“O desmonte da cultura vai gerar desemprego em massa nessa área”, afirma Chicão Santos, de “O Imaginário”, de Porto Velho
A Petrobras comunicou que pelo menos 13 projetos não serão patrocinados pela estatal este ano. E o levantamento está apenas começando. A empresa sempre foi uma das principais patrocinadoras de grandes eventos culturais no país. A notícia caiu como uma bomba entre os produtores culturais em todo o pais, que consideram a decisão como mais uma medida adotada pelo Governo para desmontar a cultura.
O produtor cultural Chicão Santos, de “O Imaginário”, em Porto Velho, afirmou que é lamental a forma como o Governo Federal vem tratando essa situação. “Ele está promovendo um desmonte na cultura, é uma criminalização”, destaca, acrescentando que o governo Bolsonaro não está vendo esse segmento como uma questão econômica. “Essa visão retrograda dele trará consequências trágicas no futuro próximo, pois a cultura é responsável por 4% do PIB nacional”. O desmonte, segundo ele, vai gerar desemprego em massa nessa área.
O Imaginário já teve dois projetos aprovados pela Petrobras em 2013 e 2016. O primeiro projeto a receber patrocínio da estatal foi “Mitos e Lendas a Caminho do Sertão”, com o espetáculo “Varadouro”, apresentado na Paraiba e Maranhão; e o segundo foi “Mulheres de Aluá”, exibido em Roraima e Amapá.
Nacional
Com a nova medida adotada pelo Governo, a l Mostra de Cinema de São Paulo , o Festival do Rio, o Anima Mundi e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro são os principais eventos que serão afetados sobre a nova orientação
O produtor cultural Henrique Rocha, diretor geral do Festival de Brasília em 2017 e em 2018, diz que o corte enfraquece a produção dos eventos:
“O que eu imagino é que a gente vai ter um ano de míngua. A gente corre um risco muito grande de interromper projetos continuados, que têm uma longa tradição, que têm muita importância, que têm um público imenso e que podem, simplesmente, serem realizados ou de forma pífia ou nem serem viabilizados.”
O fim dos contratos está ligado à orientação da nova diretoria, que já mandou revisar todos os programas de patrocínio. No documento, a Petrobras diz que o estudo ainda está em fase inicial. Numa audiência na Comissão de Cultura na semana passada, o gerente de patrocínios da empresa, Diego Pila, afirmou que a estatal só vai honrar os contratos vigentes:
Música
No mundo da música perderem a verba os eventos Prêmio da Música Brasileira, Casa do Choro do Rio de Janeiro e o Clube do Choro de Brasília.
Teatro
No teatro, a Petrobras também cortou o patrocínio do Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, além do Festival Porto Alegre em Cena e do Festival de Curitiba, que receberam recursos pela última vez em 2017. O corte também atingiu o Festival de Cinema de Vitória, o CineArte, na Avenida Paulista e a Sessão Vitrine, um projeto que fazia a distribuição de filmes nacionais em cinemas de 21 cidades.
Fonte: O Livre
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