Em Linhas Gerais

Coisas da terrinha: camelôs desmoralizam prefeito e falta óleo de peroba para o senador “Maçaranduba”- por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

As Constituições são como as virgens, existem para serem violadas.GETÚLIO VARGAS (1882/1954), foi presidente do Brasil em dois períodos. Liderou a revolução de 1930, depondo o presidente Washington Luiz e impedindo a posse do presidente eleito Júlio Prestes. Além de presidente-ditador, foi também advogado. Suicidou-se com um tiro no coração.

DIVISOR

A coluna tem registrado sempre sua confiança de que o prefeito Hildon Chaves poderá fazer de sua gestão um divisor de águas na administração da cidade de Porto Velho, vítima de seguidas sucessões de prefeitos mequetrefes (que palavra!) desde que Rondônia assumiu sua condição de estado autonomo, deixando de lado sua antiga condição de território.

INEXPERIÊNCIA

Mas somos forçados a reconhecer os riscos enfrentados pelo novo prefeito, decorrentes talvez de sua inexperiência política, ainda convivendo com um secretariado (mesmo com as defecções recentes) contaminado pelas improvisações, mais adestrados para levar tudo no vai da valsa. É dai que nascem exemplos de lamentáveis incoerências.

DESMORALIZAÇÃO

No feriado da sexta-feira e também no sábado, malgrado o estardalhaço da decisão do prefeito livrar praças e outros logradouros públicos (inclusive as calçadas) do comércio clandestino, o que se viu nesses locais foi o espaço público tomado pelos camelôs, na base do “tudo como dantes”. A desmoralização da autoridade do prefeito, o claro sinal de fraqueza, como se as decisões de Hildon pudessem terminar em bazófia, em ausência de autoridade estava lá – durante todo o final de semana – sem o combate das secretarias responsáveis por fazer cumprir as decisões do burgomestre. Afinal, quem permite aos vendedores de pirataria e contrabando desmoralizar o prefeito, desafiando sua autoridade?

RÍGIDO

O prefeito precisa ser mais rígido com os subalternos que resistem às mudanças na política gestora do município, que não podem apenas servir a estridências propagandistas. Que interesses obscuros podem permitir a continuidade do domínio do comércio de pirataria e contrabando dominando o espaço público, desmoralizando a legislação pertinente e até a ordem direta do chefe da Administração?

ESCAMOTEADAS

A população não pode perder a fé na grandiosidade representada pela eleição do “Prefeito das Esperanças”. É imprescindível a Hildon Chaves reafirmar sempre que necessário a legitimidade de seu mandato, não permitindo que suas decisões em favor do cumprimento da legislação sejam escamoteadas, como está ocorrendo em relação ao poder ilegítimo dos invasores das áreas públicas no comércio ilegal, com a eterna desculpa do social.

EM BAIXO

O sortudo Ivo Cassol está entrando em baixa. Logo ele que mesmo condenado consegue se manter no cargo de Senador – sabe-se lá a que custo – está vendo grandes nuvens negras formando-se cada vez mais pesadas sobre seu futuro político e até civil. Agora o sr. Maçaranduba, apelido dado pelo Departamento de Propinas da Odebrecht ao então governador Ivo Cassol, começa a aceitar a ideia de mudar seu plano de vôo político. Atingindo pelas turbulências geradas pela divulgação da Lista de Fachin terá de se contentar (e com grande risco) em alçar vôo mais baixo já em 2018.

MORDOMIA

Então o tempo de Ivo como o bambambã da história acabou. As revelações que estão na mídia mostra um Ivo tão doido por mordomias como os deputados que uma vez denunciou. Um miliardário desses que aceitava não só a grana mandada para o “Maçaranduba” mas também as mordomias como férias nos “states” bancadas pela Odebrecht. Depois de tudo isso, como os homens da Justiça pretendem justificar a demora em colocar o senador cumprindo as penas das sentenças antigas? Se o personagem não fosse tão cara de pau, certamente sairia à francesa e com tanta vergonha que nunca mais tentaria enganar os eleitores mais néscios.

DE OLHO NA CÂMARA

Suas pretensões eleitorais para sobreviver politicamente estariam sendo reduzidas a conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Correligionários de Ivo entendem que ele não pode correr o risco de ficar sem mandato eletivo (para manter o foro privilegiado) após as eleições do próximo ano. Essa seria a opção mais imediata do senador que já está sendo chamado de Ivo Mançaranduba Cassol por boa parte dos sobreviventes da “cassolândia”.

UMA DESFAÇATEZ

Possivelmente sou um dos raros jornalistas de Porto Velho que nunca visitou a hidrelétrica de Santo Antônio. Nem tive negócios com esse pessoal, quando editava o hebdomadário Imprensa Popular. Tive sorte de em nenhum momento cair na tamanha desfaçatez em que se converteu o projeto criminoso da Odebrecht (e não deve ser só dela) em Rondônia.

NÃO SOBROU NINGUÉM

Para amaciar as relações num canteiro de obras sujeito a inúmeros conflitos por causa da construção de duas hidrelétricas no rio Madeira, no Estado de Rondônia, a Odebrecht não se acanhou em pagar propinas a índios e policiais, além de políticos.

Porém, a empreiteira foi além e ainda subornou centrais sindicais, como a CUT e a Força Sindical, para que interviessem, evitando que os trabalhadores realizassem movimentos de paralisação das obras, prejudicando seu andamento.

LISTA INCOMPLETA

Em vários episódios surgiam de forma clara nomes de políticos assumidamente “amigos da Odebrecht” que ainda não apareceram na “Denúncia do Fim do Mundo”, mas que certamente serão investigados também. Ou será que Miguel de Souza colocou lá no centro da hidrelétrica o seu menino de ouro como “assessor de imprensa” (rárárárá) sem qualquer interesse em aprofundar sua ligação com a potente empreiteira?

BAGRES

Não foi só Lula quem interveio em favorecimento do grupo construtor da hidrelétrica em Rondônia. Não se pode esquecer-se dos discursos em defesa da empreiteira pelo então deputado federal Moreira Mendes, reconhecidamente um homem prestigiado pelo setor elétrico. Certamente esses e outros nomes podem ser surgir nas investigações em curso.

Lula interveio no episódio dos bagres do rio Madeira, que acabou custando o cargo da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente.

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