FILOSOFANDO
“Não há progresso sem mudança. E quem não consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando coisa alguma.” GEORGE BERNARD SHAW (1856/1950), jornalista, dramaturgo, romancista, contista e ensaísta irlandês, tinha como objetivo combater abusos contra a classe trabalhadora e conquistar direitos iguais para homens e mulheres.
DESESPERANÇA
Li ontem numa dessas mídias superficiais a notícia de que o IBGE chegou à conclusão sobre a expectativa de vida para o estado de Rondônia: 71 anos. Não é bom augúrio para quem já rompeu a faixa dos 65, caso desse colunista. Mas, confesso, não chega a causar, também, desespero para sexagenários. Afinal estamos rodeados de exemplos de quem aqui mesmo ronda (ou ultrapassa) os cem anos em pleno vigor, caso específico do próprio decano do jornalismo rondoniense, Euro Tourinho, diretor geral do Alto Madeira, que no próximo ano comemorará seu centenário.
Todavia não há como negar: a revelação nos remete a um estado de realismo reforçando a desesperança de quem sabe ser tolice esperar mudanças positivas na apodrecida realidade política do estado capaz de refletir num avanço de qualidade no tempo em que nos resta para viver.
RAPOSAS NO GALINHEIRO
O povo – pela pouca importância que dá ao voto – continuará colocando raposas para tomar conta do galinheiro. Então, salvo as raras exceções, a nossa política continuará sendo permeada pelo indesejável voluntarismo que coloca no descrédito as instituições, enquanto próceres continuarão repicando, como se isso fosse um consolo, que elas (as instituições) estão funcionando. Pelo menos para quem chega na idade provecta não há esperanças de que esse script irá mudar no tempo em ainda se vai respirar.
SE LIXANDO
Os exemplos dados de forma contumaz pela maioria dos políticos é uma demonstração clara de que eles pouco se importam com as vozes da rua, adotando o deboche como a praxe. E não é só em Rondônia, onde deputados imaginam interpretar os anseios populares ao distribuir à centenas láureas de todo tipo, criadas pelo parlamento para marcar homenagens a quem se destaca de verdade, em espetáculos deprimentes e que reduzem ainda mais a importância da própria instituição da qual fazem parte.
Maus assessorados, incapazes de tomar pelo menos uma dose de simancol, os políticos aprofundam esse tétrico espetáculo de virar as costas ao povo, como aconteceu ontem, lá em Chapecó, com o presidente Michel Temer resistindo à participar do féretro realizado no estádio em homenagem às vítimas da tragédia aérea, simplesmente por temer uma suposta vaia à sua presença.
TITICA
Para quem ainda está na flor da idade é possível ter esperanças de lá no horizonte distante encontrar um Brasil capaz de dignificar sua população, isso se a classe política atual for substituída nos próximos pleitos. Mas essa não é uma esperança válida para quem dobrou o tal “cabo da boa esperança”. O Brasil de hoje virou uma titica. A situação é pavorosa.
CLEPTOCRACIA
Políticos de todos os matizes e de todos os estados desprezam os compromissos feitos aos eleitores e se organizam em quadrilhas para saquear não só os recursos econômicos, mas os próprios sonhos de uma pátria que nunca conseguiu sair da sua condição terceiro-mundista, dessa cleptocracia que é representada até por gente lançada na vida pública pelos rondonienses mais incautos, como o tal do Nilton Capixaba, Lindomar Garçom, Mosquini só para citar alguns dos muitos nomes que não merecem nenhum aplauso das pessoas sérias da sociedade.
HONESTIDADE DESPREZADA
Nossa classe, salvo as honrosas exceções, desce cada vez mais próxima ao esgoto no desprezo à honestidade, roubando de forma descarada a população. Esse roubo desvairado não é mais privilégio das castas maiores, dos nichos mais importantes da República. Ele está disseminado pelas mais insignificantes como é o caso de Vilhena, no sul rondoniense, e de outros pequenos municípios onde prefeitos e vereadores tiveram de ser arrancados de seus cargos por determinação do judiciário.
ESCONDERIJO PERFEITO
Instituições que deveriam defender os direitos mais importantes da sociedade foram convertidos nos esconderijos perfeitos para autênticos criminosos. É por isso que as medidas de combate à corrupção foram derrotadas na Câmara Federal e seguem o mesmo caminho no Senado.
Homens involucrados por imensas folhas corridas, fichas sujas, farão de tudo para continuarem como “intocáveis”. Esse pessoal não se preocupa em honrar o mandato. Querem á blindagem para ficar longe da cadeia. Por isso são capazes de ameaçar qualquer instituição ou pessoa que possa inviabilizar sua permanência da vergonha ribalta da política dos conchavos, das maracutaias e dos privilégios. Esse pessoal – essa é a mais pura verdade – lucram com a catástrofe que nos cerca hoje, especialmente nesse capital tão escrota, graças à inapetência desses mesmos personagens soturnos.
INCOMODAR
Não precisamos certamente de políticos e gestores que tratem nossas instituições como feudos. Precisamos de políticos com dignidade. Não precisamos de senadores como os rondonienses. Precisamos de senadores como Magno Malta, do Espírito Santo, sempre com coragem para, no mínimo, incomodar os corruptos, os patrimonialistas.
Não precisamos de figuras patéticas como o Lindomar Garçom, o maior papagaio de pirata da Câmara, que vive anunciando emendas e mais emendas (a maioria não passa de meras cascatas) que não irão resolver nunca a crise rondoniense. Quem comunga dessa visão é pernicioso para o estado onde, até o momento, a maior crise é a moral. Estamos diante de um desafio histórico que só será superado se depurarmos profundamente a política local já em 2018.
VAI AUXILIAR
O comentário do sábado: o vice-prefeito Edgar do Boi deverá auxiliar na articulação política o prefeito Hildon Chaves. Inicialmente o nome de Edgar chegou a ser cogitado para a pasta de políticas sociais.
FECHAMENTO
Já está escolhido, segundo fontes, o nome forte da gestão do novo prefeito. O escolhido, como se sabe, apoiava Léo Moraes no primeiro turmo. Trata-se do advogado Breno Mendes. Perguntinha esperando resposta: para onde vai o dinheiro da arrecadação da Caerd? Até hoje ninguém sabe por que motivos Reginaldo Trindade acabou sendo apeado da defesa dos Cinta Largas, os índios por trás da fortuna dos diamantes rondonienses. Hildon pretende fazer alguma coisa sobre a suposta gestão fraudulenta do Ipam, motivo de inquérito da PF? Meu Deus, falam em prejuízo de 80 milhões. E Nazif ainda faz cara de paisagem… No último minuto Michel Temer decide participar do féretro no estádio da Chapecoense. Menos mal.
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