FERROVIA FANTASIOSA
A construção de uma ferrovia ligando o Atlântico ao Pacífico, passando por Rondônia, é o mais novo assunto utilizado por “lideranças” rondonienses para incensar o ego rondoniense, e principalmente políticos em visível queda de prestígio junto à opinião pública.
A “Transoceânica” é uma ideia fantasiosa. Uma questão que já foi levantada no passado.
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REPETECO DO GASODUTO
Mesmo sendo algo como a ideia do “Gasoduto de Urucu”, que foi por anos um mote utilizado pelo Senador Valdir Raupp e nunca saiu do papel; a ferrovia chega a motivar que gente completamente desinformada sobre o assunto, como o vice-prefeito de Ji-Paraná – personagem político completamente desconhecido no restante do estado – dê pitacos absurdos, colocando quem não vibra com o anúncio dessa ficção como agente de uma conspiração dos Estados Unidos.
IDEIA ANTIGA
O desejo do Brasil em utilizar sua fronteira terrestre para construir uma saída pelo Pacífico vem do começo do ano 2000. Muitos seminários e reuniões foram realizados para discutir tal ideia, inclusive aqui em Rondônia. Em nosso estado deu-se destaque à saída rodoviária, que serviu inclusive para lançar na política o insosso ex-presidente da Fiero, Miguel de Souza. Esperto, o ex-presidente da Fiero (mesmo sem nunca ter tido alguma indústria conhecida no estado) passou a ser visto como um dos líderes da “Rodovia do Pacífico”.
PURA ENGANAÇÃO
É uma pena que pessoas como os nossos senadores não falem claramente sobre essa nova embalagem de uma ideia ótima para seu marketing nesse momento em que a crise coloca os políticos na berlinda.
A ideia de uma ferrovia ligando o Rio de Janeiro ao Peru, em conjunto com o Peru e a China é mais uma enganação. Com custo de R$ 30 bilhões é pior ainda que a do passado. Isso é puro exercício de megalomania do governo Dilma, do PT.
SÓ PARA IMPRESSIONAR
Certamente Raupp e Gurgacz sabem, mas não admitem que o país degringolou. A realidade é esta e o resto é tergiversação. Estamos em recessão e o governo se apega a ideias megalomaníacas para tentar amenizar a queda de sua desaprovação popular. E Raupp como os demais políticos rondonienses ligados à base do governo também esperam, com essa ideia, ter conseguido mais uma boia para não afundarem de vez seus projetos de poder, principalmente Raupp, investigado da Lava Jato.
IRRESPONSABILIDADE
A realidade é essa: o momento é de economia, de corte de gastos. E, pior, o governo nem sequer sabe o que está falando. Não conhece custos de transporte, não sabe o que é comércio exterior, e fala nisso.
É mais um daqueles projetos para impressionar, mostrar que se está fazendo algo.
Sabemos que esse algo, como o gasoduto de Urucu, nunca sairá do papel. Se sair, jamais será terminado. Se terminado, será mais uma inutilidade desse governo.
Ao contrário do desconhecido vice-prefeito de Ji-Paraná, Valdir Raupp e Acir Gurgacz vendem essa fantasia da “ferrovia transoceânica” como algo que vai acontecer proximamente por pura irresponsabilidade.
ESPECULAÇÃO
Segundo os experts do assunto no passado, e parece que temos hoje a mesma ideia, nossos produtos alcançariam o Extremo Oriente, em especial os grandes compradores, a China e Japão, percorrendo menos milhas marítimas. Em se tratando de mercadorias enviadas à costa oeste norte-americana poder-se-ia, inclusive, eliminar a passagem pelo canal do Panamá, se isto tiver que acontecer.
Até que ponto isto pode ser verdade ainda está por ser verificado, e ainda não passa de especulação. São exercícios de teoria, visto que, se ainda não existe, nada se pode afirmar sobre ele.
OUTROS GASTOS
É preciso verificar quanto custará, e se o investimento no corredor se pagará. É preciso lembrar que o gasto não é apenas na construção da ferrovia. Só para começo de conversa, tem os gastos com locomotivas e vagões. O mesmo governo do PT fez uma onda danada com o trem bala, projeto que sequer saiu do papel.
PÉSSIMO NEGÓCIO
Essa ideia, afirmam alguns especialistas, só seria útil para alguns pontos do território nacional, mais perto do Pacífico, em que se trocaria a rodovia brasileira pela ferrovia até lá.
A troca do transporte marítimo pela ferrovia é, de longe, péssimo negócio. A ferrovia é mais vantajosa que a rodovia e não o transporte marítimo.
ANUNCIOS FURADOS
Pelo visto, Raupp vai consolidando a fama de o arauto das infraestruturas que não conseguem romper os contos da carochinha, como (só para exemplificar) a ponte sobre o Rio Mamoré, ligando Rondônia à Bolívia. E enquanto vive fazendo esses anúncios mirabolantes, a estrada que liga Guajará-Mirim à BR 364 continua uma porcaria cada vez pior. Mas disso, o senador barbudo parece querer distância de uma solução possível.
NAZIF DE NOVO?
Aqueles portovelhenses capazes de qualquer coisa para não ter Mauro Nazif à frente da prefeitura em mais um mandato podem começar a fazer alguma coisa, como rezar, para que isso não aconteça. Para o pessoal ligado a Mauro Nazif, há sim muita esperança de que seu mandato será revalidado nas eleições de 2016.
Certamente o prefeito de Porto Velho está quase tão desgastado como foi com o seu sucessor. Mas se o quadro eleitoral de hoje resistir, sem surgir uma expressiva candidatura de Oposição, o dr. Mauro pode mesmo conseguir um novo mandato. A falta de Oposição no passado recente permitiu que um prefeito mequetrefe e todo chafurdado em denúncias de corrupção, como foi o caso de Roberto Sobrinho. O mesmo pode se repetir agora, com Mauro Nazif.
NÃO É IMPROVÁVEL
No geral os políticos rondonienses não demonstram nenhuma afinidade com a prática de oposição. A maioria prefere sempre ficar do lado que a vaca deita. Eta povinho que gosta de uma teta.
No cenário da vereança, por exemplo, até quem pertence a siglas completamente incompatíveis com a político do prefeito se aliou a ele, seduzidos por cargos e algum tipo de benesse.
Por isso, uma nova vitória de Mauro Nazif é muito difícil, mas não improvável. Entre os nomes ventilados até agora para enfrentar o prefeito no próximo ano, poucos têm peso eleitoral inquestionável ou até estrutura partidária para entrar na disputa eleitoral em pé de igualdade com o prefeito.
DESPREOCUPADOS
A gestão de Mauro Nazif sofre intenso bombardeio da chamada mídia independente, na rede social. Mas o mesmo não acontece em relação aos partidos.
Veja o caso do PSDB, sigla que certamente aspira chegar ao comando das grandes prefeituras do estado e, principalmente, da prefeitura de Porto Velho.
Nem por isso o PSDB age como oposição à gestão de Mauro. O partido – que inclusive teve um vereador integrando a equipe do prefeito – não fustiga o prefeito nem quando a municipalidade é agravada por supostos escândalos ou por claras incompetências, como acontece agora com a frustrante substituição das empresas que exploram o transporte coletivo da cidade.
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