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Sudão enfrenta 3° dia de fortes protestos contra golpe militar

Primeiro-ministro deposto voltou à prisão domiciliar, enquanto ministros e líderes civis permanecem em prisão dos militares

O Sudão enfrenta o terceiro dia de fortes protestos contra o golpe militar nesta quarta-feira (27), enquanto o primeiro-ministro deposto, Abdala Hamdok, voltou à prisão domiciliar mesmo com uma intensa condenação internacional da tomada do poder.

Enquanto isso, o aeroporto de Cartum vai reiniciar as operações hoje, anunciou o diretor da aviação civil, Ibrahim Adlane, dois dias após o golpe que derrubou o governo de transição do Sudão.

Hamdok foi detido na segunda-feira junto com seus ministros e membros civis do conselho governante do Sudão, mas sua volta para casa não conseguiu conter os protestos e a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

As manifestações continuaram apesar das forças de segurança prenderem vários participantes e derrubarem suas barricadas, enquanto removiam pedras e pneus usados ​​para bloquear estradas na capital Cartum, disseram jornalistas da AFP.

Hamdok e sua esposa voltaram para casa “sob estreita vigilância”, disse seu gabinete na última terça-feira (26), enquanto outros ministros e líderes civis permaneciam sob prisão militar.

O golpe veio após dois anos de transição tumultuada definida por um acordo de divisão de poder em agosto de 2019 entre militares e civis, após a derrubada do ditador Omar al Bashir em meio a uma onda de protestos em massa contra seu governo.

Os protestos em andamento explodiram com milhares de sudaneses nas ruas na última segunda-feira, depois que o general Abdel Fattah al Burhan ordenou a dissolução do governo e declarou estado de emergência.

O golpe de segunda-feira foi o mais recente no país africano, um dos menos desenvolvidos do mundo, que teve apenas breves períodos de democracia desde sua independência em 1956.

Burhan tornou-se o governante de fato em 2019 como chefe do Conselho Civil-Militar Soberano e ocupou um alto posto militar durante o regime severo de três décadas de Bashir. Além disso, conta com o respaldo das temidas Forças de Apoio Rápido, paramilitares.

“Ataques vingativos”

Quatro pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas quando os soldados atiraram contra os manifestantes, de acordo com um grupo de médicos.

A violência contra os manifestantes aumentou quando as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e lançaram “ataques vingativos” contra protestos em todo o país, disse a Associação de Profissionais do Sudão (APS), uma coalizão sindical que estava envolvida no movimento contra Bashir.

Os serviços de Internet foram bloqueados e as lojas da capital permaneceram fechadas devido aos apelos para uma campanha de desobediência civil.  A APS convocou “um milhão de protestos” para 30 de outubro.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou com Hamdok na terça-feira e saudou seu retorno para casa, enquanto expressava “profunda preocupação” com o movimento militar e reiterava o apoio de Washington a uma democracia sob comando civil.

Os Estados Unidos suspenderam a entrega de centenas de milhões de dólares em ajuda ao país africano após o golpe.

A União Europeia também ameaçou “graves consequências para as novas autoridades sudanesas, incluindo a suspensão do apoio financeiro.

Nesse contexto, a reabertura do aeroporto da capital foi um dos poucos anúncios positivos nos últimos dias no Sudão.

O aeroporto, localizado no centro de Cartum, onde manifestantes bloquearam várias estradas com pedras e pneus queimados, é separado apenas por uma cerca das principais avenidas da capital sudanesa.

FONTE: AFP

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Gomes

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