FILOSOFANDO
“Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente, e pela mesma razão.” EÇA DE QUEIROZ (1845/1900). O romancista e contista José Maria de Eça de Queiroz nasceu numa pequena província portuguesa e morreu em Paris, aos 54 anos. O escritor formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Ainda em Lisboa exerceu a advocacia e o jornalismo.
COUBE AO VICE
O ano legislativo de 2017 no estado começou ontem com a sessão presidida por Maurão de Carvalho, prestigiada por várias autoridades das instituições do estado. Mas o governador Confúcio Moura não apareceu. Foi representado pelo vice, Daniel Pereira, que leu a mensagem do Executivo, cumprindo um protocolo previsto na constituição estadual.
Para o governo o ano legislativo deverá ser novamente recheado de boas notícias apesar do potencial de turbulência do pacote de ajuste fiscal que deverá submeter aos deputados.
O governo precisará de apoio parlamentar para as medidas de austeridade que engloba a privatização de ativos como a Caerd, além de medidas de contenção dos gastos com a folha de pagamentos de servidores.
TENSÕES PONTUAIS
Ontem um parlamentar questionado pela coluna concordou com a afirmação de que Confúcio tem controle total sobre a bancada governista. Em relação aos deputados (raríssimos) da “oposição”, o governo está convencido de que “as tensões pontuais” serão facilmente contornáveis e “o pacote” (sem o qual Rondônia não conseguirá suspensão de sua dívida com a União) será aprovado sem a necessidade de novas concessões aos parlamentares.
BOAS VINDAS
Aproveitando o reinício dos trabalhos do Legislativo, ponde fim ao recesso iniciado no final do ano passado, o presidente Maurão de Carvalho deu boas aos dois novos deputados, Anderson do Singeperon (PV) e Geraldo da Rondônia (PHS).
CRÍTICA
Embora o assunto seja da alçada do município, a extinção dos quinquênios na prefeitura de Porto Velho, após aprovação de lei pelos vereadores da capital, acabou estimulando o deputado Hermínio Coelho (agora no PDT) a ampliar as críticas ao prefeito Hildon Chaves, em pronunciamento da tribuna da Assembleia. O deputado considerou a decisão do prefeito apoiada na votação dos vereadores como “um estelionato eleitoral”, especialmente pelo fato de ter prometido, na campanha, que iria “valorizar os servidores” da prefeitura.
POSITIVA
Vereadores que participaram do encontro da categoria promovido pela Assembleia buscando ampliar o horizonte e treinar os recém-eleitos para o melhor desempenho de suas funções na representação popular garantiram ontem à coluna que é muito boa “a avaliação política” do presidente do parlamento estadual, deputado Maurão de Carvalho, no interior rondoniense, onde está a grande parte do eleitorado do estado.
De acordo com os vereadores ouvidos pela coluna, não há nome “mais competitivo” no PMDB de hoje para a disputa da sucessão estadual. Para um vereador da região de Cacoal, se o PMDB deixar de lançar Maurão de Carvalho como o candidato do partido na disputa 2018, “correrá um risco enorme” de sofrer um longo “eclipse político” nos limites rondonienses, como ocorreu com siglas que foram importantes no passado.
DÚVIDA
Certamente qualquer analista político colocaria seu nome na lista dos favoritos para a disputa do 2018. Entretanto, até agora, o nome do tucano Expedito Júnior ainda é uma dúvida.
Na condição de presidente do diretório regional do PSDB rondoniense, Expedito Júnior não deixa de ocupar – embora esteja sem mandato nos últimos anos – os espaços de interlocução política no Estado, onde colhe bons frutos de sua coordenação.
O ex-senador vem dizendo insistentemente que seu desejo pessoal “e fazer um trabalho” capaz de pavimentar o caminho para “o êxito do PSDB” na corrida sucessória. Mas pessoalmente ainda não sabe se disputa uma cadeira para o senado, o governo estadual ou se fica fora do pleito.
CANDIDATA
Enquanto Expedito não diz claramente nada sobre sua aspiração futura, há quem aposte que a deputada federal Mariana Carvalho já trabalha decididamente para conseguir a indicação dos tucanos para ser a candidata do PSDB.
Esse projeto é uma “exigência” de Aparício Carvalho, o pai da deputada. Contra a bela parlamentar rondoniense pesa sua indecisão de assumir no ano passado a indicação de candidata a prefeita. Só na última hora apareceu Hildon Chaves para substituí-la. A vitória de Hildon Chaves foi uma surpresa no ninho tucano dos Carvalhos. E hoje o novo prefeito de Porto Velho terá o peso de um “curinga” na hora da definição de quem o PSDB escalará.
MATREIRO
Já era esperado. Afinal, Hildon Chaves chegou à prefeitura na sua primeira participação da refrega eleitoral, mas ainda está longe de poder ser apresentado como político matreiro. E assim, não é do tipo de político que só diz sim fazendo, mesmo quando não há justificativa, elogios baratos.
E agora sofre – da parte dos políticos matreiros – ataques pesados nessa maluca querela dos quinquênios. É atacado pelo que não fez (extinguir direitos adquiridos) e pelo que ainda não aconteceu.
Afinal, como já repetiu à exaustão, a nova lei (devidamente aprovada pela edilidade) apenas não permitirá que a prebenda continue sendo concedida a novos contratados da prefeitura. Quem já tinha, explicou o prefeito, continuara tendo, só que com a incorporação da gratificação nos salários.
MENOR CARGA
Quem paga impostos, quem não integra essa paróquia dos beneficiados, não tem como deixar de aplaudir o prefeito pela coragem de tomar uma decisão capaz de aliviar um pouco as combalidas finanças da municipalidade.
A grita, como é fácil constatar, tem origem em endereço conhecido: o núcleo de um sindicalismo comprometido com as práticas petralhas e as manobras de manipulação daquela mídia conduzida por “jornalistas” cooptados pelos escorraçados nas urnas, sempre torcendo pelo quanto pior melhor…
Ora, ou a municipalidade corajosamente enfrenta os dragões alimentados até agora pela irresponsabilidade suicida das gestões anteriores ou simplesmente deixa correr a Deus dará a caminhada da cidade para o caos do qual não terá mais volta.
ARTICULAÇÃO
É bem verdade que o prefeito Hildon Chaves maneja bem as ferramentas modernas das redes sociais para comunicar-se diretamente com a população. Isso não basta para enfrentar a matreirice de adversários capazes de fazer dos boatos um verdadeiro cipoal de intrigas.
O prefeito (salvo melhor juízo) ainda não conseguiu afinar seu setor de articulação política. Para evitar a bem orquestrada campanha que – entre outras coisas – promete até inflamar os servidores para uma paralisação generalizada deveria ter se precavido mais. A medida só deveria chegar à Câmara Municipal após a obtenção do apoio palpável da opinião pública.
VERDADEIRO OBJETIVO
E, como já dissemos antes, o prefeito precisa de uma comunicação melhor, mais profissional, que não repita erros primários como aconteceu (só para exemplificar) na questão da suposta doação de uma área a um grupo empresarial interessado em investir milhões num projeto do varejo…
Bom, enquanto o prefeito tem robusto apoio popular para levar à frente a execução de medidas fundamentais – mesmo desagradando cardeais da prefeitura e seus aliados no sindicalismo e na edilidade – não deve temer a gritaria histérica. O que ela pretende é exatamente inibir e paralisar o novo gestor.
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