IMPACTO MARIANA
A decisão do PSDB de disputar a próxima eleição municipal de Porto Velho “até com candidatura puro sangue”, como noticiou a edição dominical do Alto Madeira, tendo a jovem (e bela) deputada Mariana Carvalho carregando a bandeira tucana, causou forte impacto no comando dos luas-pretas da prefeitura, ligados à articulação do projeto de reeleição do prefeito Nazif.
Se a moça começar a se comportar como quem vai realmente enfrentar o “prefeito 40”, projeta-se um cenário ampliado de incertezas para as chances de reeleição do lamentável prefeito do PSB. Até agora Nazif tinha o identificativo de navegação em céu de brigadeiro, graças à falta de competidores naturalmente palatáveis pelo eleitorado local.
GLAMOUR
O “prefeito 40” tem uma vantagem inegável nessa disputa, pelo menos hipoteticamente: a máquina da administração municipal. E isso ele já está usando acintosamente, ou seja, sem levar em conta os riscos de uma marcação severa da própria Justiça Eleitoral, no combate ao abuso de poder.
E mesmo com as ferramentas da máquina pública, falta-lhe o glamour junto à população, o que sobra em Mariana Carvalho, sem contar sua natural simpatia. Nazif é pessoalmente o oposto de tudo isso. Enquanto Mariana tem o frescor de uma cálida manhã primaveril, o semblante do prefeito é mais parecido com tormentas climáticas inesperadas.
PROPAGANDA PERIGOSA
Afinal, nessa fase de pré-campanha Mauro vem executando um enorme esquema de publicidade na mídia e até nas redes sociais. O prefeito só pensa em conseguir um novo mandato.
Assim, já começou a inundar (na semana que passou) a cidade com um panfleto batizado de “Prefeitura Presente” (pasmem!), clara propagando eleitoral antecipada.
Essa é uma iniciativa perigosa pelo poder de chamar a atenção do próprio Ministério Público que certamente pode investigar e inclusive descobrir por que o tal panfleto é apócrifo, sem identificação, com textos na mesma linha dos factoides distribuídos pela Coordenadoria de Comunicação da prefeitura.
É PRECISO ESPERAR
A política é mesmo uma coisa dinâmica. Nazif não é um bom candidato, mas ainda se beneficia da falta de uma Oposição coordenada e com lideranças de credibilidade.
Se não fosse turrão como é, certamente teria usado todo esse tempo no comando da prefeitura para abrir para si mais espaço popular. Não será apenas com uma propaganda que não reflete a realidade que dará ao “prefeito 40” um favoritismo consolidado.
Em relação aos eventuais candidatos mais competitivos também não dá para se divisar uma tendência no imbróglio eleitoral portovelhense. É preciso esperar a campanha propriamente dita para ser ter prognósticos mais seguros.
MAIS BENEFICIADA
A jovem deputada federal dos tucanos é parte da nova geração de políticos. Ela emergiu para a vida pública com a evidência das grandes votações. Mariana tem uma enorme carreira pela frente. Precisa, claro, acumular mais conhecimento e mais conteúdo político. Até agora ela ainda não construiu uma identidade de líder oposicionista.
Falta-lhe um discurso confrontando quem está no Poder, tanto na capital como no governo do estado. Nem por isso pode se deixar de reconhecer que Mariana é o nome de mais evidência das novas lideranças (em construção), especialmente do cenário político de Porto Velho.
ALTERNATIVA
Quem também emerge como alternativa dentro dessa nova geração de políticos é o deputado Leo Moraes. É, na Assembleia, um parlamentar com relativa evidência. Tem posições pragmáticas. Mas seu discurso está aquém de interessar a todos os segmentos do eleitorado, já que o próprio parlamentar parece se esforçar para ser um símbolo do setor de segurança, onde seu pai foi um ícone por muito tempo.
REPAGINADO
Entre os nomes da velha-guarda o destaque é reservado para Odacir Soares. Ele se diz pronto para entrar na disputa do próximo ano. As dúvidas surgem pela maneira claudicante de seu posicionamento, apesar de carregar o legado de já ter sido prefeito de Porto Velho, deputado federal e até senador.
Odacir precisa ser repaginado para encarar uma disputa do tamanho da prefeitura da capital rondoniense. Afinal, serviu governadores vistos hoje pela maioria do eleitorado como vilões. Para alguém entrado em anos será difícil superar a “alternativa jovem” pronta para ser escalada para a disputa.
TRIBUTOS OPTATIVOS
A partir de janeiro, as empresas deverão optar entre dois tributos da área previdenciária para recolhimento ao Governo. Um deles, a Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta (CPRB), teve um aumento substancial que passa a valer em dezembro. Esse imposto é descontado sobre a receita bruta da empresa e varia entre 1,5% e 4%. Já a outra opção, a Contribuição Previdenciária Patronal, requer o recolhimento de 20% sobre a folha de pagamento. A escolha valerá durante todo o próximo ano em caráter irreversível.
DIREITO SOCIAL
O direito à educação está distante de ser consagrado no Brasil. Mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, estão fora da escola. Segundo a Constituição Federal, com o advento da Emenda 59/2009, todos os brasileiros nessa faixa-etária devem estar matriculados até 2016 – e dificilmente isso ocorrerá. Além das demandas estabelecidas pela Carta Magna, até 2024, o Plano Nacional de Educação (PNE) determina a necessidade de criação e manutenção de mais de 3,4 milhões de matrículas em creche e mais de 13 milhões de matrículas para a alfabetização de jovens e adultos. A educação é um direito fundamental, parte essencial da cidadania e está listada como o primeiro direito social no artigo sexto da Constituição Federal.
FALÊNCIA MORAL
É simplesmente deplorável a festa promovida por boa parte da população de Vilhena para receber o ladrão condenado por roubar dinheiro público na Assembleia, Natan Donadon. Um vergonhoso exemplo da falência moral da representação popular rondoniense.
Nem o período de cadeia na Papuda, em Brasília, fez a cidade deixar de se comportar como um feudo político dessa família do balacobaco. Enquanto Natan foi ser prisioneiro em Brasília, seu irmão Marco foi habitar o presídio de Porto Velho. E nem assim os Donadons deixaram de ter poder naquela cidade que mais uma vez dá demonstração de que é porosa em relação à corrupção.
DAI PARA PIOR
Diante dos fatos recentemente noticiados na mídia sobre a cidade de Vilhena, fica a impressão de que a praxe dos políticos de lá é ocuparem cargos e vencer eleições para roubar o dinheiro público e conseguir o enriquecimento pessoal em falcatruas como as praticadas pelos Donadons, exatamente por acreditar num eleitorado submisso, incapaz de punir corruptos e desmoronar, com o voto, as “famiglias” com atuação no chamado Cone Sul.
Tudo indica que Vilhena pode mais uma vez premiar a bandidagem nas próximas campanhas eleitorais.
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