FILOSOFANDO
“As coisas mais mesquinhas enchem de orgulho os indivíduos baixos.” WILLIAN SHAKESPEARE (1564/1616). É chamado até hoje de principal poeta da Inglaterra. No teatro, suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo.
PONTO FINAL
Nunca pensei com tanta profundidade em me aposentar, saindo de cena de uma vez. Antes pretendia tocar o barco pelo menos até romper os 70 anos, com meu filho caçula devidamente formado e atuando como médico. Não penso mais nisso. O ambiente da mídia de hoje é o pior possível.
A ida das nossas mais reluzentes estrelas, as penas mais ferinas, para a outra dimensão nos colocou à mercê da mediocrização ampla, geral e irrestrita dos mercadores midiáticos, que não têm qualquer relação com os limites éticos do verdadeiro jornalismo. Está cada vez mais próximo o momento em que direi, definitivamente, a esses cães incapazes de olhar o próprio rabo a célebre sentença: Leave me alone!
FRAUDE
Durante um bom tempo de minha vida, quando estava começando a carreira, tive a oportunidade de trabalhar ao lado de Raphael Baldacci e Gastone Righi (só para citar alguns amigos antigos) no assessoramento de Jânio Quadros, quando este disputou pela última vez o governo paulista. Foi ali que comecei a levantar tendências da mídia e seu grau de decência na abordagem da política em torno do nosso candidato, o ex-presidente Jânio. Aprendi com nomes da mais alta importância da comunicação a identificar entre os veículos mais importantes qual tinha a cobertura mais fraudulenta e tendenciosa.
Mantenho até agora o mesmo feeling. Posso afirmar que (salvo as honrosas exceções) a imprensa (especialmente a digital) rondoniense (excetuando, repito, as exceções) antes de conseguir uma adesão maciça dos leitores está destruindo o maior patrimônio que um veículo de comunicação pode ter, que é a sua credibilidade.
SEM PROFISSIONALISMO
A quase totalidade dos sites tidos como jornalísticos editados em Rondônia está distante de seguir uma conduta profissional. São invenções caseiras exercitando incongruências impensáveis em sites operados por equipe profissional.
Agindo na penumbra da imprensa que no passado usava a cobertura fraudulenta para ganhar dinheiro (O Estadão foi um exemplo disso), fazendo intimidações para vender proteção ou até conseguir certos contratos de veiculação de propaganda, os sites de hoje (ressalvando sempre a existência das honrosas exceções) não só veiculam histórias falsas, escondendo ou inventando buracos negros para atender interesses de “amigos” ou “inimigos”, sobretudo no palco da política.
BONS JORNALISTAS
Conheço dezenas de casos desconcertantes acontecidos na mídia do estado para obter favores dos poderosos do dia, como garantir sinecuras custeadas com o dinheiro público para parentes e amigos. Há grande influência da publicidade e da “doação” dessas sinecuras na cobertura das notícias e dos comentários veiculados.
É claro que nem todos os bons jornalistas estão mortos. Muitos ainda conseguem fazer o seu trabalho apesar da circunstância de que a maioria dos veículos dessa imprensa não participar da arquitetura cívica de uma sociedade que aspira um ambiente verdadeiramente democrático.
INSENSATEZ
É exatamente isso que acontece nesse momento de forma muito clara com a “cobertura” dessa polêmica em torno dos “quinquênios” no âmbito da gestão municipal de Porto Velho.
Não há sensatez e nem credibilidade na voz pública fazendo julgamentos editoriais de acordo com o marketing dos nichos de poder aos quais estão atrelados.
Uma forma de fraude com seus leitores que, se pensarem bem, não demonstrarão a menor confiança nesses aríetes da mídia. Eles não desejam defender princípios constitucionais e são contra a correção dos desvios praticados em dezenas de anos.
DESCONFIANÇA
Não é apenas pela baixa qualidade profissional que domina certas redações de informativos on-line. O que contribui para a baixíssima credibilidade desses “veículos” é a clara demonstração de seus donos em humilhar quem resiste a transferir recursos para suas “empresas” pelo viés da propaganda oficial.
Infelizmente, a carência dos bons profissionais da mídia tradicional (muitos falecidos prematuramente) com coragem e competência para expor a podridão que existe em segmentos facilmente identificáveis da mídia tupiniquim estimula alguns manipuladores da desinformação a posar de vestais, com a fixação de continuarão ilesos às revelações passíveis de surgirem no futuro.
DECISÃO EQUILIBRADA
Recebi na tarde de ontem o informe sobre como ficou o acordo tripartite fechado ontem entre sindicatos, vereadores e prefeitura a respeito da polêmica estabelecida em torno dos “quinquênios” concedidos a servidores municipais, após lei aprovada pela edilidade extinguindo essa prebenda. A princípio a decisão parece ser capaz de restabelecer o equilíbrio em torno do assunto, após uma “guerra” noticiada na mídia, claramente alimentada por interesses paroquiais e não em favor das necessidades da grande maioria da população.
DESVALIDOS
O cavalo de batalha criado em torno dessa gratificação certamente não teve nada em favor dos eternos desvalidos da cidade. Nenhuma das autoridades envolvidas nesse árido debate não demonstrou preocupação alguma com a situação estarrecedora daqueles deserdados de tudo pelos longos anos de gestores mequetrefes que não conseguiram dotar Porto Velho das ferramentas capazes para dotar o município do tal desenvolvimento sustentado.
E toda essa confusão dos “quinquênios” só teve um lado positivo: servir para a comprovação de como continuamos cometendo erros graves na hora de escolher os representantes do povo. É de causar arrependimento à parte do eleitorado que votou em vereadores tão inábeis (para não dizer irresponsáveis) que confessaram ter aprovado a tal lei sem saber exatamente o que estavam fazendo.
PRIVILÉGIOS PRÓPRIOS
No geral o que a gente está vendo na mídia? A grande maioria opina em defesa de seus próprios privilégios sem ao menos perceber que a decisão do prefeito, transformada em lei pelo legislativo, não afeta o cidadão que paga imposto e precisa trabalhar para sobreviver ao cenário de crise a que estamos submetidos.
Exatamente pelos longos anos de gestão irresponsável na destinação do dinheiro público custeando os tais privilégios. Há mesmo grandes controvérsias em torno desse assunto que não merece a dimensão conseguida na mídia.
Espera-se uma nova abordagem desse tema enquanto a decisão ficar suspensa pelo acordo. Que os políticos da Câmara Municipal, após essa confissão de que votam sem saber o que estão votando, desistam de brincar com a paciência do povo que não pode mais ficar sustentando esses privilégios não concedidos, por exemplo, aos que trabalham na iniciativa privada.
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