Combatentes foram capturados nos combates na cidade de Mariupol e fizeram apelo público nesta segunda (18)
Dois combatentes britânicos capturados na Ucrânia por forças russas apareceram na TV estatal russa nesta segunda-feira (18) e pediram para serem trocados por um aliado ucraniano do presidente Vladimir Putin, que está detido pelas autoridades ucranianas.
Não ficou claro com que liberdade os dois homens – Shaun Pinner e Aiden Aslin – conseguiram conversar. Ambos falaram separadamente após serem solicitados por um homem não identificado. A filmagem foi transmitida no canal de TV estatal Rossiya 24.
Os dois homens pediram ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson para trocá-los pelo político pró-russo Viktor Medvedchuk. Medvedchuk foi mostrado também pedindo para ser trocado em um vídeo divulgado pelo serviço de inteligência SBU da Ucrânia via mídia social.
Medvedchuk, em seu apelo a Putin e ao presidente ucraniano Volodymr Zelenskiy, pediu para ser trocado pelos “defensores de Mariupol e seus cidadãos que estão lá hoje e não têm oportunidade de uma saída segura por um corredor humanitário”.
Medvedchuk é o líder do partido de Oposição – Pela Vida, e um aliado de Putin que passou anos defendendo laços mais estreitos entre a Rússia e a Ucrânia.
Tanto Pinner quanto Aslin lutaram do lado ucraniano em Mariupol, que agora está quase inteiramente sob controle russo, além da extensa siderúrgica Azovstal, onde alguns combatentes ucranianos permaneceram escondidos.
Um homem não identificado mostrado na TV estatal russa foi visto mostrando aos dois britânicos um vídeo em seu celular da esposa de Medvedchuk, Oksana, fazendo um apelo no fim de semana para que seu marido fosse trocado pelos dois cidadãos britânicos.
Apelo a Boris Johnson
Três dias depois que a Rússia deslocou suas forças para a Ucrânia, em 24 de fevereiro, o governo ucraniano disse que Medvedchuk havia escapado da prisão domiciliar. Ele estava confinado em sua casa desde maio de 2021 acusado de alta traição e depois de ajudar o terrorismo.
A figura pró-Rússia, que diz que Putin é padrinho de sua filha, negou irregularidades e alegou que ele é vítima de perseguição com motivação política. Ele foi capturado pela Ucrânia na semana passada.
“Eu entendo a situação”, disse Pinner, que estava vestindo uma casaco com capuz azul e parecia cansado e nervoso depois de ver o vídeo.
“Gostaria de apelar ao governo (britânico) para me mandar de volta para casa, gostaria de ver minha esposa novamente”, disse ele.
Pinner fez um apelo direto a Johnson, que ele disse ser em nome dele e de Aslin.
“Procuramos trocar eu e Aiden Aslin pelo Sr. Medvedchuk. Obviamente, eu realmente apreciaria sua ajuda neste assunto”, disse ele, relatando que falava um pouco de russo e foi bem tratado.
O homem não identificado foi então mostrado falando com Aslin, que estava sentado em uma cadeira vestindo uma camiseta com o emblema do batalhão de extrema-direita Azov da Ucrânia.
“Acho que Boris (Johnson) precisa ouvir o que Oksana (esposa de Medvedchuk) disse”, disse Aslin, que parecia nervoso.
“Se Boris Johnson realmente se importa como diz com os cidadãos britânicos, então ele ajudaria a pressionar Zelensky a fazer a coisa certa e devolver Viktor à sua família e nos devolver às nossas famílias”.
O Ministério das Relações Exteriores britânico não fez comentários imediatos sobre a filmagem, mas divulgou uma declaração feita pela família Pinner.
“Nossa família está atualmente trabalhando com o Ministério das Relações Exteriores junto com a família de Aiden Aslin, que também está detido pelo Exército russo para garantir que seus direitos como prisioneiros de guerra sejam respeitados de acordo com a Convenção de Genebra”, disse o comunicado.
A Rússia disse que vai ficar de olho no destino de Medvedchuk e na semana passada disse à Ucrânia que “tome cuidado” depois que Kiev capturou o aliado de Putin e divulgou fotos dele algemado.
FONTE: REUTERS
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