Em Linhas Gerais

Sinalizadas mudanças no staff da prefeitura. O governo deve retratar-se – por Gessi Taborda

PERGUNTAS

Será que a máfia legislativa das gestões de Carlão de Oliveira e do “irmão Valter”, fizeram os mesmo rolos na legislatura que acaba agora? Quem vai investigar?

Quem protege esses políticos mafiosos? Esses espertalhões que inventaram o esdrúxulo contrato de 14 milhões para gastar com publicidade desnecessária vão responder a uma agenda policial?

CONDIÇÕES MÍNIMAS

Nas coxias do poder político os comentários são insistentes em garantir que mudanças estão a caminho na gestão municipal de Hildon Chaves. Se tal perspectiva confirmar-se será como uma sinalização de que o prefeito de Porto Velho está projetando disputar sua reeleição.

As mudanças de que falam (com ênfase no secretariado) objetivam melhorar a popularidade de Hildon. Para alguns especialistas, a queda em relação aos índices que Hildon detinha no início de sua gestão não foi tão grande.

ELE É MELHOR

Se comparado com os prefeitos anteriores, Hildon Chaves é o melhor gestor que passou pela prefeitura de Porto Velho. Ele tem muitas metas louváveis a atingir e algumas, como a busca pelo equilíbrio das finanças, foram atingidas com louvor. Isso sem se falar da conclusão dos malfadados viadutos da capital, autênticos elefantes brancos herdados das gestões anteriores. Bem, as condições mínimas para a construção do projeto de reeleição existem, mas – e o próprio prefeito certamente sabe disso – há outras etapas a cumprir para aplainar o caminho de uma candidatura na renovação do mandato.

BASTANTE

O prefeito pretende fazer as modificações do “staff” antes de assumir o “Prédio do Relógio” como a nova sede de seu gabinete. Para uma parcela da população o simples câmbio de personagens do primeiro escalão não é bastante para demonstrar que terminaram os longos anos de desprezo da municipalidade para com antigas reivindicações dos moradores de Porto Velho.

Para a construção do prestígio pessoal do prefeito e de sua gestão, as mudanças terão de vir com ações que verdadeiramente repare e estanque os erros dos antecessores, especialmente em segmentos fundamentais como transporte urbano, a assistência de saúde, o trânsito, a segurança, a urbanização e vai por ai afora.

MORAL

Sim, o prefeito Hildon Chaves se comparado aos seus mais recentes antecessores tem a seu favor a virtude da superioridade moral. O prefeito não rouba!

No entanto o prefeito da capital rondoniense tem de demonstrar muito mais do simples boa vontade na correção dos nefandos erros herdados, especialmente em áreas sensíveis como o transporte urbano e a saúde e – por que não – até o do segmento da cultura e do turismo.

Aliás, nesse aspecto, não basta um secretário de boa vontade se não demonstra destreza profissional para ser efetivado. Ora, de boas intenções o caminho para o inferno está pavimentado!

INTACTO

Para observadores mais atentos há uma constatação de que a crise na vida em Porto Velho ainda não foi suficiente para impactar perigosamente o apoio dado ao prefeito por quem votou em Hildon Chaves.

Assim, se nesse ano de 2019 ele chegar ao final com algumas das obras prometidas na sua campanha vitoriosa o cenário de sua reeleição será alvissareiro. Chegará com sua imagem intacta perante o povo na hora de reclamar outro mandato.

DISCURSO RECUPERADO

E nem falamos das grandes obras, como Ceasa, Centro de Convenções, Rodoviária e etc. Falamos de ações para recuperar nossas praças públicas; para melhorar o visual da cidade com o projeto de calçadas públicas, de melhorar a sinalização de trânsito; da melhoria nas unidades de saúde do município, de um calendário de eventos culturais de qualidade e outras coisas prosaicas.

Se o prefeito conseguir recuperar seu discurso público gerando certezas, criando pontes de diálogos com os distintos setores sociais e econômicos do estado e do país rechaçará as especulações irresponsáveis de opositores interessados em alimentar uma falsa polarização.

AMEAÇA DE GOVERNO

Li nos meios de comunicação de Rondônia que o novo governador pretende tomar medidas policialescas contra os jornalistas e meios midiáticos críticos à sua gestão. Inicialmente não acreditei no que li.

Fiquei esperando uma reação dos tais meios de comunicação ou pelo menos uma nota do Sindicato dos Jornalistas (o Sinjor) em defesa da liberdade de opinião e informação, o que acabou não vindo.

Sei muito bem que o Coronel Marcos Rocha está debutando em cargo eletivo. Para chegar ao governo do Estado ele não precisou passar por qualquer experiência anterior. Foi eleito na onda do movimento de Bolsonaro. Essa sua qualificação política deve ter estimulado o coronel a aceitar como normal a ameaça aos meios de comunicação.

INACEITÁVEL

A (Vá lá!) advertência do novo governo é totalmente censurável e inaceitável. Não dá para entender, diante disso, a caludez do Sinjor. Todos os jornalistas têm o direito de noticiar, denunciar, criticar ou analisar os feitos ou omissões do governo, sem o temor de sofrer represálias do governo, muitos menos com ações intimidatórias da polícia do estado.

A fala (num tom de advertência) atribuída ao governo no momento em que dava posse a um detentor de cargo na área de Segurança deveria motivar o coronel governador retratar-se inclusive pedir desculpas pelas declarações atrevidas, lembrando-se que o direito de liberdade de imprensa está insculpido na Constituição. O coronel foi eleito com a responsabilidade de respeitar as regras da democracia.

LEGISLATIVO

A mudança dos gabinetes, departamentos e divisões da Assembleia Legislativa para as novas e suntuosas dependências na Esplanada das Secretarias começou na semana passada. O novo complexo de prédios envidraçados não está totalmente concluído. Faltam detalhes e até as vistorias oficiais. Faltam coisas como “habite-se”

Bem, isso é na verdade o de menos. Pior é a falta da conclusão do processo investigatório sobre supostos desvios e superfaturamento na construção do conjunto da nova sede do Legislativo.

Há sim um processo em andamento na área do judiciário. Mas sobre tal processo há um verdadeiro voto de silêncio, a ponto da opinião pública não saber quanto está dinheiro terá de ser devolvido aos cofres públicos pelos autores da façanha faraônica.

FRAGMENTADO

Enquanto deputados e servidores aceleram as mudanças para a realização da “Sessão da Saudade” marcada para o próximo dia 22, o parlamento se prepara para iniciar uma nova legislatura com os mesmos ingredientes de fragmentação que poderá se aprofundar no processo de eleição do novo presidente da Assembleia.

E graças a essa fragmentação o governo entra no jogo da disputa esperançoso de emplacar no comando daquele poder um político de seu partido, também sem qualquer experiência no trato com grupos heterogêneos da política de hoje. Se, como é praxe, não estiver disposto a pagar o pedágio para esse colégio eleitoral de cartas marcadas pode tirar o cavalo da chuva.

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