Elmer Vicenzi estava há menos de um mês no comando da pasta
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Vicenzi, foi demitido do cargo nesta quinta-feira. A exoneração ainda será publicada no Diário Oficial. Vicenzi estava há menos de 20 dias na autarquia, que é responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e havia assumido o posto para substituir Marcus Vinicius Rodrigues, que foi demitido pelo ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez após uma crise devido à suspensão da avaliação da alfabetização.
O Ministério da Educação confirmou a demissão, mas disse que foi a pedido do próprio. Interlocutores, no entanto, afirmam que ele acabou responsabilizado pelo número errado, de R$ 500 mil e não o valor correto, de R$ 500 milhões, do custo da avaliação do ensino básico anunciado em coletiva de imprensa por Weintraub. Recente rixa com a Consultoria Jurídica do Inep também pesou na demissão.
Vicenzi causou mal-estar entre os servidores do Inep nos primeiros dias na autarquia, ao separar um elevador para ficar exclusivo para a presidência, hábito depois abandonado. O então presidente, que é delegado da Polícia Federal, também teria provocado incômodo nos integrantes da equipe ao andar armado.
Vicenzi foi nomeado pelo atual ministro da educação Abraham Weintraub e tomou posse em 29 de abril. O ex-presidente do Inep é especialista em Direito Penal pela Escola Paulista de Direito. Ele já atuou como diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O ex-presidente do Inep também tem MBA em Orçamento e Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Durante sua gestão, Vicenzi voltou atrás em decisão anterior do Inep e retomou a avaliação da alfabetização no 2º ano do ensino fundamental, mas de maneira amostral. Antes, a análise era aplicada de maneira censitária.
Outro problema que esteve na mesa de Vicenzi foi a realização do Enem. A gráfica RR Donelley, que era responsável pela impressão do exame, decretou falência no início de abril. Na terça-feira, em reunião na Comissão de Educação da Câmara, Vicenzi afirmou que o exame não corria risco e que o processo de contratação de nova gráfica não preocupava o Inep.
— Não tem por parte do Inep e do Ministério da Educação preocupação nenhuma a respeito da gráfica. Já estamos finalizando os processos para fechar o contrato e nas mesmas condições da empresa que veio a decretar sua falência — assegurou na ocasião.
FONTE: O GLOBO
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