Em Linhas Gerais

Réu em processo que corre no Supremo Tribunal Federal, Senador Acir Gurgacz vai relatar contas de Dilma – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“A esperança tem duas lindas filhas: a indignação e a coragem. A primeira nos ensina a não aceitar as coisas como estão. A segunda, a mudá-las”. Santo Agostinho, grande filósofo cristão.

13º SEM GARANTIAS

Uma fonte familiarizada com a situação das contas públicas das municipalidades adiantou ontem para a coluna que há um risco de que a maioria dos municípios rondonienses não conseguirá pagar o 13º e até mesmo o salário de dezembro dos servidores.

A Associação dos Municípios do Estado de Rondônia ainda não se manifestou sobre o assunto, mas a fonte comentou que uma queda de mais de 15% nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) colocou a maioria dos municípios do estado numa situação de crise sem precedente. “São poucos os que não estão com as finanças sangrando”, disse.

CÂMARAS

A crise financeira provocada principalmente pela redução dos repasses federais já chega, também, às câmaras municipais. Alguns municípios rondonienses não fizeram os repasses do duodécimo para suas câmaras municipais, incorrendo em infração na Lei de Responsabilidade Fiscal. De acordo com a informação colhida pela coluna, a redução, ao longo do ano, o FPM teve uma queda de 3,35 bilhões, representando uma queda de 15,56%.

CRESCENTES

Mesmo com a redução dos repasses as despesas municipais continuam se ampliando, a partir dos aumentos do piso salarial dos professores, salário mínimo, de energia e de combustível e também de inchaço da folha com a nomeação excessiva para cargos políticos providos sem concurso público.

MALDITAS

Certamente a maioria dos brasileiros está no limite em relação à blindagem de políticos que se envolvem com a corrupção que, assim, continuam na vida pública e conseguindo (na maioria das vezes) se beneficiar da impunidade.

Ontem nesse cenário do absurdo assistimos manifestações na Câmara dos Deputados no exato momento em que seu presidente, Eduardo Cunha, dava uma entrevista, pedindo sua renúncia e logo depois uma homenagem do PMDB ao entronizar sua foto na galeria dos líderes.

Valho-me dessa premissa para abordar a maldita articulação envolvendo deputados do PT, PMDB e PP com o intuito de promover um acordo escabroso para preservar o mandato da presidente Dilma, obstando a abertura do processo de impeachment e, ipso facto, mobilizar as bancadas governistas, visando manter Cunha no cargo. E, se assim ocorrer, a nação testemunhará um escândalo político sem precedentes na história da República.

TAL COMO RONDÔNIA

Na proporção do tamanho do Estado rondoniense assistimos aqui algo muito parecido com o conluio que vemos no cenário da República. É de se lamentar a constatação de que políticos acusados (e até sentenciados) pelas instituições do judiciário ultrapassando anos e anos sem pagar de fato pelos crimes cometidos, flanando por ai e influenciando decisões políticas importantes e até nichos do governo. É claro que isso é um escândalo.

Reconheçamos, no entanto, que povo é o maior responsável pelas distorções democráticas que hoje vivenciamos. Exatamente por ter parte do eleitorado metido os pés na lama, formou-se uma quadrilha que ainda está sedimentada na política rondoniense, elegendo seus prepostos e parentes para continuar assaltando o tesouro estadual e o que resta da esperança popular. O que se espera é agilidade do Judiciário colocando na cadeia os escroques conhecidos (e até com condenação) que meteram o estado nesse mar de lama que lhe deu o epíteto de “Roubônia”.

DISPUTA DA OAB-RO

Recebo convite para participar do lançamento da chapa 10 “Todos pela Ordem”, liderada pelo advogado Breno Mendes, que acontecerá hoje, dia 23, às 19 horas, no Bingool Eventos, localizado na Rogério Webber, no centro da capital.

RELATOR É REU

Escolhido como relator do parecer do Tribunal de Contas da União que rejeitou as contas da presidente Dilma, condenando-a pelas “pedaladas” praticadas em 2014, Acir Gurgacz, senador rondoniense e um dos donos do império Eucatur, foi foco do jornalista Josias de Souza, em seu blog, no dia de ontem.

Josias lembrou que Acir é Gurgacz, de Rondônia, é réu em processo que corre no Supremo Tribunal Federal. Responde por estelionato, artigo 171 do Código Penal, além de crimes contra o sistema financeiro nacional.

ENGANOU O BASA

O jornalista blogueiro lembra que Gurgacz era sócio e diretor de uma empresa de ônibus chamada Eucatur. Operava em Manaus (AM) e Ji-Paraná (RO). Foi acusado de ludibriar uma casa bancária estatal, o Banco da Amazônia, para obter empréstimo de R$ 1,5 milhão. No papel, o dinheiro deveria ser usado na compra de sete ônibus novos, orçados em R$ 290 mil cada. Descobriu-se, porém, que foram adquiridos ônibus com quase onze anos de rodagem, ao preço de R$ 12 mil cada.

OBJETIVO: SER GOVERNADOR

O homem que enganou o Basa nesse escândalo dos ônibus conseguiu eleger-se senador numa campanha milionária e hoje é líder do PDT no Senado. Segundo se afirma nos bastidores políticos, o grande objetivo de Acir é vencer a disputa eleitoral de 2018 para ser governador rondoniense.

Embora seja réu no processo do STF, em Rondônia não sofre restrições. Como é dono de importante complexo de comunicação que inclui jornal, rádio e TV, Acir não teria dificuldades em manipular a opinião pública a seu favor. Tem também a vantagem de ser o grande cacique do PDT no estado, garantia de total apoio da sigla à pretensão de mandar na gestão do governo rondoniense.

PALHAÇADA PETRALHA

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), retirou do parecer final o pedido de indiciamento de nomes sugeridos pelos sub-relatores que já foram denunciados, indiciados e condenados, ou sugestões genéricas, que falam apenas em indiciamento de “responsáveis legais”. Ele descartou a responsabilização da presidente Dilma Rousseff e dos ex-presidentes da estatal Graça Foster e José Sérgio Gabrielli, entre vários outros.

CARTÕES CORPORATIVOS

A aprovação do relatório confirmou tudo aquilo que se esperava: a CPI iria pelo mesmo caminho de outras, verdadeira comissão ‘chapa branca’ para livrar o governo e seus aliados de qualquer responsabilidade pela roubalheira da Petrobras.

Luiz Sérgio fez o mesmo serviço que já prestara ao governo, alguns anos atrás, quando relatou a CPI dos Cartões Corporativos e ignorou completamente os ministros do governo de seu partido e insistia em cobrar os integrantes do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

 SEM RESPEITO AO ELEITOR

Luiz Sérgio é militante histórico do PT. Então, não foi qualquer surpresa o relatório que mesmo assim foi aprovado com folgada maioria de votos pela comissão.

Esta é a forma em que grande parte de nossos parlamentares age. Não há genuíno interesse da maioria deles em defender os interesses daqueles que os elegeram e que, como contribuintes, pagam seus vencimentos, benefícios e mordomias.

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