FILOSOFANDO
“A loucura é relativa. Quem pode definir o que é verdadeiramente são ou insano?”. Woody Allen (1935), foi batizado com o nome de Allan Stewart Königsberg, é um importante cineasta, roteirista, escritor, ator e músico norte-americano. Em seus filmes, ele desenvolveu a personalidade de um, intelectual, neurótico, nebbish, inquieto e inseguro, que ele insiste que é bem diferente de sua personalidade na vida real.
PERCEPÇÃO
Vai chegando o final de semana e sou obrigado a preparar meu espírito para um costume corriqueiro no nosso provincianismo. Na rua desse colunista virou um costume dos finais de semana alguns vizinhos apropriarem-se da rua (moro na Severino Ozias, no antigo bairro Calama) com uma parafernália de som (às vezes automotivo) tocando música alta a noite toda. Então, se você for pedir educadamente para que abaixem o volume, eles retrucarão com um xingamento qualquer, como se estivessem acima da legislação. É uma clara demonstração do provincianismo ainda presente no seio da comunidade.
POLÍCIA
Abri a coluna com esse assunto por ter certeza de que esse não um problema apenas meu. E também por ser ele reflexo da péssima qualidade da gestão pública, incapaz de cuidar bem segurança da população, da defesa dos direitos da cidadania.
Os últimos prefeitos criaram um verdadeiro batalhão de agentes de trânsito para multar condutores de veículos e assim aumentar a arrecadação, quando deveriam, isso sim, ter criado uma Guarda Municipal para agir no combate ao aumento da criminalidade e em casos como o relatado no desrespeito muito comum à lei do silêncio, à boa convivência comunitária.
INEXISTENTE
Não adianta chamar a polícia estadual para combater esses abusos, mesmo existindo uma polícia especializada para coibir poluidores (sonoros) do meio ambiente. Ela é inexistente quando se trata de atender esse tipo de ocorrência, de fazer cumprir a legislação em vigor.
Qual candidato a prefeito terá coragem de se comprometer a acabar com a indústria da multa e criar uma Guarda Municipal? Uma força não para multar o cidadão-contribuinte-eleitor com o objetivo de aumentar a arrecadação e sim garantir o cumprimento de normas e leis existentes para garantir a privacidade de cada família?
SÓ ENGANAÇÃO
Sei que vários leitores ficarão chateados com a abordagem da coluna desta quinta-feira. Não me preocupo. Afinal o objetivo da ELG nunca foi o de agradar (ou, como dizem, politicamente correta) pontualmente os leitores. Pelo contrário, a gente não se preocupa em provocar, em alimentar polemicas, especialmente num momento tão fundamental, como soem ser o eleitoral quando podemos demonstrar nosso interesse em modificar essa realidade medíocre da capital ou rondoniense ou então demonstrar que tudo deve continuar assim mesmo, essa enganação que atende aos últimos prefeitos especialistas e tapar o sol com a peneira.
DEBAIXO DO TAPETE
Só um sujeito completamente despido da capacidade de analisar, de ver a realidade, poderia considerar que Porto Velho está no melhor caminho, como dizem seus dirigentes, seus políticos de todos os níveis.
Exatamente pela falta de gestões competentes e comprometidas com a modernização da urbe e a melhoria da qualidade de vida da população a capital rondoniense segue sendo uma das mais desorganizadas e feias do país. Temo que isso não mude muito nos próximos anos. Sinto que sua população ainda está no nível muito baixo de conscientização, contribuindo para que a sujeira continue sendo empurrada para debaixo do tapete, a ponto de animar seus péssimos gestores a entrar na corrida para continuar mamando nas tetas do Poder.
CARTÃO POSTAL
Não sei como os gestores públicos da capital rondoniense não coram quando decidem falar sobre temas como turismo ou cultural.
Porto Velho é, gostemos ou não, uma cidade deprimente, sem algo capaz de ser apresentado como um autentico e exclusivo cartão postal da cidade. Esta realidade está ai para quem quiser ver.
A culpa de a cidade ter um Mercado Municipal que é, na verdade, uma porcaria; de Porto Velho ser uma cidade muito suja, com uma enorme quantidade de moradores sem a menor disposição de cuidar da cidade, dever ser atribuída primeiramente os péssimos prefeitos do último decênio.
PONTOS TURÍSTICOS
A capital rondoniense deveria aprender com outras cidades, como (só para exemplificar) Aracajú, em Sergipe, com suas orlas bem urbanizadas, cheias de arborização, jardins, áreas de lazer… São muitas as cidades que têm bastante para ensinar aqueles prefeitos acostumados a se refestelar em seus gabinetes e fechar os olhos para coisas simples que são mantidas no caos. Os prefeitos da capital rondoniense são idênticos em não amar a cidade nem respeitar os cidadãos-contribuintes-eleitores. Por isso o turismo de Porto Velho se mantém como uma piada e nada mais.
DESAMOR
Fora o desamor de seus dirigentes, Porto Velho não tem nada que a torne especial se comparada até mesmo com… Rio Branco. E o desamor patente dos prefeitos é auxiliado pelo desamor de sua popular que não reage. A apatia é a regra da maioria de seus habitantes. Ou não está ai a razão do centro de Porto Velho ser dominado pelo comércio de contrabando, pirataria e até por coisa muito pior: gente drogada, caídas nas ruas, trombadões e trombadinhas que vivem de “olhar carros” em vagas de estacionamento público, coisa também rara na cidade.
Entre esse mar de apatia (tem gente disposta a votar naquele que deixou de herança a maior manada de elefantes brancos do norte brasileiro) tem aqueles do ego hiperatrofiado que ainda acham que estamos vivendo numa cidade maravilhosa, uma Paris do trópico húmido.
CEGOS
São os que não veem o aumento da mendicância, a tristeza abissal de uma cidade sem obras estruturantes cercada de reforminhas que nunca ficam prontas. Não veem que o setor cultural da cidade é uma josta. Não tem biblioteca que preste, não tem uma orquestra sinfônica, uma opção teatral verdadeira, um salão de artes e tudo isso por que nos últimos tempos só teve prefeitos truculentos, incultos, que se contentam em “administrar” essa espécie de apocalipse. E assim, não temos pinacoteca, não temos uma casa da cultura digna desse nome, não tem uma projeção para o futuro.
Será que o eleitorado da capital rondoniense vai manter o domínio da m* fenomenológica, intelectual, filosófica e espiritual mantém a cidade aprisionada ao inegável provincianismo de hoje? Bom, vamos ter de esperar o desfecho da eleição desse ano para ver se nossas melhores esperanças serão ou não confirmadas.
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