O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeou a conselheira Maria Thereza Uille Gomes, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e um funcionário do gabinete dele para acompanhar as reuniões entre líderes indígenas e integrantes do governo federal sobre como conter a pandemia da Covid-19 nas aldeias. Barroso também estipulou que as reuniões virtuais sejam feitas por meio de plataforma adequada, com imagem e som repassados a todos os participantes a partir do próximo encontro.
O ministro atendeu parcialmente pedido feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Também são autores da ação seis partidos políticos. Em relatório encaminhado ao ministro, a entidade reclamou que representantes indígenas foram humilhados pelo governo federal em uma reunião ocorrida na última sexta-feira. A reunião foi a primeira depois que Barroso criou uma “sala de situação” para debater o assunto e buscar formas de proteger a saúde dos indígenas diante da Covid-19.
Segundo a entidade, integrantes do governo federal fizeram discursos ameaçadores e usaram palavras de baixo calão. “A experiência vivida por eles foi de um tratamento desastroso, humilhante e constrangedor, situação à qual nenhum cidadão merece passar, sobretudo diante de autoridades do governo brasileiro”, diz o relatório. Segundo a entidade, a reunião foi planejada para atacar os povos indígenas e tentar intimidá-los.
Nesta quarta-feira, Barroso destacou ter confiança na capacidade de o governo e as comunidades indígenas construírem um consenso: “Só governo e comunidade, em conjunto, podem conceber um plano eficaz e exequível. Não queremos repetir a história, queremos mudar a história. Com boa fé, boa vontade e espíritos desarmados, dificuldades são desfeitas e quase tudo é possível”, afirmou.
FONTE: EXTRA
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