Em Linhas Gerais

O grande erro de Léo Moraes foi não perceber que população está atrás não do “jovem”, e sim do “novo” na política

 FILOSOFANDO

Um fanático é uma pessoa que não pode mudar de opinião e que não muda de assunto.WINSTON CHURCHILL (1874/1965), estadista britânico, famoso por sua atuação na 2ª Guerra Mundial. Ele foi laureado com o Nobel de Literatura e com a Cidadania Honorária dos Estados Unidos.

 APOSTA NO NOVO

Certamente a coluna Em Linhas Gerais foi a primeira a captar e registrar – mesmo antes do começo oficial da campanha – o claro desejo do eleitorado de Porto Velho de expurgar o político tradicional da gestão do município. E foi essa vontade de apostar no novo que acabou levando o  empresário do setor educacional, Hildon Chaves, à liderança no resultado das urnas no primeiro turno.

O resultado final do primeiro turno, colocando o jovem Leo Moraes no segundo lugar, provou que “o novo” buscado pelo eleitor nada tinha a ver com a questão da idade dos concorrentes e sim com a busca de um figurino “outsider” da manjada política dos últimos anos.

 EXPURGO

Engraçado é que essa tomada de decisão do eleitorado em fazer um expurgo nos atores da política não foi captada “in totum” nas duas pesquisas do Ibope no primeiro turno, embora seja possível reconhecer um balizamento na boa colocação do jovem Leo Moraes nas pesquisas do primeiro turno.

Para Hildon Chaves (totalmente desconhecido no cenário eleitoral da cidade) o 1º turno funcionou como um “esquenta”, que só mostrou resultado na reta final, quando a pesquisa não podia mais medir seu crescimento.

 VAI REPETIR

O fato mais surpreendente do primeiro turno levando Hildon Chaves para a liderança certamente vai se repetir nessa etapa final do pleito, sem ser surpresa para ninguém. Os votos dados a Hildon no 1º turno estão fidelizados e nessa reta final muitos outros estão migrando para o debutante da disputa.

 HERDEIRO DE CACIQUES

Leo Moraes é um jovem impetuoso. Herdou o gosto pela política não só de seu pai – que foi além de vereador e deputado estadual um influente secretário de Estado de mais de um governo – mas também de sua mãe, que chegou a ser presidente da Câmara Municipal, onde deixou como marca uma reforma do prédio mandado construir pelo saudoso governador Jorge Teixeira, oportunidade em que implantou na sede do legislativo mirim um restaurante causador de polêmica entre contribuintes municipais.

Dono de todo esse espólio político, Leo imaginou que externando o figurino de “jovem” conseguiria domar corações e mentes contaminados pelo desejo de mudança no comando político e econômico de Porto Velho. Esse foi, talvez, seu grande erro. A população estava atrás não do “jovem”, e sim do “novo” na política.

 AUSTERIDADE

Enquanto Leo cultivava a imagem do “garoto sorridente”, capaz de dar jeito em tudo (pelo menos no discurso), seu oponente, Hildon Chaves passava para o grande público a imagem do gestor austero, comedido, do discurso apolítico, do outsider em relação ao deputado do PTB, que em sua meteórica corrida eleitoral faz trampolim dos cargos ocupados a cada dois anos.

O outro erro cometido pelo deputado do PTB – partido dirigido em Rondônia pelo deputado federal Nilton Capixaba, nome que remete o eleitor à reminiscências doidas do Escândalo dos Sanguessugas e as tramoias das ambulâncias dos Vedoins – foi não pesar direito os reflexos do cerco que passou a administrar com nomes que sempre mandaram na política local enredados em sua campanha.

 LIPOASPIRAÇÃO

Esses acordos generalizados com figuras soturnas da política aumentaram a desilusão até de quem votou em Leo no primeiro turno, acreditando que sua pouca idade cronológica era uma garantia das mudanças que todos esperavam na prefeitura.

Ao pilotar o barco cheio de nomes escorraçados por eleitores que buscam o novo, Leo passou a sofrer uma lipoaspiração dos votos conquistados no primeiro turno. É isso o que registra agora a pesquisa do Ibope.

 BAIXARIA

Outro erro tático foi partir para a campanha da desconstrução do oponente pela vertente da onda de baixarias através das redes sociais. A tática iniciada num simples episódio de “Lei Seca” ganhou volume e desperdiçou energia que poderia ser gasta na exposição de uma suposta gestão qualificada. Coisas como “esterilizar cachorros” derrubaram ainda mais o jovem petebista.

 MÚSICA

A tática utilizada pela coordenação de campanha de Leo Moraes deve ter soado como música aos ouvidos dos coordenadores da campanha de Hildon Chaves. Isso na verdade contribuiu para fidelizar grande parte dos votos dados ao candidato tucano, possibilitando que eleitores de candidatos derrotados no primeiro turno migrassem para Hildon, convencidos de que ele é a imagem trabalhada pelo ex-promotor de justiça de um gestor capacitado, capaz de traçar novos rumos e formular novos caminhos para resolver os problemas que afligem os cidadãos moradores de Porto Velho, exatamente por ser verdadeiramente “o novo da política” portovelhense, mesmo sem ser, em termos de idade, o mais jovem da disputa.

 FUNCIONOU

Apresentar-se como outsider da política de Porto Velho num momento em que os políticos de pedigree (leia-se caciques manobrando os cordéis dos candidatos ao Executivo) a estratégia de Hildon era mesma a que iria funcionar. Ele conseguiu mostrar nos programas de TV e nos debates que era diferente, que era o “novo”. Que não tinha atrás de si os “sanguessugas” que gravitam em torno do candidato do PTB sequiosos para dominar o erário.

Também é preciso reconhecer que Hildon Chaves mesmo sem nunca ter pedido votos perante um eleitorado enorme como o de Porto Velho soube passar, de forma sutil e clara, a ideia de que é mais do que um simples empresário especializado em produzir riquezas: é um gestor capaz de tirar Porto Velho do abismo da incompetência.

 CONSTRUTOR DE CONSENSOS

Ele deixa claro que se tornando prefeito terá de negociar muito, de ouvir as demandas de diversos grupos de interesses, de viver um cotidiano político. Diz que fará tudo isso sem sucumbir às maldades para atender interesses individuais.

Exatamente por ter conduzido sua campanha de forma independente dos conhecidos políticos do município, Hildon Chaves conseguiu convencer a maior parte do eleitorado de que saberá construir consensos, acomodar divergências sem abrir mão do interesse da coletividade.

 PODEM ESPERAR

A coluna registrou na edição passada. Rondônia está na rota de mais uma “invasão”. Enquanto Roraima sofre a diáspora de venezuelanos em busca emprego, comida e até produtos de necessidades básicas, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) faz vistas grossas. Centenas continuam a entrar no Brasil ilegalmente todos os dias e eles saberão que o melhor caminho para novas alternativas de destino é a partir de Porto Velho, onde será possível chegar por via terrestre.

 SEM QUEDA

Como a coluna imaginava. O anúncio de redução dos preços dos combustíveis não valeu nada para quem mora nesse rincão. A gasolina não caiu nas bombas, pelo contrário, subiu 5 centavos. A Petrobras enganou o cidadão. Quem define o preço final são as distribuidoras; ainda recaem sobre valor outros tributos não reduzidos e fatores não levados em conta, como a alta do frete e do etanol nas usinas.

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Gomes Oliveira

1 Comment

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  • DE FATO, TODA ESSA TURMA DE POLÍTICOS QUE DIZEM APOIAR O LEO,SÃO TODOS COBRA CRIADA E O POVO JA SABE MUITO BEM QUEM É QUEM,SE JA PEGOU DINHEIRO DA SAÚDE, SE JA SE ENVOLVEU COM AMBULÂNCIA, SE RESPONDE PROCESSO NO SUUPREMO, TUDO ISSO JA É DO CONHECIMENTO DO POVO DE PORTO VELHO.

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