FILOSOFANDO
“Com a lei, pela lei, dentro da lei, porque fora da lei não há salvação.” RUY BARBOSA ((1849/1923), se destacou como jurista, político, escritor, filólogo, tradutor, orador, jornalista e diplomata brasileiro. Foi o coautor, junto com Prudente de Morais, da constituição da Primeira República, que ajudou a organizar.
ALPINISMO POLÍTICO
Não tenho mais o otimismo de antigamente em relação a ver o Brasil superando entraves históricos para chegar ao primeiro (ou pelo menos a “segundo”) mundo. Nunca imaginei que iria ser testemunha da catastrófica decadência da representação popular que constato hoje. Difícil apontar uma saída e prever o tempo em que daremos efetivamente início à recuperação. Essa é a sensação que se tem quando se vê, sem paixão partidária, o cenário do Brasil de Rondônia. Quando se olha para os personagens da política rondoniense (salvo as raríssimas exceções) o que se vê é a tresloucada defesa dos interesses do alpinismo político, principalmente pelos pés-rapados interessados em ficar ricos depressa com as negociatas do mandato.
QUASE TOTALIDADE
Quase a totalidade de nossos políticos, sejam eles vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, norteiam seus atos pelo impacto que esta ou aquela medida terá em seu projeto pessoal.
Somente a inelegibilidade automática é capaz de eliminar definitivamente com essa indesejável distorção de conceito e de percepção do papel na democracia de um representante público.
OTIMISMO EXAGERADO
Só os otimistas exagerados acreditam que os homens públicos atuais abram mão de seus interesses pessoais e passem a priorizar os interesses da população, do estado, do Brasil. Os poderes do Legislativo e do Executivo continuaram refém dos maus políticos com suas ações nefastas como, só para citar um exemplo, ocorreu recentemente com deputados estaduais (premiados com vencimentos absurdos) que na calada da noite aprovaram uma lei concedendo a eles próprios uma verba de quase 7 mil reais a título de gratificação de alimentação. A lei só foi revogada pela enorme pressão da sociedade através das redes sociais.
COMUNICAÇÃO
E no caso rondoniense outro fato agrava sobremaneira esse clima de impunidade. A imprensa (com as raras exceções) manietada e amestrada com generosa quantidade de verbas públicas (liberadas num fantasioso esquema de publicidade) não espaço para revelar as maracutaias praticadas pelos políticos, principalmente por membros da cúpula.
DIVULGAÇÃO A FAVOR
Protegidos, eles só são focados de forma positiva, especialmente na mentirosa forma de apresenta-los como responsáveis pela execução de obras, supostamente financiadas por sua iniciativa de conceder emendas orçamentárias.
Então, que não se espere ajuda dos meios de comunicação numa campanha, numa busca de uma solução definitiva da situação crítica em que vive a política brasileira e rondoniense. Ninguém (ou quase ninguém) nos meios de comunicação que a limpeza geral dos homens públicos que ocupam cargos no Legislativo e no Executivo.
DESINTERESSE EM MORALIZAR
Enquanto estiverem recebendo verbas milionárias de publicidade; enquanto emplacarem apaniguados em cargos da administração, pela via da indicação política e da nomeação comissionada, essa mídia não tem qualquer interesse na revolução moralizadora. E quem dirige as instituições públicas abominam a determinação constitucional do Concurso Público, abominam a transparência de seus atos. O contribuinte é, assim, enganado e não se vê ninguém fazendo nada para mudar esse sistema. Mais do que nunca, o eleitor estará coberto de razão se decidir a não reeleger ninguém.
MALANDRAGEM
Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, da JBS, se achavam o mais espertos, que passavam a perna em quem quisesse. Agora os donos do conglomerado gigantesco do mundo empresarial deverão permanecer, pelo menos até sexta-feira, quando vence sua prisão temporária, correndo sério risco de ter a prisão temporária transformada em preventiva. O homem que riu do Brasil, que ganhou milhões com a venda de ações antes da divulgação da delação, que se achava professor de malandragem deve estar começando a aprender uma velha lição: quem ri por último ri melhor.
DEVASTADOR
A imprensa rondoniense, salvo as exceções de praxe, preferiu se calar diante de mais uma ação aberta no STF contra o Senador Valdir Raupp. O barbudo “CEO” do PMDB rondoniense mantém sua blindagem no estado. A imprensa local só noticia as costumeiras promessas de Raupp, dando-lhe crédito por projetos de construções de ponte a unidades de saúde e, isso mesmo, até a “duplicação da BR-264”, a ponte Brasil/Bolívia entre Guajará e Guayará.
Raupp, como dizem seus partidários, aparenta tranquilidade mas, continuam, se confirmado o efeito das várias denúncias, dos processos e investigações por formação de quadrilha e corrupção, ele está no caminho de sofrer um enorme desmonte em sua deslumbrante carreira política. Se não renovar o mandato no próximo ano, vai encarar um efeito devastador nessa meteórica carreira.
INFORMAÇÃO CAPENGA
Só quem buscou informação em fontes não rondonienses ficou sabendo primeiro o lugar onde Marco Donadon, o ex-presidente e deputado foragido da Justiça, foi preso. Aqui ninguém deu na matéria a informação de que ele foi capturado em sua própria casa.
É claro a Assembleia Legislativa não vai tomar nenhuma providência de caráter ético contra a deputada cônjuge de Donadon que, como se viu, dava coito ao foragido, condenado por desviar milhões dos cofres do Legislativo.
SERÁ?
As anunciadas pré-candidaturas a governador de quem têm mandato, segundo certos analistas do cenário rondoniense, são blefe. Ou forma de alavancar eleições o legislativo – federal e estadual – em 2018.
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