoções que deixam a política na poeira. E não são poucas. Observam-se, a exemplo, seleções da elite mundial do futebol retornando desmoralizadas aos seus países. A Copa do Mundo ensina, assim, numa comparação só adequada a esta época, como os brasileiros deveriam proceder com políticos corruptos ou incompetentes nas eleições que se aproximam: mandá-los lamber sabão. Nenhum deles é insubstituível.
ESPONTÂNEAMENTE
Essa conversa de que a militância compareceu aos milhares espontaneamente para apupar os políticos nas convenções partidárias só engana criancinha do pré-primário. Ora, muita gente afirmava alto e bom som que receberam um “ajutório” para comparecer e levantar bandeiras de pretensos candidatos. Isso sem contar os custos com ônibus fretados e outras coisas mais.
Agora no caso do PMDB o que se viu foi um exagero. Era comida e bebida para quem chegasse no pedaço. Um verdadeiro festival eleitoral do suga-suga. Imagino que o MPE não deixará de investigar quanto custou e quem bancou o imenso banquete.
NADA BOM
Pela forma do comportamento do PMDB na definição do nome do vice e do senador para compor a chapa majoritária do candidato à reeleição, Confúcio Moura, fazendo um intenso troca-troca até o momento final permitido para o registro das candidaturas, só podemos interpretar que o clima no núcleo do comando político do partido de Valdir Raupp não está nada bom.
É um absurdo chegar, até agora, ao terceiro nome para o vice. Daniel Pereira, ex-deputado do PT e sindicalista, deve se manter com a indicação, pois, como consta, foi uma imposição de Nazif.
E Amir Lando, o peemedebista de carteirinha, voltou a perder a indicação do Senado. Até parece coisa da terra das bruzundangas.
LICENÇA
Após fazer toda a engenharia política para efetivar a candidatura de Jaqueline Cassol ao governo rondoniense, o cacique maior do PP, senador Ivo Cassol, vai pedir licença de seu mandato. Com isso, Reditário Cassol voltará a ocupar a cadeira do filho, na qualidade de seu primeiro suplente.
RAZÃO AOS JOVENS
Quando política já não desperta interesse e naufraga na corrupção e nos “jogos” dos partidos para obter vantagens, tal como aconteceu na última sexta feira quando Dilma Rousseff entregou ao PR o ministério dos Transportes, rifando César Borges, para que a sua candidatura ganhasse reles 62 segundos na propaganda eleitoral, passam a ter razão os jovens entre 16 e 17 votos em preferir se distanciar das urnas.
Isso também acontece em Rondônia, onde praticamente valeu tudo para formar alianças eleitorais esdrúxulas. Esse troca-troca pornográfico de ontem e que pode não terminar antes do dia 5, certamente decepciona parte do eleitorado local.
HAVERÁ 2 TURNOS
Com o número de candidatos ao governo rondoniense homologados nas convenções do final do mês é praticamente certa a decisão em dois turnos. E é fácil constatar que a “oposição” vai entrar numa curva de ascensão. Principalmente se Expedito confirmar sua candidatura no plano da Justiça sem restrições.
A participação de Jaqueline (primeira mulher a disputar o governo) também contribui para uma decisão em dois turnos. Ela será a novidade do pleito. O eleitor rondoniense quer experimentar novos tempos. Jaqueline não será um volume morto nessa disputa. Saberá encorpar o seu discurso de campanha sem a dependência direta do grande cabo eleitoral, seu irmão Ivo Cassol.
CHANCES DA COBRA
É claro que era blefe. Acir Gurgacz nunca pretendeu concorrer ao governo. Sua volta ao ninho do PMDB como candidato à reeleição para o Senado era totalmente previsível. Imagina ter ampla vantagem para se eleger (pela 1ª vez, desde que ganhou uma eleição de prefeito em Ji-Paraná), confiante de que os adversários são tão frágeis e fracos que não haverá riscos de desacertos. Mas no processo eleitoral não há garantias de sucesso. Pelo visto e ouvido, além do professor Aluísio, o clã cascavel terá de enfrentar raposas políticas, como Odacir Soares e Moreira Mendes, se este passar pelo crivo da Justiça Eleitoral…
PONTUAL
Na falta do desenvolvimento de projetos realmente marcantes e fundamentais para o desenvolvimento de Porto Velho, os arautos do prefeito buscam fazer das ações de rotina de uma administração pública algo relevante. E ai tome porre de factoides. Ontem os títulos enviados à imprensa retratavam essa gestão mequetrefe: Prefeitura realiza trabalho de limpeza de ruas e desobstrução de bueiros no Centro; Semob recupera rua Tenreiro Aranha; Ex-ferroviários vão ajudar prefeitura na restauração da Madeira-Mamoré; Semusa promoverá capacitação para aperfeiçoar atendimento de saúde bucal em Porto Velho. No fundo, apenas mimetização de uma gestão que deverá terminar tão melancólica como as anteriores.
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