FILOSOFANDO
“Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar certas pequenas loucuras.” MARCEL PROUST (1871/1922), nasceu numa família rica que lhe assegurou uma vida tranquila e lhe permitiu frequentar os salões da alta sociedade de Paris da época. Romancista, ensaísta e critico. Sua obra mais conhecida é “Em busca do tempo perdido”. Proust tratou a homossexualidade de forma aberta e detalhada.
REALIDADE
O comentário feito numa roda política serviu como evidência para as constatações feitas na coluna ao longo dos últimos meses. O prestígio de Rondônia na alta-esfera do poder em Brasília está muito baixo. E isso se reflete nas demandas do estado ignorada pelo governo que é do PMDB, especialmente na infraestrutura cada vez mais erodida nos limites de Rondônia. Não se iludam: o governador Confúcio Moura não tem o menor prestígio e Brasília.
PREJUDICADO
E não é só o presidente Michel Temer que desprestigia o governador rondoniense. Como Confúcio vem afirmando desde o ano passado sua decisão de disputar o senado, ele não é bem visto nem pela bancada rondoniense no senado, que acaba não dando a mínima para ele. E assim o estado continua prejudicado na hora receber recursos necessários para infraestrutura, principalmente em relação a obras de transporte, saneamento e saúde.
AÇÃO CIVIL
Não deu para confirmar com nossas melhores fontes, mas o zumzumzum era grande no dia ontem. Falava-se que o MP está pronto a entrar com uma Ação Civil Pública contra agentes públicos altamente prestigiadas com a concessão de gordas diárias aparentemente inexplicáveis ou justificadas. O órgão que defende a transparência nos gastos públicos deve pedir o ressarcimento de quem anda recebendo diárias num nível exagerado e inexplicável. Como as concedidas (em número de sete) a uma agente pública para realizar curso (rárárárá) de “cerimonial” na cidade de Espigão recentemente. Tomara que o MP não poupe mais ninguém que fez da garimpagem nas diárias o meio para dobrar ainda mais os estipêndios…
TIMING PERDIDO
Tudo leva a crer numa enorme renovação dos quadros da política rondoniense no próximo ano, não só no legislativo estadual como na composição da bancada federal. Políticos que perderam ou estão perdendo o timing da história estão cada vez mais na mira do eleitor para serem abatidos.
Políticos que insistem – como acontece especialmente na Assembléia Legislativa – em distribuir às carradas diplomas com votos de louvor sem justificativa plausível; ou agir como vereador “de luxo” correm mais riscos de serem apeados do cargo público. Há, apesar de tudo, um despertar nessa sociedade em ebulição, em busca de uma coisa nova.
IMPROVÁVEL
O desejo do patriarca da família Carvalho é ver no próximo ano Mariana Carvalho concorrendo para o governo enquanto seu irmão Maurício, o atual presidente da Câmara Municipal, disputando uma vaga como deputado federal. Este é projeto, mas sua consolidação não é de todo provável.
ÍNCOLUME
Entre os membros da bancada rondoniense na Câmara dos Deputados, o nome de Mariana Carvalho é um dos únicos que está incólume. Essa é certamente uma vantagem. Outra é a admiração que a deputada tem no ninho tucano, mesmo com as criticas de que quebrou um acordo para conseguir um cargo importante na mesa da Câmara.
Com esse cacife a deputada Mariana teria até condições de participar de uma campanha política adotando as críticas necessárias aos possíveis adversários.
AMBIGUIDADE
Pelo modo como faz política é difícil acreditar que Mariana arriscaria entrar na disputa pelo governo estadual. É bom lembrar que ela não se dispôs a enfrentar nem mesmo a disputa municipal, quando era unanimidade em seu partido e figurava numa tranquila liderança nas pesquisas de intenção de votos entre o eleitorado da capital.
Mariana faz política com o dom da ambivalência. Não faz oposição a ninguém e sempre integrou a base governista, a ponto de – nesse momento – votar a favor das “reformas” propostas pelo governo Temer. O mesmo acontece aqui em Rondônia onde a bela princesa dos tucanos em nenhum momento ficou contra o governador Confúcio Moura.
ALIADOS
Se Mariana estivesse verdadeiramente determinada a disputar o governo rondoniense já teria em torno de si aliados consistentes. E isso não existe. Dentro do PSDB possivelmente quem tem estrutura política com maior densidade nos municípios é exatamente Expedito Júnior, presidente regional da sigla, que faz política em tempo integral.
DOIS NOMES
No estado de Rondônia só o PSDB pode apresentar mais de um nome para a disputa do governo do Estado: o ex-senador Expedito Júnior e a atual deputada federal Mariana Carvalho. O primeiro é um político experimentado que ficou um tempo fora das disputas cumprindo a quarentena imposta pela Justiça. Está praticamente repaginado e sem nenhuma restrição legal para concorrer.
Mariana começou na Câmara Municipal e hoje é influente deputada federal da bancada tucana. É arrojada, mas também inexperiente para encarar uma disputa majoritária da complexidade dessa.
TEFLON
A situação não é nada boa para os políticos relacionados como os grandes “caciques” rondonienses. A situação será ainda mais difícil para Valdir Raupp e Ivo Cassol, ambos listados como recebedores de dinheiro por baixo dos panos da empreiteira Odebrecht.
Eles publicamente não acreditam nas dificuldades imensas que terão pela frente. Ambos consideram-se políticos teflon, infensos às denúncias de corrupção.
CETICISMO
Aumenta a sensação do brasileiro de que a impunidade continuará dominando o cenário do país, mesmo com as atuações da Lava Jato. O ceticismo deu um salto agora com a soltura de quatro réus em prisão preventiva (Eike, Genu, Bumlai e Dirceu), segundo uma pesquisa fechada ontem por instituto nacional e enviada ao e-mail do colunista. A decisão abalou a imagem do STF e esfriou o entusiasmo com a Lava Jato. O encanto trincou.
SUFOCO
Confúcio Moura deve estar com os nervos à flor da pele. Agora, sem a blindagem da Assembleia ele poderá passar sufoco diante de novas investidas do STJ (até do MP) onde figura num rumoroso inquérito sobre supostas práticas de corrupção no governo.
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