“Prefeitura vai contratar empresa para fazer estudos de urbanização do lado esquerdo do Rio Madeira” -por Gessi Taborda

GASTOS ILÍCITOS

Se a tolerância zero contra quem pratica abuso do poder econômico e político estiver valendo em Rondônia, o governador Confúcio Moura e seu vice, Daniel Pereira, poderão se aproximar do desfecho de perda do mandato e dos direitos políticos na próxima segunda feira. Naquele dia o Tribunal Regional Eleitoral julgará a primeira ação proposta pelo MPE, onde ambos são acusados de distribuir brindes (camisetas) para eleitores.

DE ASSUSTAR

O pior de tudo é quando, diante desse cenário completamente aterrorizante, você ainda acaba ouvindo políticos – e no caso de Rondônia o próprio governador – tecendo loas ao ensino, como se o mesmo tivesse um nível aceitável. Ora, só 250 inscritos no Enem em todo o Brasil conseguiram obter a nota máxima. Esses números são de assustar porque mostram o nível geral dos alunos do ensino médio no Brasil. Um número expressivo de estudantes tem dificuldade de se expressar, de concatenar as ideias. Se isso é o que acontece no país inteiro fico imaginando como deve andar a Educação em Rondônia.

Eu pensava que apenas no jornalismo era possível perceber a decadência. Isso mesmo: o jornalismo hoje está cheio de uma moçada que não sabe escrever. Mas a revelação do Enem é pior: dos 6,2 milhões de alunos que fizeram a prova do ENEM somente 250 tiveram nota máxima na redação, isso representa 0,004%. Realmente o Brasil precisa avançar muito em educação, porém é importante destacar que o resultado foi pior do que em 2013, ou seja, a situação vai de mal a pior.

MAQUIAGEM

Aqui no estado de Rondônia o governo de Confúcio (e seus antecessores) adotou a política da maquiagem. Confúcio chegou a falar durante a campanha das tais “escolas de período integral” como se isso fosse uma realidade e não simples maquiagem de sistema de ensino péssimo, incapaz de produzir bons resultados em programas de avaliação como é o caso do Enem.

E mesmo sabendo como a Educação caminhava para esse enorme fracasso, o governador que tem nome de filósofo manteve no último período de seu primeiro mandato um hoteleiro cuidando da Seduc. Os prejuízos para o aluno foi muito pior do que as constantes ações de marginais roubando as escolas sem qualquer segurança, pois refletiu no seu aprendizado.

Tomara que a dona Fátima Gaviolli (que é, pelo menos, professora) tenha sucesso em elevar o nível da Educação rondoniense. Mas para isso precisará ter coragem quando for enfrentar os defensores do retrocesso que se aninham próximo do governador (o hoteleiro deixou a educação e foi transformado em homem forte da Casa Civil) e, também, respaldo das lideranças de sua categoria, sobretudo as sindicais. Se não a vaca vai continuar indo para o brejo.

COTAÇÃO EXCESSIVA

Uma fonte próxima do comando do PMDB rondoniense comentou que Mário Português, um dos nomes cotados para enfrentar mais uma disputa pela prefeitura da capital rondoniense pode ser outra vez alijado da escalação. Essa fonte comentou que o empresário dono da poderosa Distribuidora Coimbra, embora miliardário, não se dispõe a pagar o pedágio para garantir a indicação. “Se para ser candidato a vice na chapa de Confúcio o lusitano teria de pagar um dote mais do que milionário, imagine qual será o valor da proposta para carimbar o passaporte na corrida de 2016?”, indagou a mesma fonte.

MANGAS DE FORA

De um leitor atento veio a provocação: “Na lista dos pretendentes a suceder Nazif há também o nome do deputado federal Lindomar Garçom”. E segundo este leito, Lindomar já está em plena campanha, com seu velho estilo de visitar os bairros distribuindo sorrisos e abraços para os eleitores da periferia.

Lindomar certamente é outro nome a criar dificuldades internas para o PMDB na definição de quem vai ser o nome para a sucessão do prefeito portovelhense. Embora eleito deputado federal, Garçom está encalacrado com processos que podem custar seu mandato e torná-lo inelegível por alguns anos. Motivo suficiente para não ser citado no comentário da coluna passada sobre a sucessão municipal.

PARA A PLATÉIA

Faltando menos de três semanas para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa o nome do deputado Maurão de Carvalho é que lidera as apostas. Ele está conseguindo ter o apoio da grande maioria dos novos deputados. É até possível que Maurão chegue como candidato único ao final do processo. O petista Ribamar Araujo que se apresenta como candidato alternativo não tem o dom de agregar e por isso seus pares o tem como um personagem que joga apenas para a plateia. Um indício de que Maurão está mesmo fortalecido foi a recente declaração da (novamente) deputada Lúcia Tereza.

NA CASA

Reapareceu ontem na presidência do legislativo estadual o deputado José Hermínio, após um périplo pelo nordeste brasileiro. O parlamentar comentou que vai reiniciar mais este mandato parlamentar sem uma definição consolidada de seu projeto político para as próximas rusgas eleitorais.

Hermínio não esconde um sentimento de decepção com a tragédia política do Brasil e do próprio estado de Rondônia. Mas que ninguém espere “Hermínio paz e amor” nesse mandato novo. Vai manter sua índole de oposição, mesmo sem acreditar em mudanças na qualidade da gestão pública rondoniense.

NOSSO DINHEIRO

Que Mauro Nazif tem se revelado na prefeitura como um alcaide gastão todo mundo sabe. Individualmente, enquanto foi apenas integrante do legislativo, Mauro era conhecido como um “muquirana”. Agora com o dinheiro do povo gasta adoidado, até na contratação de artistas para festas populares, como foi na festa do réveillon.

E agora já anuncia que vai gastar uma baba preta para contratar alguma empresa capaz de fazer estudos sobre a urbanização do lado esquerdo do Rio Madeira. Eu não boto fé, mas é possível que o contribuinte veja mais uma vez milhões sendo torrados por uma ideia sem pé e nem cabeça.

Se a prefeitura não consegue transformar o lado de cá da cidade em algo com cara de capital de estado, porque essa conversa de passar para o lado de lá da ponte. Será que não tem truta nesse arremedo de negócio? Será que por trás disso não está os interesses dos negocistas imobiliários? É bom o MP e o TCE ficar de olho nessa manobra anunciada que, pelo visto, já tem até apoio do CREA.

É DE GARGALHAR

“Prefeitura de Porto Velho faz levantamento dos espaços esportivos”. Esse é o título de mais um factoide da gestão Nazif enviado à imprensa no dia de ontem. Então a prefeitura ainda não sabe que praticamente não existem espaços esportivos nessa cidade? É só cascata e truque de madame. Nem o principal ginásio de esportes dessa cidade está funcionando.

E para completar, na maior cara de pau o redator do factoide explica que o levantamento é para identificar as deficiências dos espaços existentes. Ora, as deficiências são todas, incluindo a falta de gestão no assunto.

QUEM VAI FATURAR

Publico aqui um comentário do leitor Romildo Vargas sobre nota recente em que falamos da exigência de novos extintores nos automóveis. “Carros importados chegam ao Brasil sem extintor de incêndio. Os proprietários podem confirmar que os equipamentos são fabricados no Brasil. Os países fabricantes desses veículos não usam esse tipo de acessório. Será que o Brasil é o Joãozinho do passo certo, ou tem alguém faturando com isso, como foi o kit de primeiros socorros e outras falcatruas que já conhecemos? O povo não sabe usar os extintores, nos cursos de preparação de motoristas não ensinam nada, aliás, nem os agentes de trânsito sabem utilizá-los”.