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Presidente da Câmara anuncia abertura de inquérito de impeachment contra Trump

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi , anunciou a abertura de um inquérito formal de impeachment contra o presidente Donald Trump, por causa das denúncias de que ele teria pressionado a Ucrânia para investigar o ex-vice-presidente Joe Biden , um possível adversário nas eleições do ano que vem.

— Foi uma violação das responsabilidades constitucionais — disse, em declaração à imprensa, se referindo à conversa de Donald Trump com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em julho. — Portanto, hoje estou anunciando que a Câmara dos Deputados está avançando com uma investigação oficial de impeachment.

Segundo o New York Times , Pelosi está considerando criar uma comissão especial, similar à criada em 1973 para investigar o escândalo de Watergate , para analisar as relações com a Ucrânia. Isso poderá criar as bases para a abertura de um processo, caso as investigações mostrem que o presidente não agiu de acordo com as regras. Mas a própria presidente da casa disse que essa violação parecia “ evidente ”.

— Nós não pedimos a governos estrangeiros que nos ajudem em nossas eleições.

A decisão de abrir um inquérito, contudo, não significa obrigatoriamente que o indiciamento de Trump terá que ser votado pela Câmara ou mesmo pelo Senado. Um eventual processo só deve ser iniciado se Pelosi tiver a certeza de que o impeachment, ao final dele, será aprovado.

Ao comentar a iminente decisão de Pelosi, o presidente Trump disse que um processo de impeachment ” será positivo ” para sua reeleição. Pouco depois, no Twitter, disse que está sendo alvo de uma ” caça às bruxas “.

“Um dia tão importante nas Nações Unidas, tanto trabalho e tanto sucesso, e os democratas de proposito tiveram que arruiná-lo e diminuí-lo com mais notícias relacionadas ao “lixo da caça às bruxas”. Muito ruim para nosso país!”

Em seguida, disse que está sofrendo “assédio presidencial”.

Investigação contra Biden

Na semana passada, o Washington Post revelou que o presidente teria conversado com um líder estrangeiro, inicialmente não identificado, e feito uma “promessa preocupante”. Na mesma semana, o Wall Street Journal publicou que a Casa Branca teria pressionado de forma intensa o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky , para que investigasse os negócios da família de Biden — pré-candidato democrata à eleição presidencial pelo Partido Democrata — no setor de gás da Ucrânia e suas ligações com um oligarca do setor. A sugestão era para que Zelensky trabalhasse em com o advogado de Trump, Rudolph Giuliani. O ex-prefeito de Nova York inclusive já admitiu ter falado com autoridades ucranianas para que dessem início ao processo.

Segundo pessoas próximas a Trump, ouvidas pelo Washington Post, o presidente teria, como forma de pressionar Zelensky, atrasou a liberação de ajuda militar de US$ 250 milhões , aprovado pelo Congresso mas bloqueado pela Presidência, por motivos nunca explicados, no fim de agosto. O dinheiro foi liberado semanas depois.

Trump afirmou, inicialmente, que a denúncia não tinha qualquer base de verdade. Mais tarde, porém, reconheceu ter conversado com Zelensky, no dia 25 de julho , e mencionado Joe Biden , porém, nas palavras dele, sem fazer qualquer tipo de pressão. Nesta terça-feira, ele se comprometeu a liberar na íntegra o conteúdo da conversa com o presidente ucraniano.

Segundo o Wall Street Journal , a investigação supostamente pedida por Trump tem como foco um suposto abuso de autoridade cometido por Biden, que teria exigido a demissão de um promotor ucraniano que investigava uma empresa na qual trabalha seu filho, quando ainda estava na Vice-Presidência. Na época, ele teria ameaçado suspender US$ 1 bilhão em ajuda aos ucranianos caso não fosse atendido, mas negou que a pressão fosse relacionada ao seu filho.

Pressão por denúncia

A denúncia sobre os atos de Trump foi feita por um agente do serviço de inteligência, que estava encarregado de ouvir as conversas do presidente por conta de sua função. Diante do que considerou ser um teor impróprio, ele fez uma queixa através dos canais disponíveis.

O caso subiu de tom quando o corregedor geral da comunidade de inteligência, Michael Atkinson, determinou que a queixa era confiável, e a remeteu para o diretor da Inteligência Nacional, Joseph Maguire , que, por sua vez, deveria enviá-la na íntegra para a Comissão de Inteligência da Câmara, o que não foi feito até agora.

No domingo, a presidente da casa, Nancy Pelosi , chegou a mandar uma carta para que Maguire liberasse o conteúdo da denúncia até quinta-feira, quando ele participa de audiência na Comissão. Nesta terça, o Senado aprovou resolução semelhante, pedindo que o texto seja compartihado com as Comissões de Inteligência das duas casas.

A denúncia potencialmente perigosa para Trump fez com que democratas até então reticentes a defender um processo de impeachment considerassem a ideia. Um deles foi o líder do partido na Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff , que afirmou no domingo que, se as denúncias forem confirmadas, “então esse deve ser o único remédio [impeachment] para equalizar o mal que essa conduta representa”.

FONTE: EXTRA

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Marcio Martins martins

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