FILOSOFANDO
“Quase sempre preferimos o conforto da opinião sem o desconforto da reflexão.” John Fitzgerald Kennedy (1917/1963), foi o segundo mais jovem presidente dos Estados Unidos. O presidente Kennedy morreu assassinado em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas.
BIOMBO
Para quem está calejado de observar campanhas políticas com a visão inerente aos jornalistas dessa editoria específica não deixa de ser intrigante verificar esse novo tipo de comportamento adotado pelos marqueteiros e também pelos ideólogos dos candidatos atuais de esconder os seus companheiros de chapa, como se temessem que a exposição dos vices pudesse tirar votos dos candidatos a prefeito.
A campanha vai chegando na reta final e os vices continuam escondidos atrás do biombo, sem falar nada, sem opinar nada, sem ao menos pedir votos de seus seguidores em favor de sua chapa. Estamos diante, pelo visto, de uma síndrome dos vices, como se isso fosse um reflexo direto da crise nacional geradora do impeachment transformando o vice Michel Temer no presidente de fato do país.
ERRO
Pelo menos dois candidatos na disputa pela prefeitura de Porto Velho estão cometendo esse erro crasso de esconder seus vices na campanha eleitoral, especialmente na TV. São eles: Hildon Chaves e Leo Moraes, respectivamente representantes do PSDB e PTB.
Parece que alguém do comando da campanha desses dois candidatos não descobriu até agora a importância de seus vices como agregadores do voto popular.
Ninguém que é de Porto Velho desconhece o valor eleitoral do médico Amado Rahall junto à população de Rondônia e especialmente da capital, onde sempre foi visto como um benemérito pelo papel que desempenhou por anos na direção do Hospital de Base, ajudando pessoas humildes da periferia da cidade. Essa imagem de “homem sangue bom” não tem sido valorizada na propaganda do jovem candidato Leo Moraes.
VOTO JOVEM
Inegavelmente o candidato do PTB é de longe aquele mais sorridente na propaganda eleitoral. Parece acreditar que o caminho da suposta vitória exige que se agregue o voto da juventude. Dai o discurso feito na TV relembrando nomes de figuras importantes da história do mundo que destacaram na idade da juventude, “como o próprio Santos Dumont”, frisou o petebista.
Dos mais antigos, capazes de servir como referencial, só o nome de seu pai falecido (ex-vereador, ex-deputado, ex-secretário da Segurança, etc, etc.) mereceu destaque em sua apresentação televisiva até agora.
DO BOI
Outro erro primário acontece com o desconhecido candidato do PSDB, Hildon Chaves, que mantém no limbo o candidato a vice, Edgar do Boi, enquanto coloca em destaque a bela deputada federal Mariana Carvalho, a mesma que rejeitou a indicação de seu nome para a disputa do cargo de prefeito.
Não se pretende com essa observação reduzir a importância do apoio de Mariana ao desconhecido candidato tucano.
Mas manter atrás do biombo o vice Edgar do Boi é uma tática incompreensível. Edgar é certamente mais conhecido que o titular da chapa. Deveria ser um ponto referencial na disputa. É considerado político ficha limpa e portando deveria ser mais aproveitado na campanha de um pretendente que tem no seu currículo o exercício do cargo de membro do Ministério Público.
MODERNO
A campanha está chegando ao fim e os candidatos interessados em substituir o atual prefeito portovelhense ainda não conseguiram demonstrar com clareza no que são diferentes dos últimos gestores municipais.
Mas, questão de justiça, é exatamente o candidato do PMDB, Williames Pimentel o que mais vem conseguindo vender a ideia de que com ele a gestão municipal vai adotar rumos modernos de gestão.
Seu programa deixa cada vez mais clara a mensagem de garantir serviços de qualidade e ágeis para os moradores da capital, fazendo até mesmo de Porto Velho uma cidade com bairros mais organizados, mais bonita e agradável para se viver.
NADA ANIMADOR
Para quem está desempregado as perspectivas não são nada boas no próximo ano. De cada 10 economistas pesquisados pela coluna 9 acham que o desemprego no Brasil só vai cair após a metade de 2017. E mesmo assim, não volta aos índices anteriores à crise nem em 2018. Quem pretende disputar o governo na próxima campanha deve considerar o desemprego como tema de altíssima relevância até mesmo em Rondônia.
INELEGIBILIDADE
Continuo convencido de que o Brasil é um país bizarro e vai demorar muito para escapar dessa sina. Afinal, como aceitar como normal o efeito Mandrake que permite a um político inabilitado pela justiça de concorrer na disputa eleitoral continuar fazendo campanha (e gastando muito dinheiro) se não pode, por força de lei, assumir nenhum cargo representativo?
Como o eleitor (especialmente o menos informado) pode se livrar dessa confusão sem desperdiçar seu voto naquele candidato condenado com pena de inelegibilidade diante do assédio sofrido em programas eleitorais que nem deixam claro o risco de que tal candidato concorre sub judice protegido com liminares?
A presença de uma chapa claramente viciada por infringências de ordem legal na corrida eleitoral contribui não só para induzir ao erro uma enorme quantidade de eleitores bem como para mostrar como são falhas as decisões do sistema judiciário brasileiro.
ESDRUXÚLA
E assim, ai estamos nós diante desse verdadeiro teatro do absurdo com a manutenção até agora da campanha do petista Roberto Sobrinho na TV e nas ruas como se ele não tivesse nenhuma restrição de ordem legal para fazer parte do processo eleitoral.
Imagine a situação esdrúxula posta diante do eleitorado se a campanha do petista não despencar e ele acabar ganhado volume para participar de um segundo turno?
IMPULSO
Embora certos analistas não concordem, a verdade é que a campanha do PT, para este observador do cenário político da capital, pode ganhar um impulso significativo com os apelos cada vez mais crescentes do “Fora Temer” em todo o país.
Um ponto a justificar essa percepção: os votos da “esquerda” podem migrar de vez para o candidato petista. Afinal, nesse momento os partidos alternativos estão em franca queda na colheita de votos, a ponto do PSOL não ter conseguido sequer colocar no horário eleitoral da TV o seu programa.
FRUSTRAÇÃO
E como ficará a situação para o segundo turno se antes do desfecho a Justiça Eleitoral confirmar a inelegibilidade do candidato do PT? Há, portando, o risco de uma enorme frustração do eleitorado, algo como aconteceu em passado recente com Expedito Júnior que disputou o governo, mas nem teve seus votos contados.
PROMESSAS
Tem candidato à prefeitura de Porto Velho que já se comprometeu a fazer tantas melhorias na cidade que só falta prometer, agora, a instalação de uma fonte da juventude na maltratada e abandonada praça Getúlio Vargas (em frente ao Palácio), para que todos sejam felizes para sempre. A fonte já está lá há muitos anos, desativada embora tenha consumido muita grana em reformas nas gestões anteriores sem, como é comum aqui, funcionar.
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