País tem maior contagem diária de infecções desde o início da pandemia em meio a rápido avanço da ômicron. Especialistas preveem que logo será difícil escapar de um contágio pela variante.
A Alemanha registrou nesta quarta-feira (12/01) 80.430 novos casos de covid-19 em 24 horas, a maior marca diária no país desde o início da pandemia, em meio à rápida disseminação da variante ômicron do novo coronavírus.
Foi a primeira vez que o número diário de casos passou de 80 mil. O recorde anterior era de mais de 76 mil infecções, computado em 26 de novembro passado.
Mais 384 mortes por covid-19 foram registradas nesta quarta. Com o isso, o total de óbitos no país desde o início da pandemia subiu para 114.735. O de casos chegou a mais de 7,6 milhões – sendo que o número real deve ser muito maior, pois muitas infecções não são diagnosticadas.
A incidência de casos em sete dias, chave para as políticas anticovid no país, vem subindo constantemente desde o início do ano, chegando nesta quarta a 407,5 infecções a cada 100 mil habitantes. Na véspera, a taxa estava em 387,9, e há uma semana, em 258,6.
Há grandes diferenças entre as regiões. A cidade-estado de Bremen tem atualmente a maior incidência, com 1.296,8 casos a cada 100 mil habitantes em sete dias, seguida da cidade-estado de Berlim (856,4). A Saxônia, que há pouco tempo registrava a maior incidência, tem agora a menor taxa (239,5).
Supõe-se que essas diferenças regionais tenham a ver com o fato de que a variante ômicron, altamente contagiosa, ter começado a se disseminar primeiro no norte da Alemanha e com o maior risco de contágio em grandes cidades.
Restrições para não vacinados
Até o momento, 72,2% da população alemã foi completamente vacinada contra a covid-19 – taxa menor do que a registrada em outros países da Europa. Segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental de prevenção e controle de doenças, 44,2% dos alemães já receberam uma dose de reforço.
O governo vem tentando estimular a vacinação com restrições para não vacinados e para quem ainda não tomou a dose de reforço, o que vem motivando protestos no país.
“Transmissibilidade sem precedentes”
Com a disseminação da ômicron, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já se tornou a variante dominante no mundo, especialistas pressupõem que logo será difícil evitar uma infecção.
Nesta terça-feira, a OMS alertou que mais da metade da população da Europa poderá ter contraído a variante nos próximos dois meses se os números de infecções continuarem nas taxas atuais.
Também o imunologista Anthony Fauci, o principal assessor do governo dos EUA em relação à pandemia, previu que, mais cedo ou mais tarde, a ômicron, “com seu grau de eficiência de transmissibilidade sem precedentes”, infectará quase todas as pessoas.
Fauci afirmou que também vacinados devem ser infectados, mas que a maioria deles não terá quadros graves da doença, e que os não vacinados serão os mais duramente atingidos.
FONTE: REUTERS COM DEUTCHE WELLE
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