Cultura

Série: Elle Fanning vive condenada por incentivar suicídio por SMS

A atriz irá estrelar a série “The Girl from Plainville”

“Eu era um pouco nova, estava envolvida com meus próprios dramas”, diz Elle Fanning, 24, durante bate-papo com jornalistas promovido pela associação americana de críticos de TV (TCA, na sigla em inglês), que o F5 acompanhou. A atriz se refere ao período em que Michelle Carter, 25, sua personagem na série “The Girl from Plainville” frequentou os noticiários.

A produção refaz os passos da jovem americana, que foi condenada por incentivar o suicídio de Conrad Roy (na produção vivido por Colton Ryan) por meio de mensagens de textos. O primeiro episódio chega ao Brasil neste domingo (10) no serviço de streaming Starzplay –os demais entrarão na plataforma semanalmente.

“Eu lembro de vê-la em capas de revista, acho que a minha mãe acompanhava o caso e eu ouvia as pessoas comentando”, conta a atriz. “O que eu mais lembro são das fotos de paparazzi, dela saindo do carro, das sobrancelhas e da camiseta rosa.”

Apesar de não ter acompanhado de perto na época, ela diz que ficou animada com a possibilidade de interpretar a Michelle na ficção. “Como alguém interessada em psicologia e na experiência humana, eu sempre acho que tem um caminho do meio”, avalia. “Eu fiquei feliz com a possibilidade de olhar para ela sem uma perspectiva enviesada.”

Na época do suicídio, em 2014, Conrad tinha 18 anos e Michelle, 17. Os dois se conheceram dois anos antes, quando estavam passando férias na mesma cidade. Fora disso, não costumavam se ver, mas sempre trocavam confidencias por SMS e email. Nunca ficou claro se eles eram namorados ou apenas amigos –na série, eles se beijam durante um encontro.

Para Fanning, a produção traz uma mensagem importante sobre bullying e redes sociais. “É muito mais fácil para as pessoas dizerem coisas por trás de uma tela”, analisa. “Você acaba criando esse mundo que não é real, onde não há consequências para o que você diz, comenta ou escreve de desagradável para os outros.”

“As pessoas precisam saber que essas palavras não somem”, continua. “Tem gente que está lendo e reagindo a elas, que pode estar levando a sério ou sendo ferido. Tragédias podem acontecer por causa disso. Na série, as nossas armas são literalmente dois telefones.”

O co-criador da trama, Patrick Macmanus, conta que foram usados para a elaboração dos roteiros desde reportagens a autos do processo, que incluíam as mensagens trocadas entre Michelle e Conrad. “Nós tivemos a oportunidade de falar com a Lynn Roy diversas vezes”, diz sobre a mãe do rapaz, vivida na série por Chloë Sevigny.

“Essa foi uma experiência fantástica para todos os envolvidos”, afirma. “Tivemos essa oportunidade de entrar no pensamento dela, o que teve um valor extraordinário e foi muito apreciado por todos nós. Já a família Carter, compreensivelmente, evitou a mídia, então não tivemos a oportunidade de discutir a série com eles.”

Liz Hannah, a outra cocriadora da ficção baseada no caso, conta que um aspecto importante que eles não queriam deixar de fora era a relação de Michelle com “Glee” (2009-2015). A garota era fascinada pela série de Ryan Murphy, em particular pela personagem Rachel Berry e sua intérprete, Lea Michele.

A obsessão era tanta que algumas pessoas acreditam que o incentivo ao suicídio de Conrad se deu para que ela pudesse ter a mesma experiência que a atriz. Em 2013, o namorado de Lea, Cory Monteith, teve uma overdose e morreu aos 31 anos. Ele interpretava o atleta Finn Hudson, que também era o par romântico de Rachel na série.

“Criativamente, era muito importante poder falar de ‘Glee'”, afirma Hannah. “Nós fizemos contato com todo mundo que podíamos para entender como fazer isso acontecer, porque era vital para contar a história da Michelle.”

Eles acabaram sendo autorizados a citar a produção. “Muito da nossa trama é sobre solidão e isolamento”, explica ela. “O que ‘Glee’ tinha de interessante era fazer com que as pessoas solitárias se sentissem incluídas. Foi agridoce explorar isso por meio da Michelle, que se sentia incluída pela série, mas não conseguia levar isso para a vida real.”

Fanning concorda com a importância de “Glee” para a história que eles precisavam contar. “Acho que a razão pela qual ela e muitos de nós amamos ‘Glee’, ‘A Culpa É das Estrelas’ e todo o universo de produções feitas para jovens adultos é porque você consegue se ver naquele lugar”, avalia.

“É uma válvula de escape para as pessoas que se sentem sozinhas, elas podem ser a garota popular nem que seja pela duração do filme”, continua. “Nossa série incorpora esses elementos da cultura pop para mostrar essa idealização e a criação desse falso senso de realidade em que você se sente aceito.”

Além de atriz, Fanning atua como produtora executiva de “The Girl from Plainville”. “Agora que estou um pouco mais madura, estou conseguindo também produzir”, comemora. “É muito legal ver esse outro lado, estar detrás das câmeras vendo como a máquina funciona. É algo em que estou muito interessada no momento.”

Isso não significa, porém, que ela vá deixar de lado o que se acostumou a fazer profissionalmente desde os 3 anos de idade: atuar. “Tive sorte de encontrar o que queria fazer tão jovem e ainda amar tanto quanto amo”, comenta. “Não consigo pensar em nada mais que eu gostaria de fazer, a não ser estar num set de filmagens.”

“THE GIRL FROM PLAINVILLE”

Quando: Estreia 10/7
Onde: No Starzplay
Elenco: Elle Fanning, Chloë Sevigny, Colton Ryan, Cara Buono, Kai Lennox e Norbert Leo Butz, entre outros.

FONTE:  FOLHAPRESS

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Gomes

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