VOLTA Á ATIVA
Após um recesso de um mês para tratar das consequências (graves) do diabetes desestabilizado, volto à ativa com a coluna em Linhas Gerais, mesmo sem estar ainda plenamente recuperado. É isso ai: ainda sofro dores (principalmente à noite e parte da manhã) e limitações de mobilidade. Isso sem falar na rígida medicação e dieta. Voltar a escrever a coluna nesse momento é uma espécie de laborterapia fundamental para minha pronta recuperação. Aproveito para agradecer as manifestações de apoio; as visitas de amigos ao Hospital das Clínicas onde permaneci internado por vários dias, ao apoio recebido de centenas de leitores pelas redes sociais e, claro, um agradecimento especial ao corpo de enfermagem do hospital onde fui tratado com a extrema competência do medido Eduardo Vanssa. Confiante na misericórdia do Poderoso, espero ficar completamente recuperado até o final desse mês de março.
PERFIL BÁSICO
A prefeitura de Porto Velho é o grande troféu em disputa para o próximo ano, especialmente por políticos não eleitos no ano passado e, mesmo assim, bem votados. Há políticos experimentados e debutantes sonhando em substituir Mauro Nazif. Mesmo pessimamente avaliado, o dr. Mauro não irá desistir de disputar a reeleição. Na verdade o prefeito da capital sente-se estimulado pelo que aconteceu com o governador rondoniense. Afinal, Confúcio também estava com um altíssimo nível de rejeição e mesmo assim – como parecia impossível – acabou ganhando um novo mandato.
Com esse cenário pode-se afirmar que no perfil básico dos concorrentes há uma exigência fundamental para se conseguir uma vitória na próxima disputa da prefeitura da capital rondoniense: Terá mais chance de ganhar aquele candidato que se apresentar como anti-Mauro Nazif.
FAMÍLIA
São cada vez mais audíveis os rumores de que o patriarca dos “Carvalhos” de Porto Velho tem planos praticamente definidos para escalar um novo membro da família na disputa da prefeitura da capital. E pelo que se ouve não será a belíssima Mariana Carvalho – eleita como uma votação surpreendente para deputada federal – que irá enfrentar a sucessão de Nazif.
Aparício Carvalho estuda todas as possibilidades de escalar o filho para essa árdua missão e preservando, assim, a mana para outras disputas (2018) futuras. Até agora não há nenhuma informação mais sólida sobre isso. Os rumores são mais credíveis na medida em que o irmão de Mariana já ocupa função de destaque no ninho dos tucanos rondonienses.
SUGANDO RIQUEZAS
Certamente o deputado Maurão de Carvalho – novo presidente da Assembleia – deverá ponderar mais diante das indicações de nomes para ocupar postos importantes na governança do legislativo. A confirmação de dois nomes para avaliar gastos com publicidade que no passado recente entraram na mira de investigações do MP não agradou a setores sensíveis e interessados em reduzir ralos por onde se esvai as riquezas do erário. Maurão precisa ficar mais atento para não se tornar refém daqueles interessados em manter o Poder Legislativo no subterrâneo.
NOVO POUSO
O deputado José Hermínio não iniciou este ano satisfeito (politicamente falando) mesmo com a reeleição para e o mandato atual. O deputado foi o mais polêmico presidente da Assembleia, desde sua fundação, especialmente por seu incansável combate ao governador Confúcio. Para o deputado do PSD a votação obtida – mesmo garantindo o novo mandato – esteve muito aquém daquilo que esperava.
Esse realismo político pode levar o deputado Hermínio a procurar um novo pouso, para uma sigla onde possa garantir o seu protagonismo. O novo pouso poderá levar Hermínio a um partido que está próximo de conseguir o registro nacional e que, nessa fase de organização, já está praticamente garantido em todo o estado. Se isso acontecer, o ex-presidente da Assembleia ganhará a posição de candidato natural na ala socialista.
PODEROSOS
Corruptos e corruptores notórios por gravitarem próximo aos mais importantes núcleos de poder do estado demonstravam ontem através de conversas telefônicas, satisfação com a demora do julgamento das ações judiciais que tramitam contra o governador Confúcio Moura (especialmente no segmento da Justiça Eleitoral) por acreditarem que essa morosidade sinaliza para a impunidade.
Mas mesmo nesse meio há quem não esconda o desespero de que “punições virão” pois tudo leva a crer que a ação da Justiça dessa vez é para valer. É preciso lembrar que além da ação (crime eleitoral) que pode ser julgada essa semana, várias outras estarão em curso contra Confúcio, principalmente no STJ onde inquérito sobre sua participação na prática de corrupção está na fase final.
PRECÁRIO
Começou a funcionar ontem o IFRO da avenida Calama, bem em frente ao (vá lá!) Parque da Cidade. As obras, com atraso de 5 anos, não terminaram e, por isso, o Instituto Federal entra em funcionamento precariamente. Não há laboratórios, as instalações elétricas não servem para ligar os equipamentos utilizados até agora no IFRO da Avenida Jorge Teixeira, etc, etc. E há ainda a questão da lama que toma boa parte do pátio. Segundo se informou, enquanto não se resolver essas questões serão impossíveis cumprir o roteiro das aulas.
SÓ BOQUINHAS
Uma coisa incompreensível essa briga entre os petistas liderados pelo padre Tom e os deputados estaduais eleitos pelo partido, após o governo romper com a nomeação dos indicados pelo time do padreco para dar lugar aos chancelados pelos parlamentares. Todo mundo sabia (como sabe) que o futuro do governo estadual nessa nova gestão é incerto. Não só pelos processos e pelo desgaste que poderá levá-lo até mesmo à cadeia, como pela falta de dinheiro. Pelo menos o vereador Sid Orleans (é o que dizem) sabia que se ganhasse mesmo uma secretaria não teria dinheiro para investir em nenhum projeto. E podem até negar, mas os petistas sabiam que entrar nesse governo era o mesmo que embarcar num navio naufragando. Então a conclusão não pode ser outra: queriam apenas uma boquinha para atravessar a temporada de crise do petismo no Brasil.
HOJE
Procurador promete entregar hoje a lista de corruptos ao STF. Brasília vive a grande expectativa da apresentação dos inquéritos contra políticos delatados no esquema de corrupção da Petrobrás, investigado sob o comando do juiz federal Sérgio Moro e com a participação heroica de procuradores, delegados e agendas da Polícia Federal.
O procurador-geral tem avisado políticos e autoridades envolvidos de que seus nomes serão citados no documento a ser entregue ao STF. Janot prefere que essas autoridades saibam por seu intermédio e não por vazamentos publicados na imprensa. Considera isso um “gesto institucional” que valoriza.
EMOÇÕES
As águas de março na política brasileira prometem um temporal. Após a lista de Janot, pode acontecer no Senado o início dos trabalhos da CPI da PETROBRAS. Além disso – provavelmente – teremos no Senado a CPI do SwissLeaks. No dia 13, o PT vai para as ruas defender o governo Dilma. Dois dias depois será a vez da oposição fazer manifestações contra o governo. Como diria Roberto Carlos serão “tantas emoções”!
Gessi Taborda
Em linhas Gerais
Add Comment