FILOSOFANDO
“A tentação mais grosseira de um artista é a de ser um gênio”. JORGE LUIS BORGES, Jorge Francisco Isidoro Luís Borges Acevedo, nasceu em 24 de agosto de 1899, na Argentina. Faleceu em 14 de junho de 1986, na Suíça. Foi escritor, poeta, tradutor, crítico e professor pela Universidade de Cambridge, da Inglaterra.
EDITORIALZIM
Não é conveniente para jornalistas mais calejados no campo da análise e da crítica política fazer como alguns que em suas colunas especializadas insistem em mostrar um cenário com tendências definidas, objetivando incensar prováveis candidatos de suas preferências pessoais, colocados no radar das negociações de apoio a serem definidas após as convenções partidárias do próximo mês. Aqueles que se deixam seduzir no tabuleiro das disputas paroquiais desinformam os leitores incautos que perdem tempo lendo colunas rabiscadas por meros puxa-sacos interessados em serem cooptados por “coordenadores” e pseudos marqueteiros da improvisação, garantindo alguns caraminguás das candidaturas que serão oficializadas.
E aí aparecem as manifestações patéticas de um escriba quase chorando diante de uma sentença absolvendo um ex-prefeito rondoniense, responsável pelo epíteto que serviu de definição para a prefeitura portovelhense em sua gestão: “A Caverna de Ali-Babá”. Altamente desonestas as lágrimas e o escrito do tal “jornalista”. Enquanto derramava suas lágrimas de crocodilo, não mencionou o cenário real, esquecendo-se das várias outras ações em curso contra o ex-alcaide integrante da esquerda e dos comunas.
Essa coluna (a mais antiga em veiculação no estado de Rondônia) não vai enveredar em cuidar ainda do assunto eleição, pois ela, nesse momento, está eivada de improvisações e de incertezas. Se não fosse assim, a lista dos supostos candidatos não estaria recheada com mais de 20 nomes, alguns meramente caricatos e outros meros carreiristas tentando voltar à ribalta de onde já foram expulsos pela sabedoria popular.
Na semana que passou a relação publicada numa rede social (Facebook) relacionou como prováveis candidatos Mauricio Carvalho (atualmente vereador), Thiago Tezzari (PSD), Fabrício Jurado (DEM), Lindomar Garçom (Republicanos), Leo Moraes (Podemos), Mauro Nazif (PSB), Cristiane Lopes (PP), Vinicius Miguel (Cidadania), Luiz Cláudio (PL), Edvaldo Soares (PSC), Breno Mendes (Avante), Hermínio Coelho (PV), Cel. Ronaldo Flores (Solidariedade), Pedro Mancebo (Prós), Samuel Costa (PCdoB), Leonel Bertolin (PTB), Terrinha (Rede), Pimenta de Rondônia (Psol) e Ramon Cajuí, do PT.
Certamente essa relação, por si só, é assustadora. Ele praticamente garante que será uma campanha que não permitirá um diálogo denso e proveitoso com a sociedade. Com esse nível de candidatos (salvando-se as raríssimas exceções) o debate a ser realizado para ampliar as condições do eleitorado de bem escolher o sucessor na prefeitura de Porto Velho vai se limitar às questões paroquiais, com discursos focados nos interesses de prefeito e vereadores. A eleição, com esse nível da relação dos prováveis candidatos, pode ser mais uma frustração para os cidadãos que aspiram um município bem gerido como acontece na gestão que está chegando ao fim.
O pior de tudo isso é constatar a irresponsabilidade da mídia, mais interessada em faturar uma boa grana com a disputa, não coloca acima dos aventureiros escalados para essa corrida a vasta gama dos problemas que terão de ser enfrentados para garantir paz e prosperidade aos moradores da capital dos rondonienses. É preciso que todos nós brasileiros estejamos conscientes de que a qualidade do resultado das eleições municipais influirá na política nacional. Os municípios são as células, mas o país é o corpo que os agrega para a Federação.
Diante a imensa relação de nomes prontos a embarcar na nau da sucessão municipal é preciso cobrar da mídia cabocla, sempre aficionada ao exercício do elogio barato que mude (algo quase impossível) para forçar um debate entre os pretendes aos cargos eletivos que jogue algumas luzes nos prováveis caminhos para a solução dos problemas que afligem os moradores dessa urbe, desamada por décadas pelas gestões desastrosas e que podem voltar agora.
Que a população não se deixe enganar por escribas historicamente comprometidos com políticos que sempre se descuidaram da ética e usaram seus cargos para o enriquecimento rápido e para os desvios em práticas de corrupção ainda não totalmente investigadas. O cenário descortinado pela relação bizarra da legião de prováveis candidatos dada a conhecer nas mídias sociais reedita dos os riscos de um retorno aos tempos tenebrosos da orgia com o dinheiro público em setores como a limpeza urbana, a ocupação do espaço público sem planejamento algum e ao fracasso do saneamento básico, marcado pelo sumiço de milhões em projetos que nunca saíram do papel, etc., etc.
É preciso que o eleitor não se esqueça dos exemplos de degradação dos costumes políticos e das perplexidades que povoaram a vida pública municipal, em que chegamos ao ponto de ver vereadores envolvidos em todo tipo de tramoia, indo do “bullying” nos gabinetes, aos desvios de dinheiro na distribuição de verba de publicidade e até compras superfaturadas. É preciso lembrar que chegamos ao ponto de que nem as verbas de compensação do complexo hidrelétrico tiveram sua destinação para programas ou projetos verdadeiros para melhorar a qualidade de vida de Porto Velho.
Alguns dos políticos açulados hoje por personagens da mídia domesticada ficaram marcadas como autores de afrontas ao povo não só de Porto Velho, mas de todo o estado rondoniense pelo tanto que roubaram e pelo tanto que não fizeram em obras. Não se pode esquecer, só para citar um exemplo, de quantos anos demorou a construção da tal maternidade municipal, de onde sangrou-se dinheiro público para manter (até isso) uma diretora de um órgão que não existia. Isso ocorreu pela decisão da gestão petista.
É preciso uma mídia corajosa para levantar a voz em favor dos municípios rondonienses. Para isso é preciso selecionar o joio do trigo mostrando quem realmente tem dignidade para figurar como concorrente ao cargo de prefeito.
Pelo visto até esse momento, a coluna afirma que não dispomos de suficientes garantias de que as urnas sejam capazes de refletir com perfeição as nossas maiores preocupações. Pode acabar que sejam eleições pobres de povo; um povo forçado a se desviar para preocupações imediatas, a começar pelo desejo de vencer a ânsia que com se recolheu em quarentena obrigatória. Desinteressado em relação ao voto, acima de mensagens eleitoreiras, no espírito popular predominaria apenas o desejo de ver o ano aziago se fechar em dezembro, abrindo espaço para um janeiro de esperanças.
Aqui Em Linhas Gerais vamos esperar, antes de tomar uma posição sobre o pleito desse ano, os pretensos candidatos a oferecer palavras, ideias e projetos capazes de contribuir para remover ou reduzir os efeitos dos tempos de ansiedade em que estamos mergulhados. Se vamos caminhando para as eleições de novembro, não é aceitável que elas se satisfaçam como torneio de disputas restritas a interesses municipais, porque ainda que eles sejam muito importantes – não há negar – temos uma nação inteira sob desafios momentosos. E a oportunidade para discuti-los é exatamente a caminho das urnas. Até agora nem candidatos e nem a mídia tradicional ofereceu algo de visível utilidade para aqueles que irão votar nesse ano.
CRÔNICA DA SEMANA
Uma das coisas mais valiosas da minha casa é o quintal com sua alameda de árvores plantadas para dar sombras e atrair passarinhos. Atrai, também, gatos mal cuidados da vizinhança especialistas em emitir miados satânicos quando estão na época do cio e eles decidem dominar o telhado de minha vivenda. É um paradoxo que mesmo assim dezenas e dezenas de passarinhos vêm várias vezes do dia ao meu quintal para comer as bananas colocadas num dispositivo tipo tampa de ventilador pendurado em local onde felinos não conseguem se aproximar. Então, graças a isso acordo sempre com o cantar de sanhaços, bem-te-vis, e até sabiás. O cantar dos pássaros se repete por diversos momentos do dia, me dando a sensação de estar perdoado por ter matado, quando criança, alguns passarinhos com o manejo do estilingue.
É hoje tento compreender como é importante a linguagem canora das espécies que alimento no meu quintal. Alguém me disse que o canto dos pássaros é a manifestação de Deus para suas demais criaturas, usada desde os tempos do Éden, quando este era habitado por Adão com sua Eva. Então Deus não falava com o primeiro casal por telepatia e nem por uma voz tonitruante e assustadora, como alguém possa imaginar. A voz do Poderoso era calma, musical e relaxante. Com certeza os moradores do Éden não se assustavam quando Deus perguntava “Adão, onde estás?”. Aliás, quando mamãe me contava essa história bíblica eu ficava intrigado: Ora, se Deus sabia de tudo por que motivo perguntava sobre o paradeiro de Adão? Curiosidade de menino.
As crianças do meu tempo, como se vê, tinham seu lado cruel. É, não tínhamos a perversão de pendurar piercing no corpo, de encher braços, pescoço, costas e até testas com as malfadas tatuagens de hoje, mas, e isso me aterrorizou por muito tempo, matávamos passarinhos com bodoques ou estilingue, até mesmo incentivados pelos parentes mais adultos, como tios e primos. O meu primeiro bodoque foi presente do tio Silas que também fazia as pelotas de barro queimadas no forno. Melhor munição não havia. Hoje não se vê mais isso. Aliás, aqui em casa a gente não mata nem os gatos que reinam nos telhados e nos muros.
Passei praticamente toda a minha vida procurando entender à voz dos homens, tanto no período de mais 20 anos como radialista e também no longo exercício do jornalismo político. E foi ai que descobri como é difícil compreender a verdade nas falas humanas dessa categoria especializada em enganar, manipular numa linguagem pouco profunda e sem nenhuma ligação com o idioma do Poderoso.
Não é apenas por estar hoje aposentado que me mantenho afastado dos cenários do parlamento, em qualquer nível. Quando jovem, no princípio de exercício da profissão, era verdadeiro macaco de auditório das casas legislativas. Era o tempo que havia a verdadeira figura do parlamentar que sabia realmente usar as tribunas para transmitir numa linguagem quase erudita os seus pensamentos; para parlamentar com seus pares. Os vereadores de hoje, em sua ampla maioria, são pessoas que causam angústia, dor e desespero com sua linguagem tosca e sem elevação. Não vale mais a pena ouvi-los. Perdi a reverência que tinha pelos políticos nos tempos da juventude. Não tenho esperança de ver ressurgir gente como Brossard, como Lacerda, como Ulysses e por ai afora.
Então prefiro ficar em casa, sentado na área ouvindo a voz dos pássaros que me visitam para entender o que Deus está transmitindo por eles. Não é que espero que Deus resolva as minhas indagações. Fico escutando assim como durmo escutando músicas que me inspiram a agir, a suportar e a aprender. Se Deus avisa os passarinhos certamente está mandando a nós o sinal do que devemos esperar depois desse tempo de conturbação.
FECHAMENTO
Uma fonte da área econômica na capital dos rondonienses, Porto Velho, comentou para a coluna que no primeiro semestre houve o fechamento de quase mil postos de trabalho. O saldo negativo é resultado das demissões, no período, no comércio, na construção, na indústria e em serviços. A pandemia do novo coronavírus é apontada como a responsável pelo desempenho negativo do mercado de trabalho. Desde o início da crise na saúde, em março, o mês de junhofoi o que registrou menos demissões. Segundo o comentário fonte nesse mesmo período o setor de serviços também contribuiu para o saldo negativo, commenos 115 postos.
VACINAÇÃO
Pessoas com idade entre 20 a 49 anos devem procurar as unidades de saúde em Porto Velho para serem vacinados contra o sarampo. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a doença voltou a circular no Brasil e a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) estendeu até o dia 31 de agosto a quarta etapa da mobilização. Segundo o departamento de Imunização da Semusa, em Porto Velho a procura do público desta etapa (20 aos 49 anos) pela vacina é considerada baixa. “Aplicamos até o momento cerca de quatro mil doses neste grupo de pessoas. Apesar de não termos uma meta estabelecida, sabemos que a dosagem aplicada está muito baixa”, explica a gerente de Imunização, Elizeth Gomes. A vacinação será realizada até dia 31 de agosto.
TOMBO MENOR
A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 5,95% para 5,77%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a previsão é a mesma há nove semanas seguidas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.
CRESCENDO
Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a previsão é a mesma há nove semanas seguidas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB. Foi o primeiro avanço mensal do indicador em quatro meses, desde o início da pandemia do novo coronavírus. Por outro lado, no comparativo anual, houve queda de 39,5%, segundo a CNC.
AUMENTOU
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), variou 0,84% em julho deste ano. O percentual é superior ao observado em junho (0,32%). Com o resultado, o INCC-M acumula taxas de inflação de 2,55% no ano e de 3,95% em 12 meses. O custo com materiais e equipamentos subiu, em julho, 0,92%. O principal aumento de preços foi observado nos materiais para instalação elétrica, que tiveram alta de 1,98%. A mão de obra também ficou 0,92% mais cara no mês. Já os preços dos serviços subiram 0,09%.
CÉDULA DE 200
O Banco Central anunciou ontem (29) por meio de nota à imprensa, que lançará cédulas de R$ 200 no Brasil. A nova cédula terá como personagem o lobo-guará. A previsão é de que a nota entre em circulação a partir do fim de agosto. Conforme o BC, a nova cédula foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que conta com representantes da autarquia e do Ministério da Economia.
FAMÍLIA
Com o objetivo de implementar nos municípios ações que valorizem a família, a proteção social e o fortalecimento dos vínculos conjugais, foi lançado essa semana (28) o Programa Município Amigo da Família pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Segundo afirmou a Ministra Damares Alves, “o Programa Município Amigo da Família vem exatamente para que esse grande objetivo do ministério seja alcançado, porque é lá na ponta que estão as famílias. É lá onde tudo acontece. É lá onde tudo pode ser concretizado”, disse. Segundo a ministra, o Brasil só conseguirá buscar o desenvolvimento se investir em ações e políticas públicas voltadas ao fortalecimento de vínculos conjugais. “Nós entendemos que nação soberana é uma nação que fortalece famílias. Nação protegida é uma nação que protege famílias”, ressaltou.
SEM EXCLUSÃO
As micro e pequenas empresas inadimplentes com o Simples Nacional não serão excluídas do regime especial em 2020, informou a Receita Federal. O Fisco atendeu a pedido do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e decidiu suspender o processo de notificação e de expulsão do regime como forma de ajudar os pequenos negócios afetados pela pandemia do novo coronavírus.
ANÚNCIO
Já está cheio de coluneadores políticos da mídia rondoniense afirmando que o prefeito Hildon Chaves, de Porto Velho desistiu de concorrer à sua própria sucessão. Contudo é preciso deixar claro que até o momento Hildon não deu uma declaração oficial sobre esse assunto. O prefeito está conduzindo uma forte ação de obras melhorando a qualidade urbana de Porto Velho, especialmente na recuperação de dezenas de vias públicas em todas as regiões da capital rondoniense. Segundo uma fonte, o prefeito pretende fazer um anúncio oficial se vai disputar ou ficar de fora das eleições nesse ano até o princípio de agosto. Segundo consta a família do prefeito é favorável ao seu afastamento da disputa. É bom lembrar que o próprio prefeito, logo que entrou na vida pública deixou claro ser “desfavorável” a reeleição.
SEM IDEIA
Enquanto o prefeito não anuncia oficialmente sua decisão, a lista de pretensos candidatos se enche de nomes interessados na disputa que, na verdade, não têm sequer ideia do que é a vida pública. O eleitor deve ser constantemente alertado que a maioria desses pseudos candidatos quer para a política para fazer de cargos públicos apenas ferramentas para o enriquecimento ilícito e para montagem de escritórios de negociatas.
NA MIRA
Até agora não há informações sobre como anda a ação do Ministério Público que objetiva fazer com que a Assembleia Legislativa seja reembolsada pelo exagerado pagamento do tratamento do deputado Jean Oliveira (filho do ex-presidente Carlão, foragido da Justiça) que foi se tratar da contaminação pelo Covid19 em caríssimos hospitais de São Paulo, um dos quais o Albert Einstein. Sobre esse assunto, o presidente da Assembleia, Laerte Gomes se mantem fechado em copas até agora.
AUTOR: GESSI TABORDA – COLUNA EM LINHAS GERAIS
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