A polícia prendeu 137 pessoas na manhã desta quinta-feira, acusadas de produzir, armazenar ou compartilhar imagens de pornografia infantil. As prisões fazem parte da 4ª fase da Operação Luz na Infância. Foram expedidos 266 mandados de busca e apreensão em 133 cidades. Mais de 1,5 mil policiais participaram da operação.
Pelo menos 62 prisões, feitas até as 8h, foram todas em flagrante: são suspeitos com quem os policiais encontraram imagens de pornografia infantil enquanto cumpriam os mandados de busca.
Só em São Paulo, os investigadores foram a 87 endereços. O estado teve o maior número de presos na operação: 59. No Rio, foram presos 5 suspeitos e cumpridos 12 mandados de busca.
Segundo o coordenador do laboratório, delegado Alesandro Barreto, a maioria dos presos é do sexo masculino, tem entre 19 e 29 anos e vive em estados da Região Sudeste. Os suspeitos pertencem a diferentes classes sociais. Já entre as vítimas, há crianças a partir dos 2 anos de idade.
– São crianças que são abusadas por parentes, por pessoas próximas. Nas operações anteriores, vimos que a parte mais importante deste trabalho é identificar vítimas e tirá-las da situação de abuso e exploração – disse Barreto, destacando a capacidade das polícias estaduais e Federal de identificarem quem comete crimes cibernéticos.
Os alvos foram identificados pela equipe do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, com base em informações coletadas na internet.
O conteúdo foi repassado às Polícias Civis, para apuração das Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Repressão a Crimes de Informática. Após a apuração, as delegacias instauraram inquéritos e solicitaram as buscas à Justiça.
Para a operação, foram analisados 237 mil arquivos, um volume de 710 GB de dados. Os policiais monitoraram codinomes e compartilhamentos na internet para chegar aos suspeitos.
A pena para quem armazena pornografia infantil varia de um a quatro anos de prisão. Já quem o compartilha pode ser condenado à pena de três a seis anos de cárcere. A produção de conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes pode ser punida com quatro a oito anos de detenção. Somadas, as três primeiras fases da Operação Luz na Infância resultaram em mais de 400 prisões e instauração de vários inquéritos.
Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que as investigações vão continuar e, a partir da análise do material apreendido, será possível identificar a eventual rede de conexões existente entre os investigados e outros internautas.
– Este é um crime muito grave e que nos traz um desgosto por atingir muito fortemente a nossa infância e adolescência. É importante realizarmos esta operação cumprindo todos os mandados numa mesma data porque, assim, mandamos um recado claro: este tipo de crime não pode ser tolerado.
FONTE: EXTRA
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