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Rússia envia navios de guerra para o Mar Negro

Anúncio é feito 1 dia após Ucrânia dizer que fará 10 dias de exercícios militares, com drones e mísseis antitanque, em resposta às atividades das tropas russas na vizinha Belarus.

Rússia vai enviar seis navios de guerra para o Mar Negro para exercícios navais, anunciou nesta terça-feira (8) o Ministério da Defesa do país, segundo a agência de notícias Inferfax.

Toda a costa da Ucrânia está voltada para o Mar Negro — inclusive a Crimeiaregião que a Rússia invadiu e tomou dos ucranianos em 2014. Ao norte do país está Belarus e ao leste, a Rússia (veja no mapa abaixo).

O anúncio é feito um dia após o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, anunciar que o país vai realizar dez dias de exercícios militares, com drones e mísseis antitanque, em resposta às atividades das tropas russas em Belarus.

Também nesta terça, soldados americanos começaram a desembarcar na Romênia, país que é o membro da Otan mais próximo da área de tensão, faz fronteira com a Ucrânia e tem saída para o Mar Negro.

Os navios russos devem passar pelo estreito da Turquia até o Mar Negro até amanhã, segundo a agência de notícias Reuters. Ao menos um navio de guerra, o Minsk, já foi visto passando pela cidade turca de Canakkale nesta terça (veja na imagem no começo deste texto).

Além do Minsk, o Korolev e o Kaliningrado também devem navegar pelo Estreito de Bósforo hoje, enquanto o Pyotr Morgunov, o Georgy Pobedonosets e o Olenegorsky Gornyak devem passar na quarta-feira (9).

Turquia, que tem fronteira marítima com a Ucrânia e a Rússia no Mar Negro e faz parte da Otan, disse que qualquer conflito militar seria inaceitável (legalmente, o país pode fechar o Estreito de Bósforo em caso de ataque).

 

Exercícios militares

O Ministério da Defesa russo afirmou que o movimento já estava pré-planejado, segundo a Interfax. No mês passado, o país anunciou que sua Marinha realizaria um amplo conjunto de exercícios em janeiro e fevereiro, envolvendo todas as suas frotas, do Oceano Pacífico ao Atlântico.

Já o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse a uma televisão local que os soldados estão constantemente realizando exercícios militares, mas a partir de quinta-feira (10) começarão a usar drones Bayraktar e mísseis antitanque Javelin e NLAW fornecidos por aliados estrangeiros.

Belarus fica ao norte da Ucrânia e sua fronteira é perto da capital Kiev, o que tem sido considerado pelo país e por nações ocidentais como uma provocação da Rússia e uma possível rota de uma invasão. Os exercícios russos mobilizaram 30 mil soldados na região.

Promessa a Macron?

 

A escalada de tensão ocorre em meio à visita do presidente da FrançaEmmanuel Macron, à Rússia e à UcrâniaEle se reuniu em Moscou na segunda com o presidente russo, Vladimir Putin, e em Kiev nesta terça com ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Macron foi o maior líder ocidental a visitar a Rússia desde que o país começou a reunir tropas na fronteira com a Ucrânia, em dezembro.

 

Após o encontro, uma autoridade francesa disse à Reuters que Putin havia prometido não realizar novas iniciativas militares perto da Ucrânia por enquanto, como um precursor de uma possível desescalada.

Essa autoridade francesa disse também que o presidente russo concordou que as tropas que participam do exercício militar em Belarus seriam retiradas assim que eles terminassem.

Rússia já reuniu mais de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia, mas nega que vá invadir o país e diz que quer apenas que os países ocidentais respeitem sua “área de influência”

Mas Putin não mencionou tais concessões ao falar com a imprensa após a reunião com Macron, que durou seis horas no Kremlin (a sede do governo russo).

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou nesta terça a informação da retirada das tropas russas de Belarus, mas negou que Putin tenha prometido não realizar novas manobras militares.

O que a Rússia quer?

 

Rússia exige mudanças nos arranjos de segurança da Europa, incluindo a promessa de que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nunca aceitará a entrada da Ucrânia, na aliança militar dos países ocidentais.

Exige também que a Otan garanta que mísseis nunca serão implantados perto das fronteiras da Rússia e que a aliança ocidental reduzirá suas tropas em países do leste europeu — que os russos alegam ser sua área de influência (inclusive a Romênia, onde os americanos desembarcaram hoje).

Desde o fim da União Soviética, vários países do leste europeu, que eram repúblicas soviéticas, passaram a fazer parte da Otan e/ou da União Europeia — o que Putin não aceita. Mas a Otan e os países ocidentais se negam a aceitar as exigências russas.

FONTE: G1.COM /  GLOBO.COM

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Gomes

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