Em Linhas Gerais

O que sangra o país são os políticos pilantras – por Gessi Taborda

REPÚBLICA BANANEIRA

Na semana que passou a coluna registrou algumas manifestações do governador rondoniense em seu blog (blogdoconfúcio.com.br), considerando algumas inusitadas para alguém como ele (afinal, além de chefe de estado, faz parte do PMDB, o partido principal na sustentação do governo de Dilma), especialmente aquelas em que defendeu a venda da Petrobrás por ser, como disse, “a casa da mãe Joana”, ou classificação do “pré-sal” como uma simples lorota que só estimulou “uma briga entre os estados brasileiros”. A pérola da semana do blogueiro foi o de reconhecer que o Brasil não passa de uma república de bananas.

PASSOS LARGOS

Após um pequeno delírio de imaginarmos ir para o Primeiro Mundo, onde as coisas funcionam e você é respeitado como cidadão, e enquanto país no cenário mundial, voltamos ao lugar de onde em verdade, nunca saímos.

O Brasil está voltando a passos largos, a ser a boa e velha República de Bananas que sempre foi. Aquele lugarzinho tão conhecido na América Latina, onde quem tem poder, faz o que quer. Derruba e elege presidentes, rouba descaradamente, achaca, ameaça e especialmente, vende tudo. Tudo é colocado à venda a preços módicos aos ricaços de fora. Melhor ainda se forem os ricaços do Tio Sam. Em que outro país personagens do andar de cima do governo seriam investigados pela (pasmem!) venda de Medidas Provisórias?

Aliás se nosso país não fosse a republiqueta de bananas reconhecida pelo próprio governador Confúcio, possivelmente ele teria sido afastado do cargo a muito tempo. Denúncias de práticas de corrupção são o que não faltaram à sua gestão, desde o primeiro mandato.

CULPADOS

A culpa neste caso, não é do pobre que vive do Bolsa Família, como pensa a maioria de nossa classe-média. Não. O pobre mal tem o que comer, quem dirá ter poder de influenciar alguma coisa em algum lugar. A culpa é dela mesma: a classe-média desinformada, que insiste em acreditar que todo o mal do mundo provém dos pobres e dos 80 reais que eles ganham por mês pra não morrerem de fome. É essa “classe média” que dá sustentação a políticos como Confúcio, garantindo-lhe sucessivas vitórias eleitorais, mesmo após ser informado de suas traquinagens nas investigações de escândalos investigados pela PF e por instituições como o próprio MP.

CLASSE DOS 2 DENTES

Dizem que Confúcio et caterva são beneficiados “pela pobreza que não sabe votar”. Ora o pobre brasileiro precisa e educação. Começando pela educação pra poder alterar nossa força de trabalho, que é mundialmente reconhecida como despreparada e ignorante, portanto, pouco produtiva até chegar a um nível sofisticado de poder exercer sua responsabilidade de escolha dos dirigentes públicos.

Não culpo os pobres pelas desditas do Brasil com seus políticos canalhas. Afinal, como sabemos, no Brasil pobre só merece ter dois dentes. Um pra doer, outro pra abrir garrafa. Quantas vezes você já ouviu essa frase?

POLÍTICOS PILANTRAS

O que impede o Brasil de ir para o “primeiro mundo”? O que sangra o país são políticos pilantras, que preferem atear fogo ao país, do que abrir mão do interesse próprio, mesquinho e perturbador. O que sangra o país são as mamatas da sonegação bilionária que vemos todos os anos, que sequer são lembradas pela imprensa, especialmente porque ela mesma está entre os maiores sonegadores. Ou os leitores esqueceram-se do enorme barulho feito na Assembleia Legislativa na legislatura anterior sobre a renúncia fiscal de milhões, dada pelo estado ao complexo energético do rio Madeira que, como sempre acontece, acabou em pizza?

ANA DA OITO

Não foi surpresa o desfecho da prisão da ex-deputada Ana da Oito (e sua irmã) na semana que passou. Na verdade demorou muito para que a tal senhora fosse conhecer de perto o xadrez. A eleição de Ana, uma política caricata, para a Assembleia Legislativa, é um exemplo perfeito para demonstrar que nós, os eleitores do estado, ainda não temos o espírito de pátria, o espírito de cidadania responsável. É por concordarmos com aberrações impróprias para a representação pública que fatos dessa natureza se repetem em nossas instituições.

SELETIVA

O que sangra o estado e o país é ver um imbecil nas redes sociais justificando porque o corrupto que ele apoia, é melhor do que o corrupto que o outro apoia.

No sábado um eleitor dessa capital me agradecia “por não ter falado nada” sobre a prisão da “coitada da Ana Dermani”. E não era nenhum pobretão. Era um sujeito de classe média, pequeno lojista na região do Quatro de Janeiro.  É a vassalagem gratuita mais incompreensível do universo. Deve ter imaginado que pratiquei algum tipo de condescendência com a “da Oito”. Não, não toquei no assunto por sua insignificância.

PUNIÇÃO MERECIDA

Ana da Oito (e todos que agiram como ela) merece ser punida de forma severa. Roubar é feio, mas deixar que outros te roubem, sem dó nem piedade, e ainda exaltá-los como se fossem salvadores da pátria, é de dar medo. É burrice atroz.

E esta burrice, como já dito, não vem do pobre miserável. Esse, pode até se vender, mas é por necessidade primária. Se vende por comida.

IDIOTA ÚTIL

Foi na extinta União Soviética na Guerra Fria, que surgiu um termo bem bacana, que espelha exatamente o que essa gente é. O “idiota útil”. Aquele bobalhão desinformado, que acredita em tudo o que certas pessoas mandam ele acreditar, e pensam, ilusoriamente, que um dia conseguirão um espaço no seleto grupo dos abonados.

Aqui tá cheio disso. Idiotas úteis se espalham, como aspones que são, por diversos gabinetes parlamentares, fazem o papel de assessores de comunicação de gente que, como a Ana andou metendo a mão na cumbuca e só não estão presos pela lerdeza da justiça. São meros serviçais remunerados para não ver o que seus mandatários fazem na roubalheira do erário.

É O QUE MERECEMOS

Desde a vitória de Confúcio para o governo rondoniense eu passei a criticá-lo, mesmo reconhecendo que enquanto ele esteve no papel de deputado federal foi, como se diz, um político acima de qualquer suspeita. Ao disputar o governo deixou de lado a coerência, fazendo alianças com gente de visão binária e permitindo, já no princípio da (??) gestão, a sucessão de escândalos, como a que levou o Batista para a cadeia.

Impossível deixar de concordar, entretanto, com o governador, ao reconhecer que o Brasil continua sendo a tal republiqueta de banana. Mas é ingenuidade acreditar que o filosófico governador se lixa para o que é o bom ou não para o país.

Fico cada vez mais convencido de está cada vez mais parecido com todos os oportunistas que em Rondônia escolheram a política para ficar ricos e cada vez mais ricos.

FALIDO

É por esse tipo de “liderança” que insiste em não fazer o que é certo que não saímos dessa posição de “terceiro mundo” e de habitantes de um estado tecnicamente falido sem qualquer chance de protagonismo, nem mesmo regional. Enquanto nosso povo for condescendente com os políticos corruptos, mantendo-os no poder através de sua prole, caminhamos por um caminho de solução nenhuma, como verdadeiras “cucurachas” que se refestela no lodo ao qual estamos presos indefinidamente.

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